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Fertilizantes foliares complexados com aminoácidos: evolução em nutrição

 

Luis Fernando Gundim

Engenheiro agrônomo e consultor especialista em HF

luis.fernando@ciadaterra.com

 

Fertilizantes foliares complexados com aminoácidos - Crédito Shutterstock
Fertilizantes foliares complexados com aminoácidos – Crédito Shutterstock

Para toda a planta, os aminoácidos (a.a.) são fontes diretas de substrato para suas reações metabólicas. No solo, os aminoácidos são benéficos às bactérias e aos fungos, sendo utilizados para a sua reprodução.

Para iniciarmos este bate papo sobre aminoácidos será necessário fazer uma breve introdução sobre proteínas, que depois da água é o produto mais abundante nos seres vivos.

Mas, porque falarmos de proteínas se o assunto é aminoácidos: praticamente todas as funções de uma planta são realizadas direta ou indiretamente pelas proteínas, que são componentes básicos das células de uma planta, só para dimensionarmos o tamanho de sua importância. E estas proteínas são formadas por conjuntos de aminoácidos (unidades básicas de uma proteína).

Como funcionam os fertilizantes foliares

Fertilizantes foliares funcionam de duas formas:

  • Ø Adubação foliar suplementar: fornecimento de nutrientes visando suplementar o fornecimento via adubos aplicados no sistema radicular (via solo ou água), empregado quando determinada cultura apresenta exigência elevada de um nutriente específico.
  • Ø Adubação foliar de correção: aplicação de nutrientes para corrigir uma ou mais deficiências nutricionais em determinados momentos da cultura, ou seja, em determinado estágio de desenvolvimento da planta.

A produção de adubos foliares teve um avanço considerável pelo surgimento de novas fórmulas que empregaram a síntese de aminoácidos em suas formulações,visando aumentar o aumento da absorção e eficiência dos nutrientes fornecidos por esta adubação.

Como funcionam os aminoácidos

Todas as plantas precisam de muitos componentes para o seu crescimento, desenvolvimento e reprodução, além dos fornecidos via solo, chuva e ar. E toda planta é responsável pela produção de todos estes componentes, haja vista que elas não fazem a ingestão direta destes compostos.

Os componentes básicos das células vivas são as proteínas, e as suas unidades básicas, os aminoácidos. As plantas sintetizam aminoácidos de elementos primários: de carbono e de oxigênio obtido a partir do ar, o hidrogênio da água do solo, formando hidratos de carbono por meio da fotossíntese e combinados com o nitrogênio que as plantas obtêm a partir do solo e do ar.

A planta exige uma grande quantidade de energia para sintetizar este processo. Pela aplicação de um aminoácido estamos economizando a energia que a planta precisa para sintetizar e ainda está disponível para ser usado em inúmeros processos bioquímicos que visam aumentar a produção.

Resistência ao estresse

Vários estresses, como altas temperaturas, baixa umidade, geada, ataque de pragas, chuvas de granizo, inundações, doenças ou efeitos fitotóxicos da aplicação de defensivos, têm uma resultante muito negativa sobre o metabolismo da planta, com a correspondente redução na qualidade e quantidade da colheita.

A aplicação de aminoácido antes, durante e após as condições estressantes têm um efeito preventivo e de recuperação, também liberando da planta toxinas acumuladas durante o período de estresse.

Os estômatos são estruturas celulares que controlam o balanço hídrico das plantas; absorção de macro e micronutrientes e gases absorventes. A abertura dos estômatos é controlada por fatores externos (luz, umidade, temperatura e concentração de sal) e fatores internos, como a concentração de aminoácidos.

Os estômatos se fecham quando a luz e a umidade são baixos e a temperatura e a concentração de sal são elevados. Quando isso acontece, a fotossíntese e a transpiração (baixa absorção de macro e micronutrientes) são reduzidos e a respiração (destruição de hidratos de carbono) aumenta, quando então o crescimento da planta para.

Efeitos dos aminoácidos

Os aminoácidos possuem um efeito quelante sobre micronutrientes. Quando usado em conjunto com eles, a absorção e transporte dos micronutrientes no interior da planta é mais simples. Este efeito é devido à ação quelante e o efeito de permeabilidade da membrana. Por exemplo, os aminoácidos L-glicina e ácido L-glutâmico são conhecidos por serem agentes quelantes muito eficazes.

Os aminoácidos também são precursores ou ativadores de fitohormônios e substâncias de crescimento. Por exemplo, a L-metionina é um precursor de etileno e de outros fatores de crescimento e o L-triptofano é um precursor para a síntese da auxina. Já a L-arginina de aminoácidos induz a síntese de hormônio relacionada com flores e frutos.

Polinização é o transporte do pólen para o pistilo, para a formação e possível fertilização de frutos. A L-prolina ajuda a fertilidade do pólen, L-lisina, L-metionina, ácido L-glutâmico e os aminoácidos são essenciais para a polinização. Estes aminoácidos aumentam a germinação do pólen e o comprimento do tubo polínico.

O equilíbrio da flora microbiana do solo agrícola é um fator-chave para uma boa mineralização da matéria orgânica e também boa estrutura e fertilidade ao redor das raízes. L-metionina é um precursor para os fatores de crescimento que estabilizam as membranas celulares da flora microbiana.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/2015 da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa!

 

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