Autora
Nilva Terezinha Teixeira
Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora de Nutrição de Plantas, Bioquímica e Produção Orgânica do Centro Universitário do Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal)
nilvatteixeira@yahoo.com.br
Por fitorreguladores se entende hormônios vegetais, ou a combinação dos mesmos, obtidos sinteticamente. Trabalhos de pesquisa têm mostrado que o uso de fitorreguladores, na cultura da soja, podem promover aumentos de produção, quando empregados via sementes ou foliar, embora os melhores resultados sejam obtidos com o uso via folha na fase reprodutiva.
Os efeitos dos fitorreguladores são atribuídos à quebra da dominância apical e maior enfolhamento. Quando ocorre tal processo, muda-se a arquitetura da planta, surgindo a possibilidade de novas florações.
Uma opção aos fitorreguladores sintéticos é o emprego de extratos de algas marinhas e uma opção aos fitorreguladores sintéticos. Há observações na literatura de que a aplicação de tais produtos tem promovido aumentos consideráveis de produtividade em diversas culturas como, por exemplo, soja, milho e hortaliças.
Maior floração e produção
Como as algas marinhas podem agir na quebra da dominância apical, e assim melhorar a brotação, a floração e a produção da soja? As algas marinhas contam com os fitohormônios (auxinas, giberelinas e citocininas) e outras substâncias benéficas ao metabolismo vegetal, como aminoácidos (alanina, ácido aspártico e glutâmico, glicina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, prolina, tirosina, triptofano e valina), carboidratos, macro e micronutrientes, elicitores de resistência e auxiliares do transporte de nutrientes, estimulando o crescimento vegetal, a produtividade e a melhoria da qualidade da produção agrícola, além de maior resistência aos agentes externos, bióticos e abióticos.
Benefícios à soja
Assim, as algas marinhas contêm os hormônios que regulam o processo de quebra de dominância apical e podem causar o aumento de enfolhamento. Seus extratos contam, também, com nutrientes de plantas e aminoácidos que favorecem metabolicamente as plantas.
Resultados de ensaio têm demonstrado a eficiência do emprego das algas marinhas na soja, tanto via foliar quanto na semente, com aumentos consideráveis de produção e valores oscilando de 6 a 18% de acréscimo em massa de grãos.
O uso de formulados com algas marinhas tem, então, possibilidades de levar aumentos de produção na soja, contanto que se tenha cautela quanto:
ð Usar a dose correta: atente que quantidade acima do recomendado pode ser ineficaz;
ð Aplicar na época certa, que para produzir os efeitos de aumentar o enfolhamento e floração seria no início do florescimento;
ð Seguir as recomendações técnicas de uso do formulado: quanto à mistura de produtos, horário de aplicações, volume de calda, etc;
ð Adubos com algas são fertilizantes especiais: use se houver recomendação técnica.