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Fosfito tem ação fungistática no feijoeiro

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano(UNIFENAS)

douglas.marques@unifenas.br

Crédito-Nilton Jaime
Crédito-Nilton Jaime

O fosfito, quando aplicado às plantas, é absorvido rapidamente por meio de suas estruturas radiculares, pois possui uma grande mobilidade na fisiologia da planta, atingindo os locais que apresentam sintomas de deficiência nesse nutriente. Nesse sentido, o fosfito se torna uma fonte de combate aos fungos, pois tem ação fungistática, diminuindo a incidência desses patógenos e retardando o seu desenvolvimento.

O feijão

A cultura do feijoeiro, cultivada nas mais diversas regiões do País, apresenta um rendimento médio de 500 a 600 kg ha-1, e um potencial de produção de aproximadamente 3.000 kg ha-1.

Um dos principais fatores responsáveis pela sua baixa produtividade é a ocorrência de doenças que limitam a produção de feijão e reduzem a qualidade fisiológica, sanitária, nutricional e comercial do produto. A incidência, a intensidade dessas doenças e os prejuízos causados variam de acordo com a região, a época e o sistema de plantio, a variedade, a qualidade sanitária da semente e as condições climáticas.

O conhecimento das doenças, dos danos que causam e da época e condições favoráveis à sua ocorrência são fundamentais para que medidas de controle sejam adotadas.

O fosfito apresenta rápida absorção pelas raízes, folhas e córtex do tronco do feijoeiro - Crédito Ana Maria Diniz
O fosfito apresenta rápida absorção pelas raízes, folhas e córtex do tronco do feijoeiro – Crédito Ana Maria Diniz

Os fosfitos

Os fosfitos são compostos derivados do ácido fosforoso que podem se combinar com elementos como potássio, cálcio, magnésio, alumínio, manganês e zinco. Tais compostos caracterizam-se por estimular o crescimento das plantas, possuírem considerável ação fungicida e não serem fitotóxicos quando utilizados em concentrações adequadas.

Estes compostos são rapidamente absorvidos pelas plantas através das raízes e das folhas, apresentando ação sistêmica, pois são translocados pelo xilema e pelo floema. Dependendo da cultura, a translocação das folhas para as raízes pode ocorrer num prazo de até 24 horas e estes podem permanecer ativos por até 160 dias, já que os fosfitos não são metabolizados pelas plantas.

Vantagens

Dentre as vantagens do uso do fosfito, destacam-se:

ü Rápida absorção (raízes, folhas e córtex do tronco);

ü Éassimilado na sua totalidade, diferentemente dos fosfatos;

ü Exige menos energia da planta;

ü Excelente complexante, favorecea absorção de Ca, B, Zn, Mo, K e outros elementos;

ü Controle e prevenção de doenças fúngicas;

üFitoalexinas (ação preventiva);

ü Inibição do desenvolvimento fúngico (ação curativa);

ü Permitem misturas com outros produtos;

ü Certas formulações de fosfitos podem reduzir o pH da solução; melhorando a eficiência de alguns herbicidas.

Opções

Os ânions fosfitos (H2PO3-, HPO3-2) são formas reduzidas de fósforo (P), análogas aos fosfatos (H2PO4-, HPO4-2 e PO4-3), originadas a partir da redução do fosfato. Atualmente, existem no mercado diversas formulações à base de fosfito, cuja utilização na agricultura tem se intensificado nos últimos anos.

Esses produtos são comercializados como sais de metais alcalinos obtidos a partir do ácido fosforoso (H3PO3). Os mais comuns são fosfito de potássio, fosfito de cálcio, fosfito de sódio e fosfito de amônio. Essas formulações são recomendadas como fungicidas ou como suplemento de fósforo para as plantas, sendo indicadas para diversas culturas.

No Brasil, os fosfitos são comercializados principalmente como soluções de fosfito de potássio, registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como fertilizantes para aplicação foliar ou via solo.

 No Brasil, os fosfitos são comercializados principalmente como soluções de fosfito de potássio - Crédito Ana Maria Diniz
No Brasil, os fosfitos são comercializados principalmente como soluções de fosfito de potássio – Crédito Ana Maria Diniz

Contra doenças

O feijoeiro é afetado por muitas doenças, dentre as quais se destacam a antracnose (Colletotrichumlindemuthianum), ferrugem (Uromycesphaseoli), mancha angular (Isariopsisgriseola), oídio (Erysiphepolygoni), mancha de levedura (Nematosporacorylli), mofo branco (Sclerotiniasclerotiorum), murcha de fusarium(Fusariumoxysporum) e podridão cinzenta do caule (Macrophominaphaseolina).

Quando o controle não é realizado no momento certo, as perdas no rendimento são inevitáveis. O número limitado de diferentes modos de ação dos fungicidas disponíveis para controle de doenças na cultura do feijão, associado a populações menos sensíveis de fungos já observadas no campo e à baixa eficiência de ingredientes ativos isolados dificultam a utilização de estratégias de manejo de resistência, como a rotação de modos de ação.

Atualmente, existem vários fungicidas recomendados para o controle das doenças, tais como aqueles pertencentes aos grupos dos triazois, estrobilurinas e benzimidazois. Apesar da grande contribuição que o fungicida proporciona no controle de doenças, seu uso intensivo pode ter como consequência a seleção de isolados de fungos menos sensíveis ou resistentes.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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