20.6 C
Uberlândia
domingo, novembro 24, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosGestão de energia elétrica em propriedades cafeeiras

Gestão de energia elétrica em propriedades cafeeiras

                                                                                                                       Adelber Vilhena Braga

Administrador de empresas, cafeicultor e pós-graduando em Cafeicultura pelo IFsul de Minas, campus Muzambinho

adelbervbraga@hotmail.com

 

Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras -  Fotos Shutterstock
Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras – Fotos Shutterstock

A operação de secagem é, sem dúvida, a que mais consome energia no processo de produção agrícola, podendo representar até 50% do seu consumo. As operações de secagem e armazenamento, quando conduzidas corretamente e com equipamentos eficientes, contribuem significativamente para a redução dos custos operacionais, pela economia de energia que propiciam.

A secagem em terreiro, apesar de ser bastante tradicional, apresenta problemas específicos, como a dependência dos fatores climáticos e a necessidade de mão de obra, além de grandes áreas planas para a construção de terreiros.

Por outro lado, a secagem em secadores mecânicos permite contornar esses problemas, mas, em razão de necessitar de energia para movimentar o café, aquecer e movimentar o ar, apresentam custos bem mais elevados; no entanto, um manejo correto maximiza a eficiência do secador contribuindo, assim, para redução do custo final de secagem. O custo da energia utilizada na secagem depende da temperatura de secagem, do fluxo de ar e do tempo de secagem.

Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras - Fotos Shutterstock
Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras – Fotos Shutterstock

Qualidade

A qualidade do café está relacionada, entre outros fatores, às praticas adotadas nas operações de pós-colheita, onde o consumo de energia tem peso considerável. Estimativas indicam um consumo anual de energia em Minas Gerais, apenas na secagem do café, em torno de 94,52 GWh de eletricidade para força motriz.

Atualmente, a instabilidade e as limitações das fontes energéticas e os elevados custos da energia requerem, a curto prazo, diversas medidas que permitam a redução do consumo energético e a melhoria dos rendimentos.

A pré-secagem em terreiro tem sido recomendada tecnicamente até que o café atinja cerca de 33% b.u. Assim diminui-se o gasto de energia na secagem mecânica. O gasto médio de energia para secagem completa de café, em secador rotativo horizontal, é de 163,05 kWh para 10.000 litros. E, trabalhando com secador vertical, o consumo médio de energia é de 81,9 kWh para 10.000 litros de café, haja vista que para este modelo de secador é indispensável a pré-secagem do café em terreiro ou secador rotativo.

Opção

Uma opção interessante para se economizar energia é ligar o secador por algumas horas e desligar posteriormente por um período de 12 a 24 h. O café aquecido no interior do secador continua secando sem nenhum custo, além de uniformizar a seca e, consequentemente, melhorar seu aspecto.

Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras - Fotos Shutterstock
Gestão de energia elétrica em lavouras cafeeiras – Fotos Shutterstock

Importante saber

O lavador é uma das estruturas mais importantes na fase de preparo do café, uma vez que proporciona a separação, não só das impurezas, como também dos frutos, nos seus diferentes estágios de maturação.

Pode-se obter até 20% de economia de energia no processo de lavagem do café, se as seguintes medidas forem seguidas:

“¢ manutenção do lavador com limpezas diárias;

“¢ pintura e lubrificação no final de cada safra;

“¢ diminuir ao máximo possível as impurezas do café a ser lavado;

“¢ realizar a alimentação de maneira contínua, uniforme e com o máximo fluxo de café admitido pelo equipamento, aumentando o seu rendimento horário;

“¢ reduzir ao mínimo necessário, o fluxo de água, principalmente, quando se faz o recalque com motobomba.

A irrigação

A adoção da irrigação na cafeicultura tem servido para a implantação de novas áreas em regiões antes consideradas marginais para o cultivo, entretanto, a adoção dessa técnica sem um plano de manejo específico de irrigação pode provocar o colapso do sistema de produção.

Os sistemas de irrigação por pivô central têm sido amplamente utilizados na irrigação do cafeeiro, com destaque para as regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, em Minas Gerais, Norte do Espírito Santo e Oeste da Bahia.

Introduzido no Brasil no final dos anos 70, a versatilidade de operação deste equipamento no campo fez sucesso entre os agricultores brasileiros, sendo atualmente o equipamento de irrigação mais comercializado em porcentagem de área irrigada, e que tem permitido a expansão da cafeicultura irrigada em grandes áreas no país.

A necessidade de se reduzir o consumo de água e de energia elétrica, principalmente para lavouras cafeeiras, conduziu ao desenvolvimento de novas tecnologias, entre elas a adaptação de emissores LEPA (Low energy precision application, ou aplicação precisa de água com baixo consumo de energia).

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura completa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Crise hídrica afeta produção de hortaliças

Por José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, Comentarista da Rede Estadão. A crise...

Morango hidropônico no sistema de irrigação com circuito fechado

O morangueiro é uma das culturas que tem tido maior migração do sistema de cultivo no solo para o plantio em substrato. Isso significa...

Tecnologia pode reduzir em 95% uso de água na produção de hortaliças e peixes

  O novo conceito de produção agrupa todas as vantagens da produção intensiva de peixes com a hidroponia, em que as plantas não têm contato...

Tecnologia para colheita do café em montanhas

O uso de um equipamento desenvolvido para a colheita do café pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Minas Gerais, gerou um impacto positivo de R$ 770 milhões na safra de 2019.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!