Autores
José Braz Matiello
jb.matiello@gmail.com
Saulo Roque de Almeida
Lucas Bartelega
Mauricio Bento da Silva
Engenheiros agrônomos do MAPA/Procafé
Celio Landi
Engenheiro agrônomo da FSH
fsha@uol.com.br
Carlos Henrique Siqueira Carvalho
Pesquisador da Embrapa Café
contato@fundacaoprocafe.com.br
Bruno Meneguci
Alvimar Araujo Junior
Engenheiros agrônomos bolsistas – Fundação Procafé
contato@fundacaoprocafe.com.br
A cultivar Graúna teve origem em um híbrido natural de cafeeiros Acauã, que, provavelmente, cruzou com material de Catucai. A seleção inicial foi feita em campos de linhagens de Acauã, em Coromandel (MG), recebendo a denominação de Acauã 7/52.
Depois foi colocado em teste em ensaios conduzidos na Fazenda Experimental da Fundação Procafé, em Boa Esperança (MG) e em seguida na Fazenda Experimental de Varginha (MG) e Santa Helena, em Areado (MG). Por sua vez, o material denominado Acauã, que deu origem ao Graúna, é resultado de cruzamento, feito na década de 1980, por técnicos do IBC no Paraná, entre o Sarchimor 1668 e o Mundo Novo.
Na geração F4, ou seja, na quarta geração, os cafeeiros foram selecionados e deram origem a esta nova cultivar.
Os cafeeiros dessa cultivar têm porte baixo, apresentam bom vigor, boa resistência à ferrugem e alta produtividade. As folhas novas apresentam variação de cor, com plantas de brotação verde e outras de cor bronze. Em relação ao Acauã normal, os frutos do Graúna são maiores, com alto percentual de grãos chatos e a maturação é mais precoce. Os ramos produtivos do Graúna são compridos e apresentam rosetas de frutos bem cheias.
Benefícios
Os benefícios da nova cultivar são a sua alta capacidade produtiva, aliando, ainda, resistência à ferrugem, o que torna o custo de produção menor. Nos três ensaios de competição em andamento, o híbrido 7/52, denominado de Graúna, sempre se mostrou o mais produtivo, em comparação com dezenas de outros materiais genéticos, incluídos também nos padrões de Catuais.
No ensaio em Boa Esperança, na média de sete safras, os cafeeiros Graúna produziram 41 sc/ha, contra 31 do Catuai amarelo 32. Em Varginha, na média de cinco safras, verificou-se a produtividade de 54 sc/ha no Graúna e 28 sc/ha no Catuai amarelo 66. Em Areado, na média de três safras, foram 48 sc/ha no Graúna e 39 sc no Catuai amarelo 66.
Manejo
Para implantar a nova cultivar, deve-se procurar os fornecedores de sementes credenciados junto ao MAPA, sendo que a Fundação Procafé disponibilizará sementes do Graúna a partir de maio/junho de 2020. No mais, pode ser feito o plantio em todas as regiões aptas ao cultivo de variedades arábica e os espaçamentos e demais práticas de plantio e cultivo podem ser adotadas de forma semelhante às demais variedades hoje cultivadas.
Lembrando que o Graúna representa aumentos produtivos na faixa de 20-30% em relação às cultivares tradicionais, como a Catuaí e a Mundo Novo.
As sementes do híbrido Graúna, na geração F4, que foram distribuídas pela Fundação Procafé em pequena escala, para formação de lavouras comerciais, resultaram na verificação de bom comportamento produtivo dessas lavouras pelos produtores em várias regiões. Um campo de multiplicação de sementes está instalado na Fazenda Experimental de Varginha, onde os interessados poderão obter as mesmas. É bom lembrar que a nova cultivar Graúna, sendo bem produtiva, deve receber adubação e tratos compatíveis com essa maior produtividade.