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Daniela Andrade
Engenheira agrônoma e mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal ” UFLA
Flávia Costa Mendonça Natividade
Bacharel em Bioquímica, mestre e doutoranda em Biologia Celular e Molecular pela Universidade de São Paulo ” USP
Hormônios vegetais são substâncias naturais ou sintéticas que, quando aplicadas em plantas, geram mudanças metabólicas nas suas células e alteram processos vitais e estruturais. Tais alterações são de grande interesse econômico, uma vez que com a aplicação dessa estratégia é possível impulsionar a produção, melhorar a qualidade de culturas de interesse e facilitar a colheita.
A utilização de hormônios como tratamento pré-germinativo pode auxiliar no processo de germinação e desenvolvimento da semente e posterior enraizamento da plântula. As sementes geralmente são tratadas com hormônios sintéticos, como citocianina, ácido giberélico, ácido indolbutilico.
A giberelina, por exemplo, é um hormônio encontrado nas raízes das plantas, em folhas jovens, nas sementes em fase de germinação, frutos e demais locais. Essa molécula também é promotora da germinação da semente. No momento em se inicia a absorção de água do meio pela semente, o embrião é induzido a produzir giberelina e, assim, desencadear a germinação e, consequentemente, o crescimento da planta.
Atuação
Os hormônios vegetais atuam de forma tecido específica. Receptores específicos correspondentes a cada um dos diversos hormônios estão presentes nas células-alvo. A interação dos hormônios com as moléculas receptoras desencadeiam respostas celulares que promovem ou inibem o desenvolvimento da planta.
Eles podem atuar sozinhos ou em conjunto, participando da rota metabólica celular. Os hormônios vegetais têm um papel importante ao estimular o enraizamento de embriões e assimilação de NO2, por exemplo. No caso do feijoeiro, essas moléculas proporcionam aumento do número de vagens/planta e peso seco sementes/plantas, além de produção de calos a partir de anteras de flores de feijão.
Relação direta com o enraizamento
Os hormônios vegetais promovem a formação de raízes laterais e adventÃcias e controlam o crescimento em alongamento da raiz. Ademais, são requeridos durante a divisão celular e manutenção da viabilidade das células nas raízes laterais em desenvolvimento.
Isso reflete num maior volume de solo explorado pela raiz, elevando-se a eficiência na absorção de nutrientes e água e, consequentemente, maior tolerância ao déficit hídrico, às pragas e doenças.
Ganho em produtividade
Os efeitos de ganho de produtividade são de forma indireta. Quando realizamos o tratamento de sementes visamos estimular o estabelecimento inicial do estande; o crescimento vegetativo; o crescimento das raízes, maior crescimento em profundidade e em volume de solo explorado pelo feijoeiro.
Pesquisas mostram que sementes de feijão tratadas com um bioativador (hormônio) apresentam maior velocidade de germinação, maior altura de plantas de feijão aos sete dias após a semeadura e maior matéria seca da raiz, parte aérea e total em plantas de feijão entre 14 e 28 dias após a semeadura, quando comparadas com sementes não tratadas.
De maneira geral, o tratamento do feijoeiro com hormônios vegetais reflete em uma maior produtividade final.
O tratamento
As quantidades de cada produto e a forma do tratamento de sementes deverá acontecer de acordo com o que for determinado pelo fabricante. Geralmente dilui-se a dosagem do produto em água tratada, misturando-se bem, de forma a deixar uma calda homogênea. Colocam-se as sementes com a calda em sacos de plástico e agita-se vigorosamente durante aproximadamente dois minutos, de maneira que o tratamento seja uniforme sobre a massa de sementes, a fim de proporcionar o total recobrimento delas.
Após 30 minutos da aplicação do produto, aproximadamente, deve-se plantar a semente.