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Indução de resistência: caminho sustentável para a proteção de cultivos

Claudia Adriana Görgen
Engenheira agrônoma e doutora em Geociências Aplicadas – Universidade de Brasília (UnB)
gorgenclaudia@gmail.com

No início dos tempos, todas as plantas possuíam um “arsenal metabólito” na comunicação intra/extra-sensorial de defesa e autoproteção. Com o “melhoramento genético” esta habilidade natural foi “perdida”. 

Agora, o desafio é “devolver o que foi roubado”. Assim, temos os conceitos Resistência Sistêmica Adquirida (RSA) e Resistência Sistêmica Induzida (RSI), com mecanismos semelhantes a uma vacinação para plantas.

Exposta a um estresse inicial, a planta ativa parcialmente e até totalmente suas defesas. Quando enfrenta uma nova ameaça semelhante, essas defesas são reativadas. Esse método pode proteger contra diversos patógenos e pragas ao mesmo tempo.

A defesa primária, forma mais conhecida de resistência induzida, pode até ser transmitida para a próxima geração de plantas, o que sugere a participação de mecanismos epigenéticos.

Começando do começo: “o que é resistência”?

A primeira informação essencial está na palavra “existência” ou “existir”, que significa “aquele que existe”, “vive”, “está vivo”, “ficar firme”, “aguentar”, “durar”. Em seguida vem o prefixo “re” que quer dizer: “fazer de novo”, “retornar”, “reiniciar”, “repetir”.

Então, resistir significa, entre outras coisas, “retornar a vida”, “permanecer vivo por mais tempo”.

A diferença básica entre RSA e RSI

As plantas apresentam mecanismos de defesa Resistência Sistêmica Adquirida e Resistência Sistêmica Induzida. O termo “adquirido” refere-se quando o elicitor é um agente patogênico ou parasita, enquanto o termo “induzido” é empregado quando esse agente é benéfico, simbionte ou abiótico.

A indução de resistência (RI) nas plantas é caracterizada pela ativação de mecanismos de defesa que permanecem inativos até que a planta seja exposta a um agente indutor, como patógenos ou substâncias químicas.

Assim como a vacinação em animais e humanos, que prepara o sistema imunológico para responder a infecções futuras, a RI prepara as plantas para resistir a infecções subsequentes, resultando em uma resposta mais rápida e eficaz contra patógenos específicos.

Principais métodos para induzir resistência

Os principais métodos para induzir resistência incluem a aplicação de elicitores, que podem ser patogênicos ou não, e a utilização de compostos químicos que estimulam as defesas naturais da planta.

Exemplos incluem a aplicação de ácido salicílico, jasmonatos e etileno, que são conhecidos por ativar as respostas de defesa nas plantas.

Patógenos e pragas sob controle

A indução de resistência tem sido eficaz contra uma variedade de patógenos, incluindo fungos, bactérias e vírus, além de pragas como insetos. Culturas como tomate, soja e diversas hortaliças têm mostrado resultados positivos com a aplicação de indutores de resistência.

A resistência induzida pode ser uma parte crucial do manejo integrado de pragas e doenças, pois reduz a dependência de pesticidas químicos, minimizando os impactos ambientais e promovendo a saúde do ecossistema.

As vantagens incluem a redução de custos com defensivos, a diminuição da resistência de patógenos e pragas aos produtos químicos, e a promoção de uma agricultura mais sustentável.

Evidências científicas

Estudos têm mostrado que a resistência induzida pode ser transmitida para as gerações seguintes, embora a duração e a eficácia dessa resistência possam variar, dependendo da espécie e do tipo de indutor utilizado.

A pesquisa continua a explorar os mecanismos genéticos envolvidos nessa transmissão.

Planejamento da aplicação

Fatores a serem considerados incluem o tipo de cultura, o patógeno ou praga-alvo, as condições ambientais, a fase de desenvolvimento da planta e a compatibilidade dos indutores com outros manejos agrícolas.

A escolha do indutor deve ser baseada em testes prévios e na experiência local.

Inovações recentes

As últimas inovações incluem o desenvolvimento de indutores biológicos baseados em microrganismos, como fungos e bactérias benéficas, que têm mostrado resultados promissores em campo.

Estudos indicam que esses indutores podem aumentar a resistência das plantas a doenças e melhorar o rendimento das culturas, embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente seus efeitos.

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