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Irrigação em goiaba visando altas produtividades

José Augusto Maiorano

Engenheiro agrônomo e diretor da CATI Regional Campinas

maiorano@cati.sp.gov.br

Crédito Aqua 4D
Crédito Aqua 4D

As exigências da goiaba no que diz respeito à irrigação dependem da idade da cultura. A irrigação média de uma planta adulta pode variar de 50 a 100 L água/planta/dia

O consumo varia de acordo com a fenologia. Pesquisas mostram que o consumo diário máximo foi 6,5 mm (82,0 L/planta) no florescimento; 5,8 mm (73,2 L/planta) na colheita e 4,9 mm (62,0 L/planta) durante o crescimento dos frutos.

A frequência e quantidade de irrigação da goiaba dependem de fatores locais, como tipo de solo, clima, idade da planta. Existem métodos estatísticos que exigem maior experiência dos produtores. O método mais prático é a instalação de tensiômetros na lavoura, que permitem avaliar a necessidade momentânea de água e informam quando o solo está com a umidade adequada.

Esses instrumentos são capazes de medir a facilidade com que a água pode ser extraída do solo e servem para avaliar o quanto uma planta terá que “trabalhar“ para absorver a água do solo circundante. Portanto, a frequência e quantidade devem ser avaliadas caso a caso.

Vantagens da irrigação na goiabeira

A goiabeira é uma planta que responde bem à irrigação. Com a utilização de podas, que podem coincidir com o período de estiagem, a irrigação irá permitir o desenvolvimento normal dos estádios fenológicos, resultando em produção fora de época, alcançando melhores preços no mercado devido à produtividade e qualidade de frutos.

Há, ainda, a possibilidade de fertirrigação, com a aplicação mais eficiente de nutrientes.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Ganhos produtivos

A eficiência de uso da água, definida pela relação entre a produção por área e o consumo de água, mostrou incremento de 22,9 a 33,3 kg/ha por mm de água aplicada.

Os sistemas de irrigação mais utilizados em goiabeiras são aspersão convencional e microaspersão. Entre os prós e contras de cada um estão:

  Prós Contras
Aspersão convencional Fácil manejo e instalação Não é recomendada para locais com ventos fortes e constantes, pois o vento afeta a uniformidade de distribuição de água pelos aspersores. Em regiões de baixa umidade relativa do ar e de temperaturas elevadas, a perda de água por evaporação pode atingir valores altos;
Maior disponibilidade no mercado Pode favorecer a incidência de doenças nas plantas, por molhar as folhas e aumentar a umidade relativa do ar. Quando o macroclima é favorável a doenças, o microclima resultante da irrigação tem menor importância;

 

Adapta-se a terrenos com declividades mais acentuadas e superfícies menos uniformes; Pode interferir em alguns tratos culturais por lavar a parte aérea das plantas;

 

Pode ser utilizado em solos com alta capacidade de infiltração e baixa capacidade de retenção de água, como os arenosos, por permitir irrigações frequentes e com menor quantidade de água; Pode causar prejuízos à fixação de botões florais ou mesmo de frutos novos devido ao impacto mecânico das gotas, quando os sistemas estão trabalhando abaixo da pressão de serviço recomendada;

 

Propicia, em geral, distribuição de água mais uniforme; Não permite o uso da água salina para irrigação, por reduzir a vida útil do equipamento, ainda que seja um bom método de controle da salinidade;
Interfere pouco nas práticas agrícolas. Em alguns sistemas, os acessórios facilitam a rápida desmontagem do equipamento; Envolve alto investimento inicial;

 

A eficiência de condução é alta, pois os condutos fechados evitam perdas de água por infiltração, escorrimento e evaporação; Pode provocar compactação e erosão do solo quando altas taxas de aplicação de água.

 

Deixa maior área disponível para a cultura devido à ausência de canais e sulcos;  
Maior economia de mão de obra, quando os sistemas são permanentes ou mecanizados;  
Possibilita a irrigação durante o período noturno, aumentando o tempo de irrigação e de utilização do equipamento;  
Permite a aplicação de produtos químicos via água de irrigação;  
Permite o uso de certas águas residuais por proporcionar grande oxigenação na água;  
Pode ser aplicado para reduzir a temperatura do ar e proteger contra geadas. A proteção se consegue com o calor liberado pelo congelamento da água.  
Microaspersão Baixo custo de mão de obra e de energia; Alto custo inicial, devido à grande quantidade de tubulações;
Elevada eficiência de aplicação. Como a água é aplicada diretamente na raiz, ocorrem poucas perdas por evaporação; Bastante sensível ao entupimento dos orifícios de saída de água;
Facilidade e eficiência na aplicação de fertilizantes, com a fertirrigação; Diminuição da profundidade das raízes, devido à constante disponibilidade de água, o que pode diminuir a estabilidade da planta.
Grande adaptação aos diferentes tipos de solo;  
Mantém o solo uniformemente úmido e com oxigênio;  
O vento e a declividade do terreno não limitam a irrigação;  
A irrigação aumenta produtividade da goiabeira - Crédito Erli Ropke
A irrigação aumenta produtividade da goiabeira – Crédito Erli Ropke

Irrigação por gotejamento

O gotejamento é um tipo de irrigação localizada, amplamente utilizado na produção de frutíferas. A água forma um círculo molhado, após a água ser aplicada na área ocupada pelas raízes das plantas.

Os equipamentos necessários neste sistema de irrigação são:

_ Sistema de bombeamento;

_Cabeçal de controle;

_Tubulações principal e secundária;

_Válvulas de controle de pressão e vazão;

_Linhas de distribuição de água;

_Gotejadores ou tubos gotejadores; e

_Microaspersores.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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