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Mal das folhas da seringueira exige controle urgente

José Geraldo Mageste

Engenheiroflorestal, doutor e professor da UFU-ICIAG

jgmageste@ufu.br

Ernane Miranda Lemes

Engenheiroagrônomo, mestrado em Fitopatologia e doutor em Agronomia ” UFU

ernanelemes@yahoo.com.br

Crédito Edson Luiz Furtado
Crédito Edson Luiz Furtado

Causado por Microcyclusulei, o mal das folhas da seringueira é a mais séria das doenças da cultura e o principal problema para o estabelecimento dos seringais de cultivo nas Américas Central e do Sul, principalmente nas áreas de ocorrência natural da seringueira, como na Bacia Amazônica Brasileira e no sul da Bahia.

Esta doença está mais ligada à espécie Hevea brasiliensis, a espécie mais plantada e mais produtiva nas regiões produtoras brasileiras. Ressalta-se que em outras espéciess como Hevea paucifloras não ocorre esta doença.

Sintomas

Esta doença é também chamada de “pinta preta“, porque nas folhas mais velhas aparecem pontos pretos de variados diâmetros (forma de multiplicação/frutificação) tanto na face superior quanto inferior da folha.

Mas, os sintomas podem ser identificados em folhas novas (lançamento marrom), quando ainda estão de cor amarronzada, ainda no início da infecção pelo fungo. Em viveiros ou jardins clonais, esta doença pode levar à morte de muitos indivíduos se não houver controle.

Prejuízos

O principal prejuízo é a desfolha dos indivíduos. Para viveiros e jardins clonais, ocorre a morte ou a dificuldade de produção de hastes. Para os seringais adultos (após 5º ano, por exemplo), a desfolha limita a produção de látex, além de inibir o crescimento vegetativo das plantas.

A redução do crescimento e área foliar leva à redução do diâmetro das plantas, o que implica na redução da quantidade de vasos lactíferos. Logo, a produção fica comprometida. Além do mais, o definhamento das plantas facilita o ataque de outras doenças.

Condições para a doença

Existem duas condições principais para a doença:

Ü Suscetibilidade genética: grande parte do melhoramento genético da seringueira (Hevea brasiliensis) para as chamadas regiões de escape ou até mesmo nas condições tropicais úmidas é para obter clones resistentes ou tolerantes ao fungo Microcyclusulei, que durante muito tempo foi chamado de Dorothielaulei.

Ãœ Neste sentido, também são tratadas características fisiológicas de comportamento dos novos clones, procurando-se indivíduos que emitam lançamentos marrons em época de baixa umidade do ar.

Assim, é fácil deduzir que uma das condições propícias para ocorrência do fungo é a ocorrência de “lançamento marrom“ em condições de temperatura elevada junto com umidade alta. Esta condição facilita o crescimento do órgão reprodutivo do fungo (esporos) nas folhas e caule jovem da seringueira.

Em algumas regiões de Minas Gerais e Norte de São Paulo, onde as condições locais facilitam a presença de umidade no dorso das folhas por maior período (por exemplo, o orvalho permanece umedecendo a folhas por maior período na parte da manhã), ocorre a infecção pelo fungo.

Prevenção

Não existe melhor ação do que a escolha de clones resistentes ou tolerantes ao mal-das-folhas. Para os seringais instalados, evitar a adubação nitrogenada no início do verão tem sido uma prática recorrente para evitar a ocorrência danosa desta doença.

Por outro lado, a existência de plantações de espécies florestais de pinus, eucalipto, ninho, formando uma alelo (corrente) em volta dos seringais de até 01 ha também tem sido apontado como medida paliativa em seringais adultos.

No entanto, ainda precisa haver comprovações científicas, já que estas espécies precisam ser colhidas para produção de madeira. De maneira geral, seringais bem nutridos, livres de concorrência, são mais resistentes à ocorrência epidêmica desta doença.

Assim, cuidar da nutrição do seringal, com conduções adequadas por meio de podas, facilitando a ventilação eficiente no plantel, evitando aquela condição de “estufa úmida“, dificulta a instalação prejudicial da doença.

Manejo curativo

O fungo pode ser classificado como de fácil controle. A dificuldade está em operacionalizar a pulverização. Em plantios adultos, em franca produção, onde a maioria da copa das árvores está acima do fuste formador do painel de sangria (acima de 2,8 metros de altura) até seis metros de altura, operacionalizar uma pulverização com qualquer fungicida cúprico é muito trabalhoso.

Considerando que esta pulverização deve ocorrer pelo menos três vezes no intervalo de 15 dias, esta operação é cara. Pulverizações aéreas não têm se mostrado eficientes, principalmente pela dificuldade de atingir o dossel inferior. Pulverizadores acoplados aos tratores, com alta pressão e grande raio de ação (como aqueles usados em café) têm sido muito eficientes.

Nesta operação também têm sido distribuídos micronutrientes como boro, zinco e ferro.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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