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O nitrogênio promove a formação de clorofila, que é um pigmento verde encontrado nas folhas e que captura a energia do sol. A clorofila combina CO2 + H2O formando açúcares, que a planta necessita para o seu crescimento e produção de grãos e frutos.
A clorofila é composta de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N) e magnésio (Mg); destes, somente o nitrogênio e o magnésio são oriundos do solo. As plantas deficientes em N apresentam as folhas com uma coloração verde-pálida ou amarelada, devido à falta de clorofila.
Na proteína, o principal elemento é o nitrogênio, e quando há um suprimento adequado deste nutriente, as plantas crescem rapidamente; ao contrário, quando há deficiência, o crescimento é lento.
Na produção de proteínas, a amônia combina com o açúcar e produz aminoácidos; quando não existe amônia, os açúcares se acumulam na planta. Quando não há um estoque adequado de carboidratos, as produções são baixas.
Por outro lado, o excesso de nitrogênio pode, também, prolongar o ciclo vegetativo e a produção de grãos e frutos é pequena. Os grãos contêm grandes quantidades de proteínas. Durante a produção de sementes, o nitrogênio é removido das folhas e carregado para os grãos; se faltar proteína na planta, a produção de sementes é pequena. Nas forragens, a quantidade de proteína é muito importante. Forragens com alta quantidade de proteína dão origem a altas produções de carne e leite.
Nitrogênio em pré-florada
Giancarlo Couto da Costa, engenheiro agrônomo, consultor técnico, produtor rural e empresário, conta que está fazendo o tratamento com nitrogênio na pré-florada da soja há três anos. “Fazemos a aplicação em uma área própria e em áreas de alguns produtores em forma de experimento. Utilizamos diversas fontes de nitrogênio, inclusive de ureia, que é uma fonte mais simples mas não apropriada para aplicação foliar, o que pode causar fitotoxicidade. Mas fizemos a aplicação para observarmos o comportamento do elemento N“, relata.
Como foram feitas várias dosagens, ele chegou à conclusão de que o melhor resultado é obtido com a aplicação de 2 kg de N por hectare, feito na pré-florada da soja via foliar. O resultado foi um incremento de produtividade médio de seis sacas de soja por hectare, somente com essa alteração no manejo.
A lavoura de Giancarlo, que recebe a aplicação, está em Orizona (GO). As demais áreas comerciais ficam em Luziânia, Vicentinópolis e Montes Claros de Goiás, no interior goiano. “Na região de Palmeiras do Goiás, fizemos em áreas totais, e por isso não temos comparativo“, diz o agrônomo.
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Adequação
Quando Giancarlo Couto notou um Ãndice de incremento de produtividade, buscou uma fonte de nitrogênio apropriada para aplicação foliar, e encontrou uma que agrega nitrogênio com aminoácido. “Com essa fonte observamos que o incremento foi maior ainda, de até dez sacas a mais de produtividade por hectare. Os melhores resultados foram obtidos com 02 kg de N na pré-florada“, revela.
O agrônomo realizou essa aplicação sem pensar em nutrição, visando apenas a ativação fisiológica, o que foi alcançado, contribuindo, inclusive, para que a planta assimilasse melhor os nutrientes. “Tivemos resultados em pegamento de flor e, consequentemente, pegamento de vagem e enchimento de grãos, acarretando em incremento de produtividade“, pontua.
Custo-benefÃcio
Em média, 02 kg de N por hectare custa uma saca de soja (R$ 50,00), com um retorno de até nove sacas, dependendo da fonte utilizada. “O custo-benefÃcio é certo, e muito vantajoso“, avalia Giancarlo Couto.