Mais de 1 milhão de mudas de 120 diferentes espécies plantadas e um impacto positivo expressivo na fauna local, incluindo animais ameaçados de extinção. Esses são alguns dos resultados apurados pelos projetos de compensação ambiental administrados pela NTS – Nova Transportadora do Sudeste nas regiões onde opera com gasodutos em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Com mais de 1.100 hectares de áreas sob gestão, a companhia apresenta um bem sucedido projeto de recuperação ambiental em seus sete anos de existência. Mais de 65% das iniciativas estão concluídas ou aguardam a análise final do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nos projetos, há reinserção de árvores nativas, como é o caso da palmeira palmito-jussara nos parques estaduais Carlos Botelho, Intervales e Serra, com mais de 81,2 mil mudas e 1,1 mil quilos de sementes. O replantio ocorreu em áreas próximas ao Gastau (Gasoduto Caraguatatuba – Taubaté). Essa é uma espécie ameaçada de extinção, que tem forte elo com a fauna local e grande importância ecológica.
Já do ponto de vista da fauna, os benefícios também vêm sendo observados. Animais como o mico-leão dourado, que é ameaçado de extinção, e outros de maior porte, como jaguatiricas, antas, capivaras, suçuaranas e mãos-peladas, além de aves, já foram identificados na área e seguem vivendo em um ecossistema mais equilibrado.

“Acreditamos que a atividade econômica só faz sentido quando conectada com a população ao redor dos empreendimentos, assim como seus atributos ambientais. Assumimos algumas áreas em processo de recuperação e nos empenhamos em criar uma estratégia inovadora de ampliação e monitoramento. Trouxemos critérios qualitativos, além do uso de tecnologia. No caso do Gastau, por exemplo, as imagens realizadas por drones mostram o adensamento de vegetação da área sob compensação ambiental, assim como o contraste com seus arredores. Criou-se um tipo de “ilha verde” e refúgio natural para pássaros e demais espécies se abrigarem”, cita o diretor de Operações da NTS, Marcelo Saavedra.
Áreas de manguezais
Além da mata, também estão sob os cuidados da empresa mais de 10 hectares com manguezais na Baía de Guanabara – berço da vida marinha na região. Neles, já podem ser observadas mudanças como restabelecimento de parte da vegetação típica da região e melhoria do ecossistema para a fauna. Entre as atividades que foram realizadas estão: melhoria do fluxo hidrológico com correção de canais, roçada de espécies invasoras, transplante e plantio de mudas pertencentes às três espécies arbóreas nativas da região. Atualmente, a área encontra-se na fase de manutenção e monitoramento.
“Um dos principais indicativos que temos sobre a evolução do mangue é a baixíssima mortalidade das mudas e alguns pontos já com características de floresta densa. Atualmente, quase não precisamos realizar atividades de replantio na área, apenas manutenção”, afirma Marcelo.
Outros dois fatores importantes chamam a atenção na área: a espécie invasora antes identificada no local, a samambaia do brejo, já não tem mais força para atrapalhar o crescimento florestal e, recentemente, as equipes do projeto registraram o caranguejo-uçá, animal muito importante para a comunidade de pescadores locais. O caranguejo havia desaparecido da área devido ao nível de degradação e, agora, com a melhoria das condições, ele retornou e tem mais chances de reprodução e crescimento.
O Ibama faz visitas de rotinas aos projetos. Em seu último boletim, cita também áreas relacionadas ao Gascar (Gasoduto Campinas-Rio). Os projetos restauraram mais de 53 hectares, em Áreas de Preservação Permanente (APP).
No município de Jaguariúna, a Fazenda São João do Atibaia também é um exemplo de como as ações impactam a flora local. Árvores como ingá, angico, quaresmeira e sangra d’água já fazem parte do cenário local, ajudando a restabelecer e assegurar a estabilidade do ecossistema.