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Pink Farms: o novo jeito de produzir HF

Cada espécie é extensamente estudada para que possa ter condições perfeitas para o seu desenvolvimento ideal, com sabores inigualáveis e sem uso de agrotóxicos.

A agricultura é uma das bases da humanidade, mas a inovação e a tecnologia estão transformando essa atividade milenar. A Pink Farms, fundada em 2016 em São Paulo, capital, é uma das pioneiras nesse movimento, sendo a primeira e maior fazenda vertical da América Latina.
Mateus Delalibera, co-fundador da empresa, explica sobre a revolução verde que está acontecendo em meio aos arranha-céus. “A Pink Farms é uma fazenda vertical que adota a agricultura em ambiente controlado como seu princípio fundamental. Nesse conceito, a tecnologia e as receitas de cultivo são desenvolvidas internamente, permitindo a produção de hortaliças em galpões com iluminação artificial e controle rigoroso das variáveis ambientais, como temperatura e umidade. Isso resulta em produtos de alta qualidade e sustentabilidade”.
A localização urbana das fazendas reduz o transporte, as emissões de gases e o desperdício, proporcionando produtos mais frescos aos consumidores.

Expansão da empresa

Mateus Delalibera, co-fundador da Pink Farms
Créditos: @danmagatti

Atualmente, a Pink Farms opera em um galpão na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. No entanto, a empresa está em expansão e planeja abrir mais dois locais em breve para atender à demanda crescente.
A Pink Farms cultiva uma ampla variedade de produtos, incluindo cinco tipos de alface, nove tipos de microverdes e até flores comestíveis. A empresa está constantemente desenvolvendo novas variedades e se preparando para diversificar ainda mais sua produção.
Mateus Delalibera revela que o galpão da Pink Farms possui 600 metros quadrados, abrangendo áreas de cultivo, processamento, escritório e oficina. “É um espaço eficiente, onde cada centímetro é utilizado para garantir a máxima produtividade”.
O empresário destaca como diferencial da Pink Farms o resultado de seu início pioneiro em 2016. “A empresa teve que desenvolver internamente todas as tecnologias necessárias, o que resultou em um profundo conhecimento de como cada variável afeta o crescimento das plantas. Isso levou a uma eficiência notável no uso de recursos e uma produtividade acima da média no setor”, garante.
Ser o maior produtor indoor da América Latina traz visibilidade e desafios. A Pink Farms enfrenta desafios como questões de regulamentação, abertura de pontos comerciais para esse novo tipo de produção e a criação de novos nichos de mercado, como a venda de microverdes no varejo.

Mercados atendidos

A Pink Farms atende a diversos mercados, incluindo varejo e foodservice, abastecendo supermercados, hortifrútis e restaurantes na cidade de São Paulo. Com a expansão iminente, a empresa pretende atingir a região metropolitana e partes do interior de São Paulo.
Mateus Delalibera explica que os produtos da Pink Farms são cultivados em ambientes controlados, livres de agrotóxicos, sujeira e outros vetores de doenças. Além disso, a produção está protegida das intempéries climáticas, garantindo a qualidade superior e a durabilidade dos produtos. A proximidade com os consumidores também significa produtos mais frescos.
A empresa realiza testes rigorosos com sementes de diversos fornecedores para encontrar aquelas que melhor se adéquam ao método produtivo da Pink Farms. Os critérios de seleção incluem aspecto visual, sabor, durabilidade e produtividade.

Tecnologia da “luz rosa”

A Pink Farms utiliza a tecnologia da “luz rosa”, que é uma combinação das cores azul e vermelha do espectro luminoso. Essas cores são as mais influentes na fotossíntese das plantas, o processo de geração de energia para o crescimento.
O uso da “luz rosa” reduz significativamente o consumo de energia, pois fornece apenas as partes do espectro que as plantas realmente utilizam.

Produtividade além dos limites

Mateus Delalibera conta que com o sistema atual de verticalização da agricultura, ele alcança uma produtividade 170 vezes maior por metro quadrado. “Isso é alcançado através de alguns ganhos individuais, que quando somados, chegam a esse total. O mais claro é pela utilização de diversos níveis de cultivo, um sobre o outro. Atualmente, temos 10 níveis empilhados, mas esse número pode ser ainda maior. Também proporcionamos as condições ambientais ideais para o crescimento das plantas, trabalhamos com um adensamento maior, entre outros fatores”, revela.
Ainda, o uso de iluminação artificial e ambientes controlados elimina a necessidade de agrotóxicos e a dependência de solo, este último um vetor de doenças que chegam às plantas. Assim, trabalhar sem solo, com os controles atuais, permite à Pink Farms eliminar o uso dos agrotóxicos.
“Por trabalharmos em um local isolado e limpo, nossos produtos não têm contato com insetos e não sofrem com o clima. Também conseguimos plantar cultivares que foram desenvolvidas pensando na qualidade visual e sabor, em vez de serem resistentes a altas temperaturas e intensidade luminosa”, acrescenta o empresário, que ainda consegue reduzir o consumo de água em até 95% em comparação com a agricultura tradicional.
Tal feito é possível pela recirculação da solução nutritiva, como é feito na hidroponia. “Mas, também coletamos, tratamos e reutilizamos a água que as plantas transpiram através do nosso sistema de climatização. O sistema de automação e controle utiliza diversos sensores para monitorar as variáveis que influenciam no crescimento das plantas. São calculadas diversas regras de controle que são passadas para atuadores, como válvulas, bombas, entre outros, que trazem as variáveis para os valores desejados. Tudo isso é feito automaticamente, sem intervenção humana”, orgulha-se Mateus Delalibera.

O processo

Para manter o frescor e o sabor dos alimentos, o empresário conta que, a partir do momento da colheita, os produtos entram em uma cadeia de frio que vai até o momento da entrega. O fato de estarem próximos dos consumidores, encurtando o tempo de entrega, também contribui para manter essas características.

Sustentabilidade do começo ao fim

A embalagem sustentável é uma preocupação evidente para a Pink Farms, que adota materiais 100% recicláveis, certificadas pelo selo Eureciclo. “Pela legislação, deveríamos realizar a logística reversa ou a compensação ambiental de 20% do que utilizamos, mas como a sustentabilidade é um dos nossos pilares, realizamos a compensação de 100% das embalagens”.
O objetivo da Pink Farms é se tornarmos a maior marca de alimentos prontos para o consumo do Brasil e, como a sustentabilidade é algo intrínseco do seu método produtivo, além de a levar para vários outros pontos da empresa, Mateus Delalibera acredita que está totalmente alinhado com esse desejo dos consumidores.
Por outro lado, ele está ciente que o preço é um fator que pode levar as pessoas a consumirem outros produtos. “Com o nosso crescimento, queremos que esses valores sejam acessíveis à maior parte da população”, redefine o visionário. Assim, a empresa está constantemente buscando novas tecnologias que aumentem a qualidade dos seus produtos, a produtividade e reduzam os custos de produção. Estamos desenvolvendo diversas novas culturas, que serão produzidas nas novas unidades, como rúcula, agrião, espinafre, manjericão, entre outras”, detalha.
A Pink Farms está no epicentro da revolução agrícola, trazendo soluções inovadoras para a produção de alimentos frescos, sustentáveis e de alta qualidade em ambientes urbanos. Com seu compromisso com a tecnologia e a qualidade, a empresa está moldando o futuro da agricultura na América Latina e indo além.

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