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Os cebolicultores iniciam agora o plantio de cebola de verão, e por isso devem escolher variedades e híbridos de cebola adaptados para a época de plantio de sua região, além de características de resistência, potencial produtivo e qualidade final do bulbo
Estima-se que o Brasil produza em torno de 1.500.000 toneladas/ano de cebola nas regiões de Petrolina e Juazeiro (BA, PE), Irecê (BA), Cristalina (GO), Triângulo Mineiro e Alto ParanaÃba (MG), Monte Alto e São José do Rio Pardo (SP), PR, SC e RS.
A produtividade nacional gira em torno de 20 ton/ha, porém, na região do Triângulo Mineiro, que investe em alta tecnologia, as médias são superiores a 60 ton/ha, podendo chegar a até mais de 100 ton/ha em determinadas épocas de plantio.
Segundo Lucas Pereira Marques, engenheiro agrônomo e gerente técnico da Via Agricola, em Uberaba (MG), a safra de cebola de verão se inicia na região do Triângulo Mineiro com os primeiros semeios a partir da segunda quinzena de dezembro. “O plantio neste mês não é realizado por muitos produtores principalmente pela dificuldade na condução da lavoura plantada nesta época. Sendo assim, os plantios são mais intensos a partir do mês de janeiro, já partindo para fevereiro“, pontua.
Desafios
Os grandes desafios do plantio da cebola de verão estão nos obstáculos devido ao clima nesta época, que pode comprometer a população final de plantas da lavoura e também devido à severidade de algumas doenças devido às condições locais.
As principais doenças são podridão de phytophtora, podridão mole (pectobacterias), botritys e antracnose. Devido à grande influência do clima no cultivo desta época, a produção responde de acordo com as dificuldades enfrentadas pela lavoura, podendo variar entre 30 ton/ha até 70 ton/ha.
Opções em variedades e híbridos
Na região do Triângulo Mineiro o cultivo de sementes híbridas é próximo de 100%, o que se deve às características de produção e padronização que os materiais híbridos possuem.
“Existem materiais específicos para cada época de plantio dentro da safra de cebola de verão e o posicionamento correto deste material é primordial para o sucesso do produtor. Hoje, no mercado, já existem bons materiais para o plantio do verão, e mesmo assim ainda estamos sempre buscando materiais com maior resistência de folhas, melhores formatos e casca. Estes materiais possuem uma boa aceitação no mercado“, considera Lucas Pereira.
Como optar pelo melhor material
Para se escolher um bom material, o especialista recomenda atenção às características do híbrido, como formatos mais arredondados e coloração de pele mais escura, que possuem maior aceitação pelo mercado. “Outros critérios devem ser levados em conta, como a época de semeio, pois para cada plantio existe uma recomendação de população, fotoperíodo e pendoamento, tolerância a doenças e o potencial produtivo“, detalha.
Manejo
Para que se tenha um bom plantio, é preciso realizar um bom preparo de solo, afim de eliminar o máximo de torrões presentes na área. O plantio deve ser feito com semeadoras de precisão, preferencialmente em baixa velocidade, para que se tenha uma melhor distribuição das sementes.
“A regulagem correta da semeadora garantirá o estande de plantas ideal, que deve ser especificado pelo consultor responsável pelo material. As sementes devem ser obtidas por canais de distribuição oficiais, que comercializem e prestem assistência ao produtor“, indica Lucas Pereira.
Investimento
Os produtores de cebola mais tecnificados estão investindo bastante em semeadoras de precisão mais modernas e precisas. Existe, também, uma grande procura por semeadoras importadas que vêm apresentando uma melhor eficiência na distribuição das sementes. Com esses equipamentos mais precisos, Lucas Pereira garante que é possível reduzir a quantidade de semente plantada, e assim reduzir o seu custo nesta etapa.
“O tempo de retorno nestes investimentos depende da área cultivada pelo produtor, mas, em média, na região do Triângulo Mineiro, os investimentos se pagam em pouco mais de dois anos, sendo que o custo da semente gira em torno de 14% do custo da lavoura“, calcula o agrônomo.