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Polo da Rota do Mel em Minas Gerais é lançado por Ministério da Integração e Codevasf

Novas famílias foram estruturadas com kits de apicultura em Ubaí e Januária; semiárido mineiro já produz 730 toneladas anuais de mel

A produção de mel por apicultores familiares em Minas Gerais está sendo fortalecida pelo Ministério da Integração Nacional (MI), por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O ministro Helder Barbalho e a presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, participaram em Montes Claros de ato que lançou um polo piloto da Rota do Mel na região e também estruturou mais famílias de apicultores dos municípios de Ubaí e Januária para a atividade, que já beneficia 1.429 famílias em 50 municípios do semiárido 35352413740_635c8ba189_zmineiro.

Em Ubaí, serão 40 novas famílias beneficiadas com kits apícolas; a prefeitura municipal ficou responsável pela capacitação. Já em Januária, a associação de produtores beneficiada pela ação vai poder ampliar a produção de mel com as novas 700 melgueiras e 700 suportes de colmeia com os quais está agora equipada.

O novo investimento na Rota do Mel em Minas é de R$ 115 mil, recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR/MI). “A Codevasf tem sido um parceiro prioritário do Ministério da Integração Nacional ” junto com o Dnocs, a Sudam, a Sudene e a Sudeco “, para que possamos executar uma das principais missões do ministério que é o desenvolvimento regional, que passa por qualidade de vida, por oportunidade de emprego e de renda“, disse o ministro Helder Barbalho durante o ato.

34899296474_249c7e603f_z“São pequenas ações que têm uma capacidade incrível de geração de renda“, complementou a presidente da Codevasf, Kênia Marcelino.

No semiárido mineiro, os investimentos feitos pelo MI, com a Codevasf, e entidades parceiras no estado ” como Emater e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) ” têm contribuído para uma produção que já alcança, na região, 730 toneladas de mel por ano, com os produtores familiares alcançando renda global de R$ 7,3 milhões.

Nos últimos três anos, foram implantados pela Codevasf, com recursos da SRD/MI, 484 kits de produção apícola familiar no Norte de Minas, sendo mais de 8 mil colmeias instaladas em 22 municípios.

35740221705_ac7c167654_zEm todo o estado a atividade apícola congrega pequenas associações comunitárias que reúnem mais de 5 mil produtores familiares, parte deles estruturada pela Codevasf com equipamentos, como centrífugas, tanques decantadores e embaladoras, além da implantação de seis unidades de beneficiamento de mel instaladas em pontos estratégicos do Vale do São Francisco em Minas.

“O programa Rotas da Integração vem sendo executado há alguns anos com uma parceria muito forte com a Codevasf“, disse Aline Fagundes, diretora substituta de Desenvolvimento Regional do MI. “Estamos hoje lançando, com muita satisfação, o polo piloto da Rota do Mel em Montes Claros; alguns dos melhores produtos de apicultura e meliponicultura de todo o país vêm desta região“, destacou a diretora.

O evento, realizado na sede da 1ª Superintendência Regional da Codevasf, teve a presença de produtores da região, parlamentares e autoridades estaduais e municipais. O superintendente da Codevasf em Minas Gerais, Rodrigo Rodrigues, e servidores da Companhia também acompanharam a cerimônia.

34930723433_435a79efba_zCadeia produtiva

Diversos órgãos federais têm atuado para fortalecer a cadeia produtiva do mel no país. Pela Codevasf, são cerca de R$ 39 milhões investidos desde 2012 para estruturar e capacitar comunidades rurais afetadas pelas estiagens prolongadas para atuar nessa doce alternativa de trabalho e renda. Nos últimos quatro anos, a Codevasf atendeu mais de cinco mil famílias em 151 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará e Maranhão, além de Minas.

Mel de melato

O mel de melato de aroeira, uma substância encontrada exclusivamente no ecossistema Mata Seca, no norte e noroeste de Minas Gerais, é um dos destaques no estado. Esse tipo de mel não é obtido a partir do néctar das flores.

A produção se dá de forma diferenciada: devido à escassez de flores durante a seca, as abelhas utilizam o néctar da aroeira e o melato, um líquido doce resultante do processamento da seiva da planta por insetos (pulgões e cochonilhas), os quais adicionam enzimas específicas e modificam os açúcares do mel. Este, ao contrário do mel convencional, possui uma coloração escura, é menos adocicado e não cristaliza.

Em parceria com a Codevasf, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) realiza pesquisa a fim de estudar os aspectos biológicos, ambientais e a associação entre as abelhas da espécie Apis mellifera e os homópteros (pulgões) para elucidar o ciclo de produção desse mel.

O estudo visa à obtenção do registro da Indicação Geográfica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), de forma a atestar que o mel de melato de aroeira é uma substância exclusiva daquela região de Mata Seca.

Integração econômica

Lançada em 2011, a Rota do Mel é uma estratégia formulada pelo Ministério da Integração Nacional para promover o desenvolvimento da apicultura no Brasil.

Mais de R$ 49 milhões foram investidos em ações que contemplam a capacitação de produtores, distribuição de insumos (colmeias, melgueiras, suporte, cera, equipamentos de proteção individual, carretilha manual, formão, fumigador, entre outros) e a construção de unidades de extração e beneficiamento de mel de abelha. Aproximadamente 9,6 mil famílias já foram beneficiadas.

Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR/MI), o programa Rotas da Integração Nacional contribui com a inclusão e integração econômica de regiões menos desenvolvidas do país aos mercados nacionais de produção, consumo e investimento, a partir da formação de arranjos produtivos locais (APLs). Além de beneficiar o setor produtivo de mel, o programa incentiva outros segmentos como cordeiro, peixe e fruticultura, dentre outros.

As Rotas também dão suporte a ações associadas à infraestrutura (energia, transportes etc.), aos mecanismos de financiamento (fundos regionais e incentivos fiscais) e ao fortalecimento de capital social (associativismo e cooperativismo). Em cinco anos, o governo federal já investiu cerca de R$ 360 milhões.

Mais informações: www.codevasf.gov.br

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