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Por que tratar as sementes de soja?

 

Evaldo KazushiTakizawa

Engenheiro agrônomo da Ceres Consultoria Agronômica

evaldo@ceresconsultoria.com.br

Crédito Marcelo Madalosso
Crédito Marcelo Madalosso

As principais pragas iniciais que atacam as lavouras de soja devem ser monitoradas antes da implantação da cultura, pois podem variar de região para região e de ano para ano. Existem pragas iniciais de grande ocorrência nas principais regiões sojícolas do Brasil, entre elas a lagarta-elasmo, corós, cochonilhas, pulgão-de-raiz, cupins, vaquinhas, lagarta-rosca, Spodoptera, piolho de cobra, larva arame, tamanduá da soja, percevejos, mosca-branca, formigas cortadeiras, tripes e muitas outras.

Apesar do monitoramento antecipado, nem sempre é possível prever com precisão qual destas pragas ocorrerá em populações danosas -daí a importância do tratamento de sementes para preservar a população da soja.

Prejuízos

Os prejuízos causados por pragas e doenças podem ser divididos entre diretos e indiretos. Os diretos dizem respeito à morte da semente ou plântulas formando falhas e reduzindo a população desejada da soja.

Hoje uma semente de soja pode custar até R$ 7,00 o quilo, em consequência, as lavouras perdem a capacidade do teto da produção e os tratos culturais e custos se mantêm inalterados, isto é, o custo por saca produzida aumenta.

Os danos indiretos, quando não provocam a morte da semente ou plântula, resultam em plantas raquíticas, com menor capacidade de produção e permanecem como plantas dominadas, favorecendo o ataque de pragas, doenças e não exercem o efeito cultural de sombreamento capaz de inibir o crescimento de plantas daninhas.

Os números e perdas nem sempre são de fácil apuração, mas em casos extremos podem exigir o replantio de uma lavoura.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Importânciado tratamento de sementes

É importante salientar que o tratamento de sementes não tem a finalidade de proteger apenas contra pragas, mas também contra doenças iniciais e há uma junção de doenças e pragas que podem ampliar os danos provocados.

O tratamento de sementes é uma intervenção química realizada preventivamente e aceita sem restrições. Seu impacto ao meio ambiente é mínimo e os benefícios de proteção da semente e da planta inicial de soja garantem o bom estabelecimento da lavoura.

Não se engane

Como existem vários produtos registrados para o tratamento de sementes,é recomendável que o produtor se certifique com as empresas detentoras de cada um destes produtos quais são os procedimentos sugeridos por elas.

Genericamente falando, o tratamento de sementes deve ser realizado por equipamentos específicos para essa finalidade, de forma a causar a menor injúria sobre as sementes e garantir uniformidade de cobertura dos produtos.

Alguns produtos podem exigir adjuvantes, como corantes, para melhor visualização da qualidade de recobrimento, e polímeros para melhorar a fixação do tratamento de semente, além de proteger os aplicadores com equipamentos de proteção individual (EPI).

Hoje, o tratamento de sementes industrial (TSI) é uma forma segura de adquirir sementes tratadas sem exposição aos riscos de intoxicação.

Novidades

Os produtos disponíveis para tratamento de sementes estão cada vez mais eficazes para alvos de difícil controle, como é o caso da lagarta-elasmo e da mosca-branca, com doses cada vez menores e pouco risco de intoxicação humana, além de baixa fitotoxicidade à semente e plântula.

As novidades no TSI são os equipamentos mais precisos, com doses exatas por semente e sem injúrias a ela, e polímeros que preservam os produtos aderidos à semente sem que haja perdas, todos acompanhados de análises laboratoriais que certifiquem a qualidade do tratamento.

Sem errar

É muito comum, entre os agricultores, não perceber as evoluções e os ajustes ocorridos no tratamento de sementes de soja.Atualmente, com produtos e técnicas mais avançadas, que preservam a qualidade da semente, é necessário que os agricultores tenham acesso e tenham o senso crítico para escolher o que for mais adequado à sua realidade. Esta escolha deve ser isenta de interesses comerciais e o custo adequado com os benefícios obtidos com a adoção do tratamento de sementes.

Essa matéria você encontra na edição de setembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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