Precisamos usar mais (não menos) madeira de lei em grandes projetos

Além de serem os pulmões do planeta, as florestas são uma importante fonte de renda, de bem-estar, e de produtos renováveis.

0
282
Crédito Divulgação

David Venables
Diretor do American Hardwood Export Council para a Europa

Designers e consumidores ainda são muito moderados no uso de qualquer madeira de lei devido às constantes divulgações relacionadas ao desmatamento tropical. Mas a realidade é que as florestas deste tipo de madeira, que podemos classificar como dura, resistente e de alto valor comercial, estão se expandindo na América do Norte e na Europa e não diminuindo, como muitos acreditam. O volume permanente de madeiras nas florestas americanas mais que dobrou nos últimos cinquenta anos, segundo estudos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, chegando a 310 milhões de hectares e abrangendo 8% do total de florestas do mundo.

Além de serem os pulmões do planeta, as florestas são uma importante fonte de renda, de bem-estar, e de produtos renováveis, o que colabora na manutenção saudável da economia global.

A sustentabilidade, para nós, não caracteriza-se apenas em cultivar mais árvores do que são extraídas, mas também a forma com que a madeira é tratada e utilizada. Designers e fabricantes têm a responsabilidade de usar esses materiais oriundos da madeira de forma eficiente e abraçar o que a natureza produz. É, portanto, encorajador ver que ficaram para trás os dias em que os móveis de madeira eram apenas linhas retas e sem cores vivas. Em vez disso, o aspecto rústico está agora em todos os ambientes, o que significa que podemos tiramos mais proveito de cada árvore.

Enquanto o mercado parece ter se concentrado nos últimos anos apenas em carvalho e nogueira, é hora de adotarmos mais espécies – não apenas do ponto de vista da sustentabilidade, mas também de oferecer mais opções de cores, características e padrões para entusiasmar os designers e os consumidores. A madeira e seus derivados não perdem ao oferecer alternativas ao aço, concreto e fibras têxteis e resultam em menor impacto ambiental. 

O que aconteceu com o bordo e a cerejeira? Por que não estamos fazendo mais móveis com essas madeiras de alto desempenho? Essas são algumas perguntas que temos feito e, por reconhecermos o valor, temos projetos e colaborações centrados nessas espécies.

No entanto, é necessária uma grande mudança de pensamento para que esse potencial seja amplamente aproveitado como merece, promovendo uma verdadeira revolução no setor moveleiro e de construção, fornecendo energia renovável e novos materiais inovadores e avançando para uma bioeconomia circular com neutralidade climática.

Usamos madeira de lei há milhares de anos, mas acredito que esta matéria-prima seja mais relevante agora do que nunca. As pessoas valorizam o toque, o cheiro e a aparência, e esses sentidos nos motivam e nos fazem querer comprar, consumir e trabalhar com esse material. Portanto, se você também deseja levar em conta a enorme contribuição ambiental que pode ser obtida com um material renovável e de baixo impacto ambiental, que armazena carbono e ainda tem valor agregado por isso, seria quase irresponsável não fazer mais uso dele.  A madeira é renovável e especialmente versátil. Mesmo sendo uma das matérias-primas mais antigas da humanidade, as inovações no desenvolvimento de produtos à base de madeira de lei nos transportam para um futuro mais amigável, com ambientes cada vez mais cercados e preenchidos por produtos naturais, e tendo a sustentabilidade sempre em mente na hora de adquirir bens.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!