O Brasil é o segundo maior produtor de milho de pipoca do mundo com uma produção de cerca de 300 mil toneladas. Boa parte da produção, cerca de 220 mil toneladas, fica no próprio país, para consumo interno. O maior produtor mundial são os Estados Unidos com pouco mais de 375 mil toneladas. Em plena colheita, as previsões de produção para esta safra são boas, mas a cultura exige cuidados especiais, principalmente em relação à umidade do grão.
Mais sensível que o milho comum, a safra do milho de pipoca exige todo um acompanhamento e suporte do plantio à colheita, bem como o controle de qualidade do grão por meio de equipamentos de controle de qualidade. Portanto, a colheita deve ser realizada de forma adequada, pois um trincado no milho pode ser o suficiente para que o grão não estoure.
Além da preocupação para que o milho não trinque, as indústrias também levam em consideração a cor e aparência do grão. Desta maneira, a produção deve seguir os melhores padrões de qualidade, para assegurar uma pipoca de altíssima expansão.
A produtora rural no Mato Grosso, engenheira agrônoma Lígia Bronholi Pedrini, já produziu milho de pipoca durante 6 anos. Ela afirma que é preciso acompanhar o processo do plantio à venda do produto. “O milho comum tem tecnologias embarcadas que o torna mais resistente a pragas e doenças, mas o milho pipoca não tem e, por isso, são necessários cuidados especiais no manejo e nas aplicações de fungicidas.
Após 100 dias de plantio, quando se inicia a secagem da palha que recobre a espiga, o milho pipoca já está quase no ponto da colheita. A partir daí o produtor deve acompanhar diariamente a umidade dos grãos.
Segundo Lígia, é recomendado colher o grão com umidade inferior a 15%. Se o teor estiver acima de 15%, é necessário passar pelo processo de secagem lenta para que as altas temperaturas não causem o trincamento do endosperma (tecido de reserva dos grãos que representa cerca de 83% da matéria seca total do grão), prejudicando a qualidade e capacidade de expansão da pipoca.
“A secagem, dentre outras operações de pós-colheita, tem sido considerada um importante fator que influencia a qualidade dos grãos, por isso as temperaturas devem estar adequadas, porque senão o calor provoca o estouro precoce do grão”, explica Lígia, acrescentando que a safra demanda todos esses cuidados, mas o grão é bem remunerado, quando apresenta qualidade.
A Instrução Normativa 61/2011, do Ministério da Agricultura e Pecuária, recomenda usar a baixa temperatura, ao redor de 35°C, para a secagem do grão. Em locais de baixa umidade, podem ser utilizados processos que envolvem apenas ventilação. Os grãos colhidos com umidade menor que 17% podem ser armazenados em silos aerados atingindo uma umidade de 14%. Em seguida, deve-se armazená-los à sombra em local bem ventilado até completar a umidade que proporciona o máximo de qualidade da pipoca, ou seja, entre 12,5% e 13,5%.
O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, empresa detentora da marca Motomco de Medidores de Umidade de Grãos, destaca que cada cultivar tem uma umidade adequada para proporcionar uma boa qualidade de pipoca.
Segundo ele, para a comercialização é fundamental que o produto tenha uma boa aparência e alta capacidade de expansão. “A uniformidade no tamanho dos grãos é um aspecto que também contribui para aumentar a capacidade de expansão”, afirma Smolareck.
Para alcançar todo potencial da safra é preciso adotar as melhores práticas de lavoura, usando maquinários eficientes, como plantadeira, e soluções tecnológicas que facilitem o processo, como os medidores de umidade de grãos, que podem indicar o momento exato da colheita.
“O produtor rural que souber usar a tecnologia a seu favor para otimizar a qualidade do grão pode ter bons resultados. Isso porque essas tecnologias ajudam na produção, na colheita, no armazenamento e na estocagem do produto, o que eleva a qualidade do grão”, enfatiza o engenheiro agrônomo, lembrando que a cultura do milho de pipoca constitui-se numa boa opção econômica para pequenos produtores.