A estiagem nas últimas safras tem gerado muita preocupação e prejuízos bilionários aos produtores, principalmente aos gaúchos, e as projeções futuras não são muito animadoras com a chegada do inverno. Segundo o mais recente levantamento das safras brasileiras 2021/2022, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa mostra mais uma vez uma quebra de safra de 41,2% devido à estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul na primavera e, de forma mais intensa, no verão. Assim, a produção de soja deve ser concluída na casa das 9,1 milhões de toneladas do grão. Resultado que deve ser 56,2% menor do que a safra recorde da temporada de 2020/21 de 20,8 milhões de toneladas.
Para não ficar refém das condições climáticas e tampouco colocar a sua produção em risco, o produtor e engenheiro agrônomo, Leandro Granella, de Getúlio Vargas, região Noroeste, distante cerca de 350 km da capital Porto Alegre, resolveu investir em um sistema de irrigação. “Nos últimos 30 anos passamos por muitas estiagens severas e veranicos, além disso muitos planos econômicos nos deixaram descapitalizados, era preciso buscar alternativas”, diz.
Há três anos, o agricultor que cultiva em torno de 310 hectares, entre soja, milho, feijão e trigo, instalou o seu primeiro pivô de 15 hectares. “Visitamos algumas propriedades onde já existia irrigação, e fomos amadurecendo a ideia. Tínhamos todos os elementos que precisávamos, um açude pronto e uma coxilha, o pivô dava volta e perdia muito pouco, a rede elétrica também passava bem pertinho. Quando a representação da Lindsay, com a marca Zimmatic chegou na região, foi a hora de arriscar”, lembrou o produtor.
Já com o equipamento em operação na safra de 2019/20, Granella obteve um bom resultado tanto no milho quanto no feijão. No ano seguinte, a safrinha foi excepcional, e segundo ele, despertou o interesse em investir em mais um pivô. Foi quando adquiriu um equipamento de 35 hectares. “Para esse segundo, por ser bem maior, tive que fazer um novo açude de dois hectares e puxei uma nova linha de transmissão para fazer uma subtração interna”, lembra.
Novos negócios
Com os novos investimentos na propriedade e um sistema de irrigação bem estruturado, o agricultor foi procurado por uma grande empresa do mercado para produzir semente de milho híbrido. “Foi o melhor negócio que eu fiz na minha vida, a minha produtividade de milho semente foi uma das melhores da região. O empreendimento rendeu 300 sacas por hectare de produto indústria, o que em ano de estiagem e preços altos, me rendeu uma receita líquida muito positiva”, comemorou.
Com o excelente resultado, o pivô adquirido por Granella se pagou no primeiro ano. Feliz com os resultados, o produtor já encomendou o terceiro equipamento que deve ser entregue e montado pela equipe da Lindsay nas próximas semanas. Após a conclusão, a área total irrigada somará 65 hectares. “Além da certeza da colheita, os pivôs foram decisivos na nossa capitalização de não ficar dependente de financiamentos bancários”, diz.
Outro fator importante apontado pelo agricultor foi a economia de energia e a facilidade da tecnologia do FieldNET, também da Lindsay, para gerenciamento remoto das lavouras. “Eu ligo, desligo os equipamentos pelo celular e ainda consigo programar o seu funcionamento principalmente à noite, no horário de menor custo da tarifa elétrica”, acrescenta.
Disseminando conhecimento
Com os resultados consolidados em sua fazenda, Granella também ajuda outros produtores, principalmente de sua região, prestando consultoria de assistência técnica. Inclusive ele foi um dos palestrantes em evento organizado pela SIA Representações de Equipamentos LTDA, de Erechim/RS, revenda especialista em projetos de irrigação por pivô central, distribuidora dos produtos Zimmatic e FieldNET by Lindsay, que reuniu diversos agricultores para troca de conhecimentos e informações.
Na oportunidade, o engenheiro agrônomo com outros três colegas, falaram sobre o potencial da irrigação na região. “Aconselhamos o pessoal, falamos das dificuldades que enfrentamos, principalmente a parte elétrica que tem que se programar com o tempo, pois, algumas empresas demoram para ligar a energia. Além disso, é preciso atenção com as licenças ambientais. São muitos detalhes que precisam de cautela para comprar e instalar um pivô e começar a ter ganhos de produtividade”, destaca Granella.
Segundo Marcos Vinicius de Quadros, sócio proprietário da SIA, o objetivo do evento foi cumprido, pois é preciso disseminar a importância da agricultura irrigada e seus benefícios. O encontro aconteceu no formato de mesa redonda, exclusiva para 50 clientes potenciais da revenda na região.
Além da palestra técnica do engenheiro agrônomo, Gabriel Guarda, especialista da Lindsay, mais quatros produtores contribuíram com perfis e experiência prática diferente com irrigação para dar todas as referências sobre etapas e momentos de irrigar. “Foi um encontro muito produtivo, organizado e idealizado por nós, demos um direcionamento aos convidados que era o nosso principal objetivo. Já fechamos um projeto para um produtor que foi convidado e aos poucos vamos disseminando a cultura da irrigação em toda nossa região”, finaliza Quadros.