Autor
Luís Paulo Benetti Mantoan
Biólogo e doutor em Ciências Biológicas/Fisiologia Vegetal – UNESP-Botucatu
luismantoan@gmail.com
Carla Verônica Corrêa
Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia/Fisiologia e Nutrição De Plantas – UNESP-Botucatu
cvcorrea1509@gmail.com
Além dos equipamentos e sistemas de corte adequados, a madeira, para ser beneficiada, segue alguns passos que são comuns em todas as indústrias de beneficiamento. Alguns requisitos não são normas obrigatórias, mas a maioria das indústrias de beneficiamento de madeira os seguem. Outros são procedimentos obrigatórios, e são fiscalizados pelo Ibama. Para agilizar o processo produtivo é preciso estar atento a todas as etapas da exploração.
Orientação
A forma com que as técnicas de corte podem aumentar ou diminuir a produtividade das principais espécies florestais de interesse econômico dependerá da espécie em questão. Outro aspecto importante a levar em consideração é a finalidade dessa madeira. Como exemplo, podemos citar o eucalipto. Essa espécie pode ser destinada à obtenção de toras, papel e celulose, lenha para silos, madeira para indústria, entre tantas outras.
Em geral, todas as espécies são beneficiadas com as técnicas adequadas de corte. No entanto, as espécies que apresentam rebrotas são as que mais merecem atenção em relação aos cuidados com a colheita, ou seja, com o corte. Como exemplo de espécie que apresenta rebrota, tem-se o eucalipto, justamente a espécie mais cultivada no Brasil. Por isso a importância de se investir em maquinário adequado para efetuar seu corte.
Para se ter uma ideia, os plantios de eucalipto ocupam em torno de 5,6 milhões de hectares da área de árvores plantadas com destino comercial no País, enquanto os plantios de pinus ocupam 1,6 milhão de hectares.
Manejo
O corte da madeira corresponde ao processo de colheita, sendo constituído pelo corte e baldeio. A colheita mecanizada é realizada pelas máquinas Harvester’s e Forwarder’s, em um método conhecido como sistema full tree.
Harvester corresponde a um trator de colheita constituído de máquina base automotriz com rodado de pneus, esteiras metálicas ou mistas (pneus com esteiras) e lança hidráulica para alcance das árvores. O processo consiste em cortar, descascar, desgalhar e seccionar as toras no tamanho estipulado.
O Forwarder corresponde a um trator florestal, empregado no transporte da madeira cortada pela Harvester até a estrada. Após carregadas até um local de melhor acesso, a madeira é carregada nos caminhões e encaminhada até a indústria de celulose.
Ainda há casos em que as árvores são cortadas com o auxílio de motosserras. No entanto, trata-se de um método que exige mais mão de obra e muito esforço humano. Dessa forma, a colheita mecanizada é uma realidade nos atuais plantios florestais, tanto pelas grandes áreas, redução de custos e rapidez no processo de colheita, transporte e beneficiamento.
Custo
O custo para aquisição de maquinário é elevado. No entanto, devido à maior agilidade no processo de colheita, acaba compensando. Os produtores também têm a opção de terceirizar o processo. Atualmente, há empresas com todo o maquinário necessário para colheita e com mão de obra especializada. É uma opção bem interessante.
A mecanização da colheita é uma tendência cada vez mais frequente e necessária. Seja por meio de máquinas próprias ou terceirizadas, vale a pena o investimento. No entanto, os produtores, ao implantar uma floresta comercial, devem investir em bom preparo de solo, genótipos de qualidade e altamente produtivos e manejar adequadamente pragas, como formigas cortadeiras, pois a qualidade da colheita dependerá da qualidade do manejo dessas florestas.
Mais produtividade
As técnicas de cortes por meio mecanizado significam menores perdas de madeira, maior qualidade dessa madeira, maior rapidez na colheita e, assim, retirada mais rápida do local de corte. Dessa forma, há menores riscos de quebras de brotações que originarão novas árvores que serão novamente cortadas em torno de cinco a sete anos, citando como exemplo o eucalipto.
Resultados de campo são ilustrados pela maior rapidez e otimização no corte das florestas. Maior agilidade e precisão significa menores custos no processo e, dessa forma, o campo de florestas destinadas à comercialização vem se modernizando cada vez mais. Os maquinários de alta qualidade vêm sendo desenvolvidos amplamente.
Direto ao ponto
Cuidados com o manejo das florestas desde sua implantação até a colheita são imprescindíveis. De nada adiantam técnicas modernas de cortes se as florestas não apresentarem seu máximo potencial de produção.
Outro aspecto importante é a qualidade dos funcionários que realizarão o corte. Isso ainda é um entrave, pois a colheita vem se modernizando com equipamentos cada vez mais precisos que necessitam de pessoal qualificado.