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Qual o valor de uma flor de soja?

Autores

Lucas Anjos de Souza
Doutor e mestre em Biologia Vegetal, e professor do Polo de Inovação em Bioenergia e Grãos – IF Goiano, Campus Rio Verde
lucas.anjos@ifgoiano.edu.br
Polyana Cristina dos Santos Sales
Engenheira agrônoma e pós-graduanda em Bioenergia e Grãos – IF Goiano
polyanasalesrv@hotmail.com

Crédito: Miriam Lins

De acordo com os dados da Conab 2017/18, a produtividade média de soja no Brasil é de 3.333 kg.ha-1, número bem longe do que se pode ser alcançado de acordo com os autores Ventimiglia et al. (1999), que relatam que se todas as flores presentes em R2 (florescimento) se transformassem em legumes, o rendimento poderia alcançar de 18.000 kg.ha-1, ao passo que se todos os legumes formados até R5 (início do enchimento de grãos) alcançassem a maturação o rendimento seria de 10.000 kg.ha-1.

Portanto, cada flor de soja é de extrema importância para o alcance de altas produtividades e a fase de florescimento é crucial para o alcance deste objetivo.

Manejo nutricional para a boa florada

Muitos fatores contribuem para o sucesso no estádio reprodutivo da soja, como temperatura ideal para florescimento, disponibilidade de água e luz, além do manejo de nutrientes e hormônios que possuem papel fundamental neste momento para a soja.

A suplementação, por exemplo, de boro (B) e cálcio (Ca) é importante no florescimento da cultura, pois o B melhora a fecundação e formação dos grãos, enquanto o Ca ajuda na retenção das vagens recém-formadas. O fósforo (P) também é importante para a maior produção de flores e menor abortamento.

Na deficiência de P, há um crescimento reduzido da planta e diminuição na floração e no pegamento de vagens, além de raízes mal desenvolvidas (Silva, 2005). Já a baixa mobilidade do Ca e do B na planta leva os agricultores à adubação via foliar (Malavolta; Gomes; Alcardes, 2002).

Musskopf e Bier (2010) desenvolveram um trabalho em solo do tipo latossolo vermelho distroférrico, em Cascavel (PR), onde comprovaram que a aplicação foliar de Ca e B na dose de 1,0 kg.ha-1, nos estádios R1 e R3, apresentaram resultados satisfatórios na produtividade, aumentando o número de vagens por planta.

Na ponta do lápis

O manejo nutricional adequado da soja inicia-se na adubação e correção do solo e deverá ser suplementada de acordo com a demanda de nutrientes pela cultura. A consciência de como está a fertilidade do solo e a programação de aplicação de nutrientes de forma foliar pode agregar em produtividade e é fundamental para o bom manejo nutricional desta cultura.

As aplicações foliares, quando feitas, devem respeitar o momento adequado de aplicação e as doses recomendadas pelo fabricante, afim de que se extraia o máximo oferecido pelos nutrientes para a planta.

A diagnose de deficiência foliar também é de extrema importância, além do manejo fitossanitário, que também deve ser realizado e que pode, sem dúvida, ser associado ao uso desses nutrientes a fim de que a aplicação foliar possa ser melhor aproveitada.

Investimento x retorno

Visto o baixo custo das suplementações de nutrientes importantes para a etapa reprodutiva da soja, maior produção de flores e melhor fixação das flores e vagens, a vantagem é explicita. Uma flor de soja fixada irá gerar uma vagem com dois ou três grãos que, de acordo com o PMS de cada cultivar, poderá render ao produtor muito mais que o investimento empregado.

“Cada flor de soja é de extrema importância para o alcance de altas produtividades e a fase de florescimento é crucial para o alcance deste objetivo”

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