O Brasil é o maior produtor de café do mundo, produzindo anualmente cerca de 60 milhões de sacas em quase dois milhões de hectares, por aproximadamente 300 mil cafeicultores. Em meio a todos estes grandes números, como diferenciar e gerar valor para o café brasileiro buscando um espaço para além das commodities?
Na busca desta resposta é onde trabalham as lideranças que estão à frente das Regiões Produtoras de Café do Brasil com Origem Controlada, que são territórios que produzem café e possuem Indicação Geográfica ou Marca Coletiva, instrumentos e ferramentas de proteção, controle e promoção da Origem através da demarcação e caracterização do território, um título que no Brasil é registrado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a exemplo do que possuem as mais famosas regiões de vinho e queijo na Europa como Champagne, Bordeaux, Brunello Di Montalcino, entre outras.
A resposta para a diferenciação do café brasileiro está na diversidade de cada uma destas regiões. E esta diversidade não está apenas na qualidade do café! Estamos falando de uma variante de pessoas, terroir, natureza, cultura, tecnologia, e uma série de outras que somadas produzem um leque muito amplo de possibilidades, enriquecem e diferenciam a cafeicultura brasileira.
Pensando nisso, um grupo formado por 14 regiões produtoras de café do Brasil, que possuem origem controlada, irá apresentar seus cafés em um cupping inédito na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte (MG), na sala de cupping oficial, em um evento exclusivo para convidados.
O executivo de uma das Regiões Produtoras participantes, Juliano Tarabal, Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro, destaca alguns detalhes do evento. “Teremos uma iniciativa inédita no país. Uma ação integrada de 14 Regiões de Café do Brasil que possuem Indicação Geográfica ou Marca coletiva ou estão em processo de obtenção, trabalhando juntas por um posicionamento estratégico que visa a valorização e geração de percepção destes territórios. Durante o cupping, cada região irá apresentar dois cafés: um que represente as principais características do terroir e outro que demonstre o potencial máximo de qualidade de cada terroir, permitindo uma experiência única aos participantes”, pontua.
De acordo com o Projeto Minas Coffee Origin, do Sebrae Minas, para uma região ser considerada uma origem controlada deve seguir alguns critérios como: área demarcada, governança atuante, proteção, produção controlada, alta qualidade, rastreabilidade e impacto coletivo.
Farão parte da ação as seguintes regiões com origem controlada: Alta Mogiana, Campo das Vertentes, Caparaó, Cerrado Mineiro, Chapada de Minas, Chapada Diamantina, Conillon Capixaba, Mantiqueira de Minas, Matas de Minas, Matas de Rondônia, Montanhas do Espírito Santo, Norte Pioneiro do Paraná, Região Vulcânica e Sudoeste de Minas.
Segundo Cecilia Nakao, presidente da APEC, entidade Gestora da Denominação de Origem Caparaó, as regiões produtoras de café contam com a chancela do INPI para se apresentarem ao mundo em forma de IG, Indicação Geográfica, destacando a história e a cultura dos cafeicultores e as características de seus grãos.
“Já existem várias regiões reconhecidas e também em vias de reconhecimento pelo Instituto, para que os consumidores possam experienciar os grãos com proteção de origem, garantia de qualidade e rastreabilidade na produção. As origens produtoras de café chegam juntas e unidas neste evento para encantar e apresentar o Brasil de todos os sabores”, ressalta Cecília.
A iniciativa irá acontecer na sala oficial de Cupping da Semana Internacional do Café, no Expominas, em Belo Horizonte, no dia 18 de novembro, às 11h. Trata-se de um evento fechado para convidados, que serão representantes da indústria, micro-torrefações, barismo e imprensa.