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Shelf-Life: da segurança alimentar à redução do desperdício

Divulgação

Já parou para pensar na importância da embalagem em relação à segurança alimentar e à redução do desperdício de alimentos? O Brasil ainda enfrenta grandes desafios em ambos os casos. Segundo o último estudo do IBGE, realizado em 2023, 21,6 milhões de domicílios (27,6%) são afetados por algum grau de insegurança alimentar. Por outro lado, anualmente o Brasil perde ou desperdiça 42% do seu abastecimento alimentar, de acordo com relatório da Food Law and Policy Clinic (FLPC).

A extensão da vida útil (shelf-life) dos alimentos pode ser uma grande aliada para mudar esse cenário, melhorando a eficiência na distribuição de alimentos e garantindo a segurança e a qualidade sensorial, nutricional e microbiológica. Produtos com vida útil prolongada podem ser transportados por longas distâncias sem risco de deterioração, permitindo que áreas remotas ou com insegurança alimentar recebam produtos frescos e nutritivos.

O Instituto de Embalagens, que atua há quase 20 anos no ensino sobre embalagens, destaca que os alimentos com shelf-life prolongado podem ser mais facilmente estocados e distribuídos por bancos de alimentos e outras organizações de doação, permitindo que excedentes de alimentos cheguem a populações necessitadas antes de se tornarem impróprios para consumo. Isso tem um impacto positivo tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Além disso, o shelf-life permite um melhor planejamento e rotação de estoques, garantindo que os produtos mais antigos sejam vendidos primeiro, evitando perdas por vencimento de prazo.

“A embalagem com tecnologia shelf-life assegura o sabor, textura, aroma e aparência dos alimentos e é fundamental na garantia da segurança alimentar e redução do desperdício no mundo. Ela assegura que os alimentos e bebidas cheguem ao consumidor final em perfeitas condições de consumo, o que é essencial para combater a fome global, permitindo que mais pessoas tenham acesso a alimentos seguros e nutritivos”, ressalta a Diretora do Instituto, Assunta Napolitano Camilo.

Composição e formulação, processamento, embalagem, armazenamento, logística de transporte e contaminação cruzada são fatores que afetam a vida útil. Para os consumidores, entender isso é essencial para garantir a segurança e a qualidade do que consomem. Segundo a diretora, embalagens com shelf-life atendem à tendência de consumo relacionada à saúde. Produtos fora do prazo de validade podem desenvolver microrganismos patogênicos, como bactérias e fungos, que representam riscos à saúde dos consumidores.

“A busca por aumentar o shelf-life leva à inovação no desenvolvimento de novos materiais e tecnologias de embalagens, como embalagens inteligentes que podem indicar a condição do produto, embalagens com barreiras aprimoradas contra oxigênio, umidade e luz, embalagens a vácuo e filmes de alta barreira. Sem contar que a tendência de sustentabilidade também é atendida, tendo em vista que de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas à perda e ao desperdício de alimentos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas)”, pontua Assunta.

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