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Silício – Mais resistência do arroz à mancha-parda

Carla Verônica Corrêa

cvcorrea1509@gmail.com

Bruno Novaes Menezes Martins

brunonovaes17@hotmail.com

Engenheiros agrônomos e doutorandos – UNESP, campus de Botucatu

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

O silício é considerado um elemento benéfico, e sua suplementação vem sendo adotada como eficiente estratégia para aliviar os efeitos negativos tanto de estresses bióticos como abióticos.

Culturas como o arroz são consideradas acumuladoras de silício. Assim, pesquisas mostram o efeito benéfico do silício na cultura para redução do acamamento, maior resistência ao ataque de pragas e doenças, além da redução do efeito de estresses, como variações de temperatura e precipitação.

Um aspecto importante atribuído ao silício é a sua atuação na arquitetura das plantas, que favorece a fotossíntese ao proporcionar folhas mais eretas, permitindo maior penetração de luz solar, maior absorção de CO2, ocorrendo assim maior eficiência e incremento da taxa fotossintética, o que resulta em incremento na produtividade.

Essa atuação do elemento na arquitetura se deve ao fato do silício aumentar o fortalecimento e a rigidez da parede celular, por ocorrer o seu acúmulo abaixo da cutícula foliar e o espessamento dela, o que contribui para o enrijecimento da parede e assim dificulta a penetração de hifas de fungos.

Prejuízos à cultura do arroz

Os prejuízos causados por pragas e doenças à cultura serão dependentes das condições edafoclimáticas, da resistência genética, dos tratos culturais e do órgão da planta que sofre o ataque.

As sementes infectadas apresentam redução na germinação. Na fase da emergência das plântulas, o fungo causa lesões no coleóptilo de cor marrom e formato circular ou oval, acarretando a queima e a morte dessas plântulas, o que resulta em falta de uniformidade do plantel.Observa-se, ainda, redução da produtividade quando a doença afeta a folha bandeira e panículas. Nos grãos, formam-se manchas marrons escuras, o que resulta em perda da qualidade dos grãos.

Ação do silício

Existem duas formas de atuação do silício. A primeira é estrutural, em que a deposição de silício abaixo da cutícula forma uma barreira para a penetração do fungo. A outra envolve alterações e especializações de rotas metabólicas que levam à produção de fitoalexinas que atuam na defesa da planta contra o ataque do patógeno.

No entanto, também se pode destacar a redução do acamamento, o que impede a formação de microclimas favoráveis ao desenvolvimento dos fungos. Contudo, resultados reforçam a hipótese de que o Si potencializa mecanismos de defesa em plantas e não atua apenas de forma passiva na resistência.

A eficiência do silício está diretamente relacionada a outros fatores, como condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento do fungo, estado nutricional da planta e genótipo empregado.

No entanto, em muitos casos o uso de silício pode reduzir em mais de 50% a incidência da doença, enfatizando assim a potencialidade do elemento como estratégia de controle da mancha-parda.

Um aspecto importante atribuído ao silício é a sua atuação na arquitetura das plantas - Fotos Shutterstock
Um aspecto importante atribuído ao silício é a sua atuação na arquitetura das plantas – Fotos Shutterstock

Doses e quando aplicar

As dosagens de silício são muito variáveis. Quando a aplicação é feita via solo, a dosagem será de acordo com a necessidade de calagem desse solo, uma vez que a fonte usada para a correção será também fonte de silício, como por exemplo, silicato de cálcio. No entanto, quando aplicada via foliar, as doses recomendadas são de 2 L ha-1 de Si.

A aplicação pode ser realizada antes mesmo da implantação da cultura. Como exemplo, tem-se o uso do silicato de cálcio como corretivo de acidez do solo. Assim, além de cálcio, também há o fornecimentodo silício.

Outra forma de aplicação é via foliar. Assim, esta aplicação pode ser realizada junto com as pulverizações de outros produtos. No entanto, alguns resultados experimentais vêm mostrando que a aplicação via solo apresenta melhor controle da mancha-parda quando comparada à aplicação via foliar. Isso provavelmente se deve ao fato da planta ter a possibilidade de acumular esse elemento desde a fase inicial de seu desenvolvimento.

A aplicação de silício via solo apresenta a vantagem de ser realizada em uma única vez durante o ciclo da cultura. Além disso, as concentrações de silício são maiores quando sua aplicação é realizada via solo do que quando via foliar. Os melhores resultados de controle da mancha-parda vêm sendo obtidos pela aplicação no solo.

Em campo

Resultados de campo mostram, com o uso do silício, redução da incidência tanto da mancha-parda como de outras doenças; redução de danos causados por pragas; aumento da tolerância da cultura aos efeitos de estresses do ambiente; redução do acamamento; plantas eretas, o que resulta na melhor penetração de luz e, consequentemente, aumento da fotossíntese; redução da toxidade causada por micronutrientes, alumínio e salinidade; aumento da produtividade.

Essa matéria completa você encontra na edição de Agosto 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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