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Sinal de alerta: mancha de septória em alface

Saiba como identificar e controlar essa doença fúngica. Leia o artigo completo e conheça as práticas integradas de manejo para prevenção e controle da doença

Crédito: UFRGS

Talita Araújo
Graduanda em Agronomia – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Vale do São Lourenço (EDUVALE)
talitaaraujo02@gmail.com
Marla Silvia Diamante
Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia/Horticultura – UNESP e pesquisadora na empresa Assist – Consultoria e Experimentação Agrícola
marlasdiamante@gmail.com

A septoriose, causada pelo fungo Septoria lactucae Passerini, é uma das doenças mais importantes que afetam a cultura da alface (Lactuca sativa L.), muito comum em regiões de clima ameno e em épocas chuvosas.

Em condições favoráveis para o desenvolvimento do fungo (alta umidade e temperatura na faixa de 10 a 28°C), a doença evolui de forma ascendente nas plantas, causando amarelecimento, seguido de seca e queda das folhas, e dessa forma prejudicando o valor comercial do produto.

Isso ocorre devido à redução, de forma significativa, da produtividade e qualidade das folhas, justamente pela redução da área fotossintética da planta. O fungo ataca principalmente as folhas, mas pode afetar também a haste e os órgãos florais em campos de produção de sementes.

Sintomas

Contudo, antes mesmo do prejuízo, é importante relatar as características da doença para sua possível identificação e tomada de decisão para o controle. Com relação aos sintomas, podemos destacar o surgimento de manchas com contornos irregulares.

O tecido afetado, inicialmente com aspecto desidratado, torna-se pardacento, com numerosos pontos de cor escura, que são os corpos de frutificação do fungo. Esses corpos de frutificação são os picnídios, visíveis a olho nu.

Quando em ambiente úmido, verifica-se na parte superior dos picnídios uma massa de esporos (cirros) que só é liberada na presença de água. Caso não haja a presença de água, os conídios não germinam e dificilmente são disseminados pelo vento.

Controle e manejo

Como recomendação para o controle da doença, tem-se utilizado manejo integrado de algumas práticas, como por exemplo, o uso de sementes de boa qualidade e procedência para o preparo das mudas; utilizar um espaçamento adequado à cultivar escolhida, não adensando muito as plantas para evitar a formação de microclima apropriado para o desenvolvimento da doença; rotação de culturas, evitando o acúmulo de inóculo no solo (por no mínimo três anos); plantio distante de lavouras mais velhas ou infectadas com o patógeno; adubação balanceada e a aplicação de fungicidas como medida preventiva.

Outro ponto importante é a irrigação, de modo a não permitir o excesso de água, tornando imprescindível o manejo adequado do molhamento das plantas.

Com relação ao uso de fungicidas, comumente o controle da septoriose é realizado com a aplicação foliar com fungicidas de contato e sistêmicos, visto que não existem variedades resistentes a este fungo.

As estrobilurinas (azoxistrobina e piraclostrobina), triazóis (difenoconazol), ditiocarbamatos (metiram) e carboxamidas (fluxapiroxade) são os grupos químicos utilizados nas formulações de produtos registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a doença na alface, os quais têm ação preventiva ou curativa.

Comumente, as aplicações podem ser realizadas com intervalos de no mínimo sete dias, entretanto, deve ser consultada na bula de cada produto, visto que as tomadas de decisão para o controle devem levar em consideração a severidade do ataque da doença.

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