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Soja precoce: Melhoristas genéticos fizeram um ótimo trabalho

Autor

João Pascoalino
Coordenador-técnico e de Pesquisa do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB)

A soja precoce, de forma simples e resumida, representa as variedades que se desenvolvem (do plantio à colheita) em um menor espaço de tempo, quando comparadas às variedades de ciclo médio ou tardio.

Neste cenário, é importante relatar que existem diferentes grupos de maturação e cada qual com sua particularidade em relação à duração do ciclo, tais como: superprecoce (maturidade é alcançada em até 60 dias após a semeadura), precoce (maturidade é alcançada entre 61 e 70 dias após a semeadura), médio (maturidade é alcançada entre 71 e 90 dias após a semeadura) e tardio (maturidade é alcançada a partir de 91 dias após a semeadura).

Crédito Miriam Lins

Entenda melhor

A duração do ciclo é dependente de fatores climáticos, assim podendo ser específica para cada região de cultivo. Por exemplo, no Estado de Minas Gerais considera-se cultivares precoces aquelas com ciclo entre 101 a 110 dias, enquanto que no Paraná o ciclo seria de até 115 dias (Embrapa-CNPSo, 2008).

Encaixe perfeito

O presente momento permite afirmar que a soja precoce se encaixou como uma luva no contexto produtivo dos sojicultores, principalmente para aqueles que adotam a segunda safra, popularmente conhecida como safrinha, bem como aqueles que adotam cultura de cobertura pensando em construção e preservação do perfil de solo.

Dentre as boas perspectivas do cultivo de soja precoce estão as médias produtivas constatadas na safra 2019/20, por meio dos levantamentos do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), que observou média de 76,1 sc de soja/ha em cultivo de sequeiro e de 81,3 sc de soja/ha em cultivo irrigado.

Cabe destacar que no cultivo irrigado produtores atingiram produtividades acima de 90 sc/ha, chegando até o teto produtivo de 96 sc/ha. Em suma, é possível afirmar que as cultivares precoces estão apresentando alto potencial produtivo, logo, os melhoristas genéticos fizeram um ótimo trabalho.

Categoria de cultivo Sistema adotado Ciclo cultivar Duração ciclo (dias) Produtividade média (sc/ha)
Sequeiro Plantio direto Precoce 102 a 115 76,1
Irrigado Plantio direto Precoce 105 a 116 81,3

Sustentabilidade com rentabilidade

O fato de obter altas produtividades com soja precoce, bom preço de comercialização da commodity e conciliar com a possibilidade de instalar uma segunda cultura, a exemplo do milho no sistema produtivo, auxilia para gerar maior rentabilidade, sustentabilidade e segurança da atividade agrícola, uma vez que bem planejado o sistema produtivo.

Neste contexto, outros benefícios podem fazer sentido para os produtores, sendo: estratégia para escape da ferrugem-asiática em região de maior intensidade da doença, colheita antecipada e mantendo a qualidade dos grãos, cultura da safrinha instaladas em período de chuvas mais frequentes e regulares, diminuição de custo de água e energia em cultivo irrigado por permanecer menos tempo no campo e maturação mais uniforme e concentrada, permitindo maior eficiência de tecnologia de aplicação e mecanização, 

Entretanto, para alcançar altas produtividades, os benefícios gerados com cultivo de soja precoce precisam estar alinhados com o planejamento estratégico e demais tecnologias adotadas no manejo, a exemplo: qualidade de sementes, tratamento de sementes, época de semeadura, adubação, manejo de plantas daninhas, pragas, doenças e colheita.

Fique de olho

Para os produtores que desejam iniciar O cultivo da soja precoce, é importante enfatizar também que “os cuidados são semelhantes para todos os cultivos, em qualquer circunstância”. Um erro de planejamento e/ou manejo pode repercutir em maiores perdas, uma vez que se trata de uma soja com menor ciclo e em caso de erro não terá tempo suficiente para se recuperar, principalmente pensando no aspecto produtivo.

Soja precoce é uma das estratégias que o produtor pode adotar dentro do sistema produtivo. O produtor tem o poder de escolha, pois as demais cultivares com diferentes grupos de maturação (médio ou tardio) também apresentam alto potencial produtivo. Desta forma, a escolha do material genético depende do planejamento e dos propósitos adotados pelo produtor.

CESB

O CESB é uma entidade sem fins lucrativos, formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da criação de uma rede sustentável da sojicultura brasileira.

O CESB é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999.  Atualmente, o CESB é composto por 24 membros e 23 entidades patrocinadoras: BASF, Bayer, Syngenta, FMC, Jacto, Agrichem, ATTO Adriana Sementes, Brasmax, Calcário Itaú, Compass Minerals, Corteva, DataFarm, Instituto Phytus, Mosaic, Omnia, Stara, Stoller, Strider, SuperBAC, Timac Agro, Ubyfol, UPL e SOMAR Serviços Agro.

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