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Técnicas de aceleração do crescimento silvicultural no Brasil

Práticas essenciais para o sucesso da floresta comercial: seleção de espécies, preparo do solo, plantio densificado e controle de pragas e doenças

Créditos Ponsse

Yanka Beatriz Costa Lourenço
Doutoranda em Ciência e Tecnologia da Madeira – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
yankalourenco97@gmail.com

Nayane da Silva Lima
Mestranda em Ciências Florestais – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
nayanelima99@gmail.com

Kamilla Crysllayne Alves da Silva
Mestranda em Recursos Florestais – Universidade de São Paulo (USP)
kamialves97@gmail.com

Dentre os diversos fatores que tornam uma floresta comercial produtiva e rentável, tem-se a necessidade de um crescimento acelerado deste plantio. Sendo assim, para alcançar esse objetivo, algumas medidas silviculturais são tomadas antes, durante e após o plantio e desbaste naquela área.

Conheça alguns deles:

1. Seleção de espécies: o conhecimento do local do seu plantio é primordial na etapa de seleção de espécies que se adequem ao tipo de solo e clima local, garantindo seu crescimento rápido e saudável.

2. Preparo adequado do solo: entender a necessidade do solo e seu preparo antes do plantio garante o sucesso da floresta. Aração e gradagem são práticas que ajudam a melhorar a qualidade do solo. Além do fornecimento necessário de nutrientes necessários na região.

3. Plantio densificado: a escolha do espaçamento adequado para o objetivo final da floresta influencia no tempo que a floresta chegará a crescer em altura ou diâmetro. Plantios com pouco espaçamento aceleram o fechamento do dossel florestal, fazendo com que as árvores sejam estimuladas a um crescimento em altura mais acelerado.

4. Controle de pragas e doenças: implementar medidas eficazes de controle de pragas e doenças é crucial para proteger as árvores contra ameaças que podem retardar o crescimento.

Preparo pré-plantio

Como dito, dentre as práticas silviculturais que auxiliam no sucesso em altura dos plantios florestais, o preparo pré-plantio e a correção do solo se destacam, com impacto significativo no crescimento das florestas comerciais.

Alguns dos principais efeitos dessas práticas estão: melhoria da fertilidade do solo, com a adição de nutrientes essenciais necessários para o desenvolvimento das culturas; ajuste do pH do solo, em que níveis adequados às espécies plantadas podem otimizar as condições de crescimento; eliminação ou controle de plantas daninhas concorrentes.

Isso evita a competição por nutrientes, água e luz, permitindo que as árvores cresçam mais vigorosamente; preparar o solo de forma adequada ajuda a melhorar a capacidade de retenção de água do solo. Isso é crucial para o fornecimento de água adequado às árvores durante seu crescimento inicial.

No caso de florestas naturais ou de manejo sustentável, a correção do solo pode favorecer a regeneração natural, proporcionando condições ideais para a germinação e o crescimento de novas mudas.

Espaçamento x desenvolvimento das árvores

Pode-se conceituar espaçamento como o intervalo entre as plantas dispostas na área de plantio, na qual ocorre a delimitação do sistema radicular e da parte aérea delas. Além disso, sua contribuição no crescimento das árvores busca definir as suas características e onde pode ser empregada essa madeira, bem como o regime de desbastes, podas e idade para o corte final.

De acordo com o objetivo do plantio, deve-se determinar espaçamentos visando essa especificidade. Comumente, são utilizados nos plantios comerciais os espaçamentos 3 x 2 e 3 x 3, dependendo da espécie, favorecendo a utilização de equipamentos mecânicos para a execução dos tratos.

Ainda, em espaçamentos maiores (baixa densidade) ocorrem: incremento no volume individual; maior número de tratos e menor produção por área. Já em espaçamentos menores (alta densidade), maiores índices de produção de volume por hectare, menor quantidade de tratos culturais e desbastes, e diminuição na qualidade das árvores.

Manutenção das árvores

Classificadas como atividades silviculturais, a poda ou desrama são elementos fundamentais a fim de agregar valor e qualidade à madeira para a comercialização, quando destinadas a indústrias como serrarias, por exemplo.

Tais funções visam eliminar os ramos para a produção de madeira livre de nós, o que atribui maior valor comercial ao material. Caso a madeira plantada seja para fins de produção de celulose, papel e chapas de fibras, a realização da poda ou desrama é descartada.

A primeira desrama é conduzida quando a árvore alcança a altura entre três e quatro metros, sendo realizada acima de 1,0 a 1,5 metro do solo. Assim, são conduzidas as desramas na medida em que a árvore vai crescendo, podendo ser realizada aos 6, 8 e 10 metros. Porém, nestes casos os custos são mais elevados.

Recomenda-se que a retirada seja realizada com os ramos ainda verdes, sendo removidos rente ao tronco. O período recomendado para tal atividade é durante o inverno. 

Créditos Ponsse

Desbastes

O processo de desbaste consiste na retirada de árvores com o intuito de produzir madeira das árvores remanescentes, que apresentam maior eficiência na etapa de fotossíntese e de respiração que as demais, removendo assim os indivíduos que não estão tendo um desenvolvimento de acordo como esperado.

Esta técnica é amplamente utilizada quando se tem como objetivo produzir grandes toras para serrarias os postes, aumentando a oferta comercial. Caso necessitem de maiores volumes de madeira com diâmetros inferiores, não é necessário a realização dos desbastes.

Variáveis

Para escolher o método de desbaste mais adequado para uma floresta, diversas variações devem ser levadas em consideração. Estes incluem o tipo de floresta, os objetivos do manejo, o estado fitossanitário da floresta, que se refere à saúde das plantas, e a capacidade de regeneração de cada espécie.

Cada finalidade requer um tipo específico de desbaste.

Hora da decisão

O tipo de floresta é uma variável que influencia na escolha do tipo de desbaste a ser escolhido, pois cada floresta tem uma diversidade de espécies ou apenas uma única espécie em caso de florestas plantadas.

Atrelado a isso, a estrutura da vegetação é diferente de cada floresta – os estratos da floresta que são a distribuição das faixas de altura das espécies vegetais.

O estado fitossanitário da floresta, no que se refere à saúde geral das plantas, também tem influencia na tomada de decisão de qual método de desbaste utilizar. Se a floresta estiver infectada ou com alguma doença, o desbate escolhido pode auxiliar na remoção destes indivíduos danificados, e assim promover a regeneração da floresta de forma mais saudável, além de não contaminar as demais árvores.

Cada espécie possui uma capacidade de regeneração diferente uma das outras. Algumas podem se regenerar mais rápido após desbastes e outras podem demorar mais. Entender o funcionamento da regeneração da floresta é crucial para escolher o método de desbaste adequado.

Sustentabilidade

Em suma, ao tomar decisões sobre o método de desbaste mais adequado, é essencial considerar todas essas avaliações interdependentes de forma integrada, garantindo que as ações de manejo sejam sustentáveis, adequadas e alinhadas com os objetivos de conservação e uso responsável dos recursos florestais.

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