23.6 C
Uberlândia
sábado, abril 27, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosGrãosTratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento

Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento

 

Vandimilli Araujo Lima

Graduanda em Agronomia pela Universidade federal de Lavras e coordenadora de Agronomia na Terra Jr Projetos e Consultoria

Daniela Andrade

Engenheira agrônoma e mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal

danielaandrade@necafufla.com.br

 

Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento - Crédito Bruna Souto
Tratamento das mudas com fitorreguladores de enraizamento – Crédito Bruna Souto

Uma lavoura bem enraizada refletirá na resistência a diversos fatores, tais como seca, pestes e doenças. Por isso, é uma etapa crucial a obtenção de uma lavoura com alto desempenho produtivo.

Nas culturas perenes, como as espécies florestais, deve-se ter uma atenção especial etapa para garantir a longevidade da lavoura. O desenvolvimento do sistema radicular é regulado por hormônios produzidos pela própria planta que podem ser influenciados por fatores internos e/ou externos.

Os fitorreguladores, também chamados de hormônios vegetais sintéticos, são substâncias sintetizadas artificialmente e destinadas a exercer as funções similares aos hormônios naturais.

Geralmente, os fitorreguladores possuem componentes hormonais sintéticos como: etileno, giberelinas, ácido abscísico, auxinas e citocianinaou associações destes. A utilização dos fitorreguladores provoca um balanço hormonal na planta e, consequentemente, acarreta equilíbrio vegetativo e reprodutivo.

Dependendo do objetivo da sua utilização, pode melhorar o enraizamento de estacas, regular floradas, auxiliar na germinação das sementes, dentre outros. Vários estudos concluíram que as auxinas (AIA), quando aplicadas sobre as mudas florestais, podem aumentar a velocidade, a qualidade e uniformidade de enraizamento.

Há, claro, variações sobre os resultados alcançados, dependendo da espécie, do clone utilizado, da idade da planta e da forma de aplicação.

Utilização

A aplicabilidade desta técnica dependerá do objetivo final do produtor. Assim, verifica-se qual é o modo de ação do regulador em questão e onde exercerá sua função sobre a planta.

A aplicação é indicada apenas se esta for estritamente necessária, pois há riscos tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente. O cuidado deve ser redobrado devido à rápida ação destes compostos no corpo humano e ao longo período residual do produto no ambiente e nos cursos d’água.

Os hormônios sintéticos possuem a escala de toxicidade semelhante aos agroquímicos.

Quando aplicar

A aplicação deverá ser realizada durante a fase de viveiro para estacas, na sala de crescimento para a germinação, ou até em campo. Quando utilizada em mudas, o importante é que a aplicação seja feita em viveiros ou em ambientes com condições controladas para que haja aclimatação antes de transferir as mudas para o campo, aumentando, desta forma, as chances de sucesso da lavoura.

Lembrando que é preciso verificar a concentração do fitorregulador mais apropriada para a espécie em questão. Altas concentrações podem causar desidratação e morte das mudas. Por outro lado, concentrações baixas não alcançarão os resultados almejados. As concentrações variam entre 50mg/l e 250mg/l para giberelina (GA), por exemplo.

Há diversas opções de aplicação. Quando o interesse é em fazer a aplicação para potencializar a germinação da semente, estas são depositadas sobre papel próprio para germinação de sementes embebido em uma solução de água e fitorreguladores.

O caso dos clones

A produção florestal brasileira usa clones para garantir a uniformidade da lavoura e sua propagação é realizada por estaquia. O uso de fitorreguladores torna-se um importante aliado no enraizamento de estacas e pode ser realizado de diversas formas.

Em campo, pode ser utilizado para estimular o crescimento das plantas ou até mesmo desestimular o crescimento, exemplificado pelo uso na cultura do algodão. Nestas lavouras, pode ser aplicado via pulverização, irrigação, imersão, ou mesmo na forma sólida.

Opções

Dentre os fitorreguladores mais utilizados, destaca-se o ácido indolbutírico (AIB), variando em suas formas de aplicação, podendo ser talco, líquido ou gel. A emissão de raízes adventícias é influenciada pelas concentrações dos fitorreguladores dentro da planta.

O AIB também apresenta alta estabilidade à fotodegradação, o que facilita seu uso no campo. Esse hormônio é especialmente indicado para espécies que apresentam dificuldades em formar raízes. O tempo de imersão da estaca varia de acordo com a solução utilizada para concentrações de 2.000 a 3.000mg L-1, sendo que comumente se faz a imersão da base da estaca por cinco segundos na solução. O tempo aumenta, caso a solução seja menos concentrada.

Os melhores resultados são obtidos em concentrações entre 200 e 300mg L-1.Nestecaso, o tempo de imersão ideal varia entre 12-24 horas. É importante, para o sucesso do enraizamento da estaca após a imersão em solução com os fitorreguladores, que a estaca seja plantada em uma ambiente com umidade, sombra e claridade disponível.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura integral!

 

ARTIGOS RELACIONADOS

Algodão colorido brasileiro

O algodão colorido, desenvolvido pela Embrapa, marca presença mais uma vez em passarela internacional,

Beterraba baby leaf atende nicho de mercado

Talita de Santana Matos Elisamara Caldeira do Nascimento Doutoras em Agronomia " UFRRJ Glaucio da Cruz Genuncio Doutor e professor de Fruticultura da UFMT glauciogenuncio@gmail.com A comercialização de baby leafno...

A importância da adubação com micronutrientes em café

  Renato Brandão Engenheiro agrônomo, mestre em Nutrição de Plantas e Gestor agronômico da Bio Soja Daniela Vitti Engenheira agrônoma, doutora em Ciências e Coordenadora Técnica da Bio...

Reguladores vegetais na propagação de frutíferas

Reguladores de crescimento são compostos químicos de origem sintética que influenciam no desenvolvimento dos vegetais (Taiz & Zeiger, 2013). Além de sua utilização em fruticultura (Hawerroth et al., 2016), são também utilizados em outras áreas da agricultura, como na produção de plantas ornamentais, pois sua utilização antecipa a produção comercial dessas espécies, no manejo de plantas forrageiras, servem como ferramenta de manejo com o objetivo de aumentar a produção, aperfeiçoar e potencializar o desenvolvimento inicial das plantas com a superação da dormência de sementes e enraizamento (Almeida et al., 2015).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!