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Paulo Henrique Leite Machado
Lucas Guedes Silva
Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras ” UFLA e membros do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia ” GHPD
Adenilson Henrique Gonçalves
Doutor e professor da Universidade de Federal de Lavras ” UFLA e conselheiro do GHPD
O sistema de plantio direto (SPD) pode ser definido como o conjunto de tecnologias, processos, produtos e serviços capaz de viabilizar a produção sem o preparo prévio do solo, realizando a mobilização deste apenas na linha ou cova de plantio. Sobretudo, os benefícios deste manejo à cultura são inúmeros, principalmente para a conservação do solo, além de reduzir os custos de implantação da lavoura quando comparado à agricultura convencional.
Em consequência, o SPD requer menor uso de máquinas e equipamentos, menos força de trabalho e energia fóssil, favorecendo a atividade biológica do solo e o controle biológico de pragas, doenças e plantas daninhas. Além disso, o SPD melhora o uso de fertilizantes, aumenta a floculação e a agregação do solo e reduz a decomposição da matéria orgânica, estabelecendo sincronismo entre a disponibilidade de nutrientes e o crescimento das formas de vida presentes no solo, potencializando a obtenção do equilíbrio dinâmico do agroecossistema.
Importância dos herbicidas no SPD
Para se fazer uma boa implantação do SPD e obter certa facilidade no manejo da cultura são utilizados herbicidas antes e/ou depois do plantio ou semeadura, sendo amplamente utilizados para a realização do controle de plantas daninhas, as quais disputam com a cultura por água, espaço, luminosidade e nutrientes, e quando não controladas geram perdas significativas na produtividade da lavoura.
Existe, no mercado, uma infinidade de herbicidas à disposição do produtor, em que cada um apresenta suas particularidades e características. Os herbicidas possuem diversas classificações, podendo ser pelos seus diferentes mecanismos de ação, grupos químicos, atividade na planta (sistêmicos e de contato), tipos de formulação, tipos de plantas que são controladas, seletividade, classes toxicológicas e diversas outras.
Cuidados
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Como todo agroquímico existente no mercado, alguns cuidados e precauções devem ser tomados para que haja uma boa eficiência do produto, assim como a não ocorrência de acidentes. Por se tratar de um produto tóxico tanto ao homem como ao ambiente, toda e qualquer manipulação deve ser feita com a utilização do EPI (equipamento de proteção individual), para evitar possÃveis intoxicações ou outros acidentes mais graves.
Outro fato que sempre deve ser lembrado na utilização e escolha de herbicidas diz respeito à verificação de uso, sendo que o produto deve ser registrado para a cultura utilizada, assim como seu espectro de controle, se é seletivo à cultura, suas formas e recomendações de aplicação.
Outro ponto importante é a não utilização do mesmo produto ou que apresentem o mesmo mecanismo de ação por diversos anos consecutivos, visando evitar a ocorrência de plantas resistentes e, consequentemente, a perda da eficiência dos herbicidas.
Formação da palhada
No Plantio Convencional (PC), as plantas daninhas são controladas mecanicamente, antes do plantio, por meio das operações de preparo do solo, arações e gradagens. No Sistema Plantio Direto (SPD) a eliminação das plantas daninhas, ou culturas de cobertura de solo, é feita pela utilização de herbicidas.
A dessecação é de extrema importância para a viabilidade do SPD, devendo causar a morte de 100% das plantas presentes na área, para que a cultura subsequente se estabeleça e tenha o seu desenvolvimento inicial sem a competição das plantas daninhas.
Os herbicidas utilizados como dessecantes são, na grande maioria, não-seletivos às culturas, e são aplicados em área total, podendo ser de ação sistêmica ou de contato, sendo ainda fortemente adsorvidos pelos coloides de argila e húmus do solo, o que os tornam pouco lixiviáveis e não disponíveis à absorção pelas raízes das plantas e permite realizar a semeadura das culturas logo após a sua aplicação.
A dessecação das plantas na área de plantio deve ser feita entre 20 a 28 dias antes da semeadura, visando aumentar a capacidade competitiva da cultura em relação à planta daninha, além de evitar possÃveis efeitos alelopáticos sobre a cultura subsequente.
Os produtos mais utilizados para esse fim são à base de glifosato, na maioria das vezes associado a alguns herbicidas de ação em folhas largas, como 2,4 D e Clorimuron. Em alguns casos se faz necessário uma nova aplicação na hora do plantio, com a função de garantir a eliminação total das plantas daninhas, onde podem ser utilizados produtos sistêmicos ou de contato.