Autores
Joana Caroline D’arc de Oliveira – Técnica em Agropecuária e graduanda em Agronomia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) – joanaolyve@gmail.com
Tiago Gonçalves de Oliveira – Graduando em Tecnólogo em Cafeicultura – UFLA – tiagooliveiraprd@gmail.com
Giovani Belutti Voltolini – Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Fitotecnia – UFLA – giovanibelutti77@hotmail.com
Por seus benefícios à saúde humana e suas características sensoriais agradáveis, o café é tido como uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. Porém, para manter esta posição, é de extrema necessidade atentar-se aos fatores que podem interferir na qualidade do café, especialmente àqueles relacionados às etapas de pós-colheita, processamento, secagem e armazenamento. Estes, por estarem mais próximos do produto final, exercem influência ainda maior. Dessa forma, qualquer descuido pode afetar a qualidade do café.
A etapa de secagem consiste na extração da água dos grãos de café colhidos, com o propósito de diminuir a ocorrência de variações, devido a fatores físicos, químicos, biológicos internos e externos ao grão, e assim alcançar a homogeneidade dos lotes para atender aos padrões de comercialização.
Novas tecnologias estão cada vez mais frequentes no mercado. No processo de secagem, a evolução vem, principalmente, de secadores mecânicos, como por exemplo o secador estático, que pode reduzir o tempo e maximizar o processo de secagem.
O secador estático é uma tecnologia relativamente recente, porém, já utilizada por muitos produtores. Como o próprio nome sugere, a secagem no secador estático é feita sem a movimentação da massa de grãos. Para isso, o equipamento dispõe de alguns instrumentos, como caixas, fornalha de fogo indireto, ventilador e outros acessórios que podem variar de acordo com o fabricante.
Nesse caso, a seca acontece pela alternância entre massas de ar quente e frio no interior da caixa, onde o café é mantido. Algumas empresas garantem a eliminação da pré-secagem em terreiros, assim, o café advindo da lavoura vai diretamente para o secador estático, com qualquer grau de umidade e estado de maturação.
Neste sentido, são diversas as vantagens da utilização do secador estático, dentre elas a redução de custos, tanto com a mão de obra como em seu baixo consumo de energia. Além disso, é possível realizar o monitoramento e controle da temperatura e da umidade em todo o processo de secagem, aspecto importante para otimizar e reduzir o tempo de seca e, consequentemente, diminuir o risco de fermentações indesejadas.
Implantação da técnica
Alguns cafeicultores já secam 100% de sua produção em secadores estáticos, pois, além do seu alto rendimento, quando manejados de forma correta, podem ser utilizados na secagem de cafés especiais.
Devido à grande aceitação dos cafeicultores, surgiram diversas empresas no ramo e, por consequência, ofertas de diferentes modelos de secadores estáticos. No entanto, também pode haver alternativas para sua implantação, pois os componentes metálicos podem ser substituídos por construção em alvenaria.
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Diante disso, esse tipo de secador possui flexibilidade quanto ao tamanho das caixas e a capacidade em volume de café. Contudo, como não há revolvimento, existe uma altura máxima da camada de grãos que varia de acordo com o tipo e forma do secador.
Nesse sentido, a utilização de uma camada com a altura acima da faixa ideal pode acarretar problemas, principalmente pela perda de qualidade da camada superior, pelo fato desta não receber o ar quente necessário para uma secagem homogênea.
Com isso, além do cuidado com a camada de grãos utilizada, o cafeicultor também deve atentar-se no controle de temperatura e umidade, para mantê-las sempre na faixa recomendada e assim evitar danos à qualidade de seu produto.