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Manejo de nematoides no quiabeiro

 

Jadir Borges Pinheiro

jadir.pinheiro@embrapa.br

Ricardo Borges Pereira

ricardo-borges.pereira@embrapa.br

Agnaldo Donizete Ferreira de Carvalho

agnaldo.carvalho@embrapa.br

Engenheiros agrônomos, doutores e pesquisadores da Embrapa Hortaliças

Cecilia da Silva Rodrigues

Engenheira agrônoma, mestre e doutoranda na Universidade de Brasília (UnB)

cecilia.agronomia@gmail.com

 

Créditos Pixabay
Créditos Pixabay

O quiabeiro (Abelmoschus esculentus) é uma planta que produz um fruto cujo hábito de consumo vem desde o período colonial brasileiro. É mais consumido nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

A cultivar Santa Cruz 47 é uma das mais utilizadas pelos agricultores da região Centro-Sul porque apresenta boa adaptação à região, com plantas de hábito arbustivo, entrenós curtos, prolíficas e porte medianamente baixo.

Além disso, atende ao mercado consumidor brasileiro, que tem preferência por frutos cilíndricos e de coloração verde escura. Contudo, nos últimos anos, os produtores têm demandado novas cultivares que apresentem altas produtividades ao longo de todo o ano, qualidade de frutos, baixa quantidade de fibras e resistência às doenças de maior ocorrência, como o oídio, o vírus do mosaico e, principalmente, o nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.).

De origem africana, a cultura do quiabeiro necessita de temperaturas e umidade elevadas para o bom desenvolvimento e produção. Porém, essas condições também favorecem o desenvolvimento e multiplicação do nematoide-das-galhas no solo, que completa vários ciclos reprodutivos durante o ciclo da cultura.

Com isso, o sistema radicular do quiabeiro é severamente afetado, comprometendo a absorção de água e nutrientes. Além disso, a textura do solo e o nível de suscetibilidade das cultivares influenciam na dinâmica e nos níveis populacionais desses patógenos, aumentando, consequentemente, os prejuízos na cultura.

O estresse induzido pelo parasitismo por nematoides pode influenciar direta ou indiretamente o rendimento e a sobrevivência de plantas de quiabeiro, uma vez que as raízes são danificadas e o tamanho e vigor das plantas são reduzidos, colocando, dessa forma, plantas parasitadas em desvantagem em relação às plantas adjacentes na disputa por água, nutrientes e luz.

O quiabeiro necessita de temperaturas e umidade elevadas para o bom desenvolvimento e produção - Créditos Pixabay
O quiabeiro necessita de temperaturas e umidade elevadas para o bom desenvolvimento e produção – Créditos Pixabay

Nematoide-das-galhas

As principais espécies de nematoide-das-galhas de ocorrência na cultura do quiabeiro são Meloidogyne incognita, Meloidogyne javanica, Meloidogyne arenaria e Meloidogyne enterolobii.

Mais de 90 espécies do nematoide-das-galhas já foram descritas mundialmente, além de raças fisiológicas existirem em algumas delas. No entanto, as espécies M. incognita, M. javanica e M. arenaria são consideradas as mais importantes em quiabeiro devido aos prejuízos causados na cultura.

Essas espécies podem ocorrer em vários tipos de solo, mas causam prejuízos econômicos com maior intensidade em regiões quentes e em solos arenosos que apresentam baixos teores de matéria orgânica.

Devido à grande suscetibilidade das cultivares de quiabeiro aos nematoides-das-galhas, em determinadas situações, essas plantas servem de indicadoras da existência do nematoide (Meloidogyne spp.) nas áreas de produção.

Assim, estudos sobre a ocorrência e os danos causados em cultivos de quiabeiro são poucos quando comparados com a importância dessa cultura para determinadas regiões produtoras e a suscetibilidade dela ao nematoide-das-galhas.

A principal forma de disseminação dos nematoides é dada pela movimentação do solo por máquinas e outros - Créditos Pixabay
A principal forma de disseminação dos nematoides é dada pela movimentação do solo por máquinas e outros – Créditos Pixabay

Sintomas

Os sintomas na parte aérea da planta podem ser observados pelo seu desenvolvimento reduzido, murcha nas horas mais quentes do dia, queda de folhas e sintomas de deficiência mineral, visto que os nematoides afetam o sistema radicular das plantas, prejudicando o transporte de água e nutrientes das raízes para a parte aérea.

Nas raízes, que se desvitalizam e param de crescer, as galhas formadas são visíveis. Às vezes, há formação de raízes laterais curtas, mas a formação das galhas, de tamanhos variáveis, constitui-se no aspecto mais visível.

Após várias invasões nas raízes, por inúmeros juvenis (formas jovens do nematoide), as galhas formadas apresentam forma alongada e com aspecto de inchaços ao longo do sistema radicular.

Essas galhas podem ser pequenas e discretas ou, na maioria das vezes, grandes e irregulares, que podem apodrecer rapidamente devido à invasão de patógenos secundários, tais como Sclerotium rolfsii Sacc., Fusarium sp., Verticillium sp. e outros patógenos de solo.

No campo, os sintomas são percebidos, geralmente, em reboleiras de formato irregular, com plantas raquíticas, murchas e amarelecidas.

Disseminação

A principal forma de disseminação dos nematoides é passiva, dada pela movimentação do solo por máquinas, água, implementos agrícolas contaminados, homem e animais nas áreas de cultivo, mas também pode ser disseminado por meio de mudas em determinados casos, embora a semeadura direta seja o método geralmente empregado para a cultura do quiabeiro.

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