21.6 C
Uberlândia
sexta-feira, abril 26, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiProdução semiárida de mangas domina exportação mundial

Produção semiárida de mangas domina exportação mundial

 

Maria Aparecida do Carmo Mouco

Engenheira agrônoma, D.Sc. e pesquisadora da Embrapa Semiárido

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O cultivo da mangueira irrigada nas condições semiáridas brasileiras contempla 69 e 76% da área plantada e de produção no Brasil, respectivamente, como também é responsável por mais de 90% da exportação nacional de manga.

O Sistema de Produção da Manga é resultado da contribuição de pesquisadores da Embrapa Semiárido e de outras Instituições, e atualiza as informações técnicas referentes ao manejo e tratos culturais que a cultura requer, quando plantada sob condições irrigadas.

Crédito Embrapa Semiárido
Crédito Embrapa Semiárido

Variedades

No Brasil, ainda predominam as variedades locais do tipo “Bourbon”, “Rosa”, “Espada”, “Coqueiro”, “Ouro”, entre várias outras. Entretanto, nos últimos anos esse quadro está mudando com a implantação de grandes áreas com novas variedades de manga de comprovada aceitação pelo mercado externo.

O cultivo da mangueira no Brasil pode ser dividido em duas fases: a primeira, com os plantios de forma extensiva, com variedades locais e empregando poucas tecnologias; a segunda, caracterizada pelo elevado nível tecnológico, como irrigação, indução floral e variedades melhoradas.

A expansão da mangicultura ocorreu inicialmente no Estado de São Paulo, de onde foram difundidas as novas variedades para o restante do País, e nos pólos de agricultura irrigada do Nordeste, onde a incorporação de plantios tecnificados, principalmente no Submédio do Vale do São Francisco (Bahia, Pernambuco) e outras áreas irrigadas, como as dos Vales do Jaguaribe, Açu-Mossoró, Parnaíba e Platô de Neópolis (Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe, respectivamente).

Portanto, é na região semiárida nordestina onde foram instalados vários empreendimentos, com plantios comerciais de variedades demandadas pelo mercado externo. Em todas essas áreas, o cultivo da manga chamada “tipo exportação” entrou em fase de franca expansão, tendo como base as cultivares Tommy Atkins, Haden, Palmer, Keitt, Van Dyke, Kent, entre outras.

A mangicultura na região semiárida destaca-se no cenário nacional
A mangicultura na região semiárida destaca-se no cenário nacional

A mangicultura na região semiárida destaca-se no cenário nacional, não apenas pela expansão da área cultivada e volume de produção mas, principalmente, pelos altos rendimentos alcançados e qualidade da manga produzida. Seguindo as tendências de consumo do mercado mundial de suprimento de frutas frescas, a região inclina-se, atualmente, para a produção de manga de acordo com as normas de controle de segurança preconizadas pelas legislações nacional e internacional.

Os novos requerimentos dos mercados impõem um novo conteúdo à qualidade dos alimentos que estão, cada vez mais, incorporando as preocupações dos consumidores com a forma de produção e a exigência de critérios de certificação, levando em consideração o local de produção e os aspectos da ética ambiental e social.

Nesse sentido, há uma tendência para o crescimento da produção de manga certificada, com a adoção da Produção Integrada de Frutas (PIF), entre outras formas de rastreamento e de regulação da cadeia, assim como para produção de manga orgânica.

O cultivo da manga no Brasil

No Brasil, a manga é cultivada em todas as regiões fisiográficas. O processo de expansão da cultura da manga no Brasil ocorreu principalmente a partir de meados dos anos 1980 e se estende por toda a década de 1990.

Levantamentos revelam um crescimento da área cultivada de manga no País, no período de 1990 a 2007, da ordem de 67,56%. Esse crescimento ocorreu, principalmente, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, em detrimento das regiões Norte e Centro-Oeste que apresentaram uma redução da área colhida no mesmo período.

Na região Nordeste, a área colhida entre os anos de 1990 e 2007 cresceu 206,84%, e no último ano já detinha 68,62% da área com mangueira em produção, no País. Em 2008, de acordo com os dados do IBGE (2009), a área colhida com manga sofreu uma redução da ordem de 2,4%, mas manteve a mesma participação em âmbito nacional.

No Nordeste, a manga é cultivada em todos os Estados, em particular nas áreas irrigadas da região semiárida, que apresentam excelentes condições para o desenvolvimento da cultura e obtenção de elevada produtividade e qualidade de frutos. As principais áreas produtoras de manga estão localizadas nos Estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, que contribuíram, respectivamente, com 52,31%, 19,12% e 9,44% do total da área cultivada da região nordestina no ano de 2007.

Crédito Fernando Gomes
Crédito Fernando Gomes

Crescimento de área

Entre 2001 e 2005, a produção brasileira de manga cresceu a uma taxa média anual de 7,4%, atingindo mais de 1 milhão de toneladas. Em 2008, a produção de manga brasileira sofreu um recuo da ordem 9,2%. Os principais Estados produtores e as suas respectivas participações na produção brasileira foram: Bahia (41%), São Paulo (18%) e Pernambuco (17%).

No Nordeste destacam-se duas áreas produtoras importantes – a mesorregião do Centro-Sul baiano, onde fica o município de Livramento do Brumado, e o submédio do Vale do São Francisco, onde estão localizados os municípios de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia. Esta última é considerada o mais importante pólo de produção de frutas irrigadas no Brasil, onde a mangueira figura como a mais importante cultura em termos de área cultivada, com grande parte da produção voltada ao mercado externo e ao interno mais exigente.

Favorecida pela potencialidade dos recursos naturais e pelos investimentos públicos e privados nos projetos de irrigação, esta região conheceu uma grande expansão no plantio e na produção de manga.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

ARTIGOS RELACIONADOS

Pesquisadores aprovam o projeto agricultura, micro/nanotecnologia e ambiente

Um grupo de pesquisadores de sete instituições nacionais e uma internacional, coordenado pelo professor Leonardo Fraceto, do Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba da Universidade...

Abóbora tetsukabuto: Variedades que têm feito a diferença

Autores Ronaldo Machado Junior Engenheiro agrônomo, mestre em Fitotecnia e doutorando em Genética e Melhoramento – Universidade Federal de Viçosa (UFV) ronaldo.juniior@ufv.br Herika...

Biotrigo – Há 10 anos fortalecendo a triticultura nacional

Programa de melhoramento genético visa atender a região do Cerrado, através de cultivares adaptadas desde o sistema irrigado ao sequeiro, com resistência às doenças...

Programa de apoio nutricional para a uva na região sul

ClevisonMichelon Gerente de Vendas & Marketing " Sul da Green Has   A Green Has Brasil distribui em todo o País a linha de fertilizantes especiais produzida...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!