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Cooperaçafrão aposta na cultura

 

Produtores de Mara Rosa se reúnem para agregar valor na comercialização e alcançar maior lucro na atividade

 

Os produtores da Cooperaçafrão se uniram para agregar valor ao seu produto - Crédito Cooperaçafrão
Os produtores da Cooperaçafrão se uniram para agregar valor ao seu produto – Crédito Cooperaçafrão

O município de Mara Rosa (GO) é considerado a capital do açafrão, por responder por cerca de 90% da produção goiana e abrigar aproximadamente 200 produtores trabalhando sob a forma de agricultura familiar, além de algumas empresas intermediadoras da comercialização da “cúrcuma“.

A Cooperativa dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa (Cooperaçafrão) foi criada em 2003, com a finalidade de organizar e propiciar o caráter empresarial da comunidade produtora de açafrão do município, predominantemente integrantes do sistema de agricultura familiar, de forma a melhorar as condições de vida de seus participantes e famílias.

Plantio de cúrcuma, conhecida como açafrão-da-terra ou açafrão-da-índia - Crédito Cooperaçafrão
Plantio de cúrcuma, conhecida como açafrão-da-terra ou açafrão-da-índia – Crédito Cooperaçafrão

Fundada por 23 produtores, a cooperativa quer mudar a realidade produtiva local, ou seja, romper o círculo vicioso da produção de açafrão no domínio de poucos intermediários e explorar as riquezas no município.

Atualmente, a atividade gera emprego e renda para a região por ser toda produzida manualmente. Além disso, avalia Bruno Pinto Vaz, cooperado e gerente administrativo da Cooperação, inibe a importação do produto, que é muito consumido no Brasil, evitando assim que as divisas fiquem lá fora.

“Aqui comercializamos para todo o Brasil, principalmente para São Paulo. Já fizemos venda também para a Índia“, orgulha-se Bruno, informando que todo o açafrão produzido no Brasil é comercializado aqui mesmo, pois ainda não somos autossuficientes na atividade.

 O curry, um dos temperos mais antigos, tem a cúrcuma como responsável por sua cor característica e sabor picante - Crédito Cooperaçafrão
O curry, um dos temperos mais antigos, tem a cúrcuma como responsável por sua cor característica e sabor picante – Crédito Cooperaçafrão

Porteira adentro

Arlindo Simão Vaz, cooperado da Cooperaçafrão, é produtor desde 1991, e arrenda a fazenda Duas Cabeceiras, em Mara Rosa, para produzir o condimento em dois hectares. “Produzo em torno de 50 toneladas, in natura, ou oito toneladas do açafrão desidratado por hectare, e usamos matéria orgânica na terra. Plantamos forrageira para depois entrar com o condimento, e voltamos para a forrageira, justamente visando a matéria orgânica derivada dela“, relata.

Com três áreas de plantio, Arlindo Simão conta que o ciclo do açafrão é de dois anos, e por isso ele planta todos os anos. “Uma área estamos reformando e as outras duas sendo plantadas, o que acontece em outubro e novembro, dependendo da incidência de chuva, e a colheita começa no período de estiagem, normalmente de junho a setembro“, detalha.

Embora não tenha certificação ainda, a produção dele é orgânica, sem nada de insumo químico. “Já temos todo o histórico, o caderno de especificações, o conselho regulador, mas ainda falta ter o registro do INPI, com a indicação geográfica, ou de procedência. Já demos entrada na parte burocrática e estamos aguardando o retorno“, diz.

Arlindo tem um custo de produção por hectare em torno de R$ 25 mil, considerado alto, mas a margem de lucro fica nesse mesmo valor, ou seja, 100% de ganho. Sua produção vai para a cooperativa, que vende para o Brasil inteiro, mas principalmente para São Paulo e Paraná, onde estão as maiores indústrias de alimentos.

O produtor pretende se manter na atividade, especialmente devido à lucratividade apresentada e pouca área exigida para o plantio. Além disso, ele não enfrenta problemas com pragas que possam atrapalhar a produção do açafrão.


Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

 

Requisitos básicos para uma produção de sucesso:

  •  Utilizar sementes e material propagativo de boa qualidade e de origem conhecida, com identidade botânica (nome científico) e bom estado fitossanitário;
  •  Focar a produção em plantas adaptadas ao clima e solo da região;
  •  O plantio deve ser realizado em solos livres de contaminações (metais pesados, resíduos químicos e coliformes);
  •  A água de irrigação deve ser limpa e de boa qualidade;
  •  O cultivo deve ser preferencialmente orgânico, sem aplicação de agrotóxicos, com rotação de culturas, diversificação de espécies, adubação orgânica e verde, controle natural de pragas e doenças;
  • Â É importante dimensionar a área de produção segundo a mão de obra disponível, uma vez que a atividade requer um trabalho intenso;
  •  A qualidade do produto é dependente dos teores das substâncias de interesse, sendo fundamentais os cuidados no manejo e colheita das plantas, assim como no beneficiamento e armazenamento da matéria-prima;
  •  Além dos equipamentos de cultivo usuais, é necessária uma unidade de secagem e armazenamento adequada para o tipo de produção;
  •  O mercado é bastante específico, sendo importante a integração entre produtor e comprador, evitando um número excessivo de intermediários, além da comercialização conjunta de vários agricultores, por meio de cooperativas ou grupos.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Hortifrúti, edição de novembro 2015. Adquira a sua para leitura completa.

 
 

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