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Cigarrinha – Nova ameaça para o milho

 

Maria Beatriz Pereira da Silva

Graduanda em Agronomia pela UFLA, coordenadora acadêmica e científica do Núcleo de Estudos em Genética e Melhoramento de Plantas (GEN) e membro do Núcleo de Estudos em Milho e Sorgo (G-Milho)

mariabiasilva12@gmail.com

Thales Lenzi Costa Nascimento

Graduando em Agronomia pela UFLA, coordenador de imprensa do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia (GHPD) e Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

thaleslenzic@gmail.com

Giovani Belutti Voltolini

Graduando em Agronomia pela UFLA, membro do GHPD e NECAF

giovanibelutti77@hotmail.com

 

Crédito Ivan Cruz
Crédito Ivan Cruz

O milho representa cerca de 40% de toda a safra brasileira de grãos. A intensificação do cultivo desse cereal no sistema de “safrinha“ e de sistemas irrigados quebrou a sazonalidade de plantio, o que vem aumentando a pressão de pragas e doenças específicas dessa cultura.

Estima-se que o Brasil perca, anualmente, mais de um US$ 1 bilhão apenas na cultura do milho devido, exclusivamente, às pragas e doenças. Nesse contexto, uma nova praga vem tomando destaque: a cigarrinha do milho.

Prejuízos

Na última safra as plantas de milho chegaram a formar espiga, mas não se desenvolveram por completo. Faltando cerca de 30 dias para encerrar a formação, as plantas enfraqueceram e acabaram tombando, dificultando, assim, a colheita mecanizada, com reflexos na perda de produção.

Além disso, a chuva atrasou e chegou no momento errado, na época de enchimento do grãos. Com isso, muitos agricultores tiveram que atrasar a entradas das colheitadeiras. Resultado final: muitos grãos acabaram apodrecendo.

Espuma protetora da ninfa da cigarrinha - Crédito Ivan Cruz
Espuma protetora da ninfa da cigarrinha – Crédito Ivan Cruz

A vez da cigarrinha

Os danos causados pelas cigarrinhas Dalbulus maidie e Peregrinus maidis são de grande impacto na cultura do milho, visto que a mesma atua na planta de duas formas, sendo a primeira pela transmissão de patógenos e a segunda pelos danos diretos, como redução de turgescência das plantas, provocado pela sucção da seiva. Esse dano é mais drástico em plantas sob estresse hídrico.

A espécie mais prejudicial, Dalbulus maidi, transmite, principalmente, três patógenos: o vírus da risca do milho, também denominado vírus de raiado fino, causando sintomas de folhas com riscas amareladas, paralelas às nervuras, e dois molicutes, sendo um espiroplasma ou enfezamento pálido do milho (folhas com deformações e posterior descoloração, nanismo com os últimos internódios pouco desenvolvidos) e o outro o fitoplasma, também denominado de enfezamento vermelho do milho (últimos internódios pouco desenvolvidos e folhas com avermelhamento).

Sua ação direta na planta também pode ser muito prejudicial devido à alimentação de tecidos vegetais ou pela sucção da seiva da planta infestada. Os sintomas também podem ser evidenciados pelo crescimento reduzido, encurtamento dos entrenós, redução da produção, definhamento da planta, além de provocar estrias de coloração amarelada nas folhas.

Dependendo do estádio nutricional da planta e da densidade de infestação, pode ocorrer murcha e morte das plantas no estádio de plântulas. Experimentalmente foi observado que a densidade de 10 adultos por planta pode reduzir o peso seco do sistema radicular em 62% e da parte aérea de plantas novas em cerca de 40%.

Os melhores resultados no manejo preventivo da cigarrinha se encontram no tratamento antes do plantio - Crédito Ademir Torchetti
Os melhores resultados no manejo preventivo da cigarrinha se encontram no tratamento antes do plantio – Crédito Ademir Torchetti

O problema

O problema vem tendo maior destaque há três safras, mas os prejuízos foram maiores neste último ciclo, uma vez que a infestação por cigarrinha é mais comum na segunda safra (safrinha).

A ocorrência da praga tem sido relacionada com fatores abióticos, como precipitação, temperatura e evapotranspiração, além da ausência de inimigos naturais. No entanto, a disponibilidade quantitativa e qualitativa do hospedeiro pode também desempenhar papel muito importante sobre a dinâmica populacional da praga, por afetar diretamente o desempenho tanto das ninfas como dos adultos.

Regiões suscetíveis

A região da Bahia tem o histórico de maiores perdas com o ataque da cigarrinha, sendo constatado o comprometimento da produção em torno de 30 a 40% em algumas lavouras no Oeste do Estado.

Porém, em consequência da monocultura de pastagens houve o aumento populacional de cigarrinhas no Brasil Central, principalmente em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, evidenciando assim a importância da rotação de culturas e o plantio em épocas adequadas.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro 2015  da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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