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Feijão-vagem exige manejo certo para ser mais produtivo

               Paulo Espíndola Trani

petrani@iac.sp.gov.br

Francisco Antonio Passos

Pesquisadores do Instituto Agronômico, Centro de Horticultura, Campinas (SP)

José Eduardo Pereira

CATI ” Casa da Agricultura de Itatiba (SP)

José Braga Semis

CATI ” Casa da Agricultura de Jarinu (SP)

Foto 01 - Crédito José Braga Semis
Crédito José Braga Semis

Os feijões e as ervilhas são plantas herbáceas, pertencentes à família Fabaceae. O feijão-vagem (Phaseolusvulgaris), a espécie mais importante deste grupo de hortaliças, é uma forma diferenciada do feijoeiro comum, tendo como parte consumida as vagens verdes de textura macia, sem fibra, com comprimento entre 15 e 18 cm.

A porção terminal da haste define os dois hábitos de crescimento desta espécie de hortaliça: o primeiro é denominado determinado, anão, rasteiro ou arbustivo, cujas plantas atingem cerca de 50 cm de altura e têm seu florescimento e produção de vagens concentrados em um curto período de tempo.

O segundo, de crescimento indeterminado, é o feijão-vagem trepador, que requer tutoramento de suas hastes e atinge cerca de 2,5 m de altura. Produz vagens por período mais prolongado e apresenta maior produtividade em relação ao feijão-vagem anão.

O feijão-fava (ou fava-italiana) (Vicia faba), o feijão-de-lima (Phaseoluslunatus) e a ervilha torta (ou ervilha-de-vagem) (Pisumsativum) recebem adubação similar ao feijão-vagem. As quantidades recomendadas e a frequência de aplicação dos nutrientes variam conforme os resultados de análise do solo, análise foliar, adubação anterior, exigência nutricional da cultivar, densidade populacional, clima da região, época de plantio, período de colheita e produtividade esperada.

Plantas de feijão-vagem mostrando boa produtividade e qualidade de vagens - Crédito José Braga Semis
Plantas de feijão-vagem mostrando boa produtividade e qualidade de vagens – Crédito José Braga Semis

Espaçamentos

  1. a) 1,0 a1,1 m x 0,5 a 0,7 m para feijão-vagem trepador e 0,5 x 0,2 m para as cultivares anãs;
  2. b) 1,0 x 0,5 m para feijão-fava (ou fava-italiana, ou feijão corado);
  3. c) 1,0 x 0,5 m para feijão-de-lima trepador e 0,5 x 0,5 m para as cultivares anãs;
  4. d) 1,0 x 0,2 m para ervilha torta (ervilha-de-vagem).

Ciclo

ð Feijão-vagem trepador, cultivo de verão: ciclo de 60 a 100 dias, início das colheitas aos 40 a 70 dias após a emergência das plantas, com duração de 20 a 30 dias;

ð Feijão-vagem trepador, cultivo de inverno: ciclo de 80 a 140 dias, início das colheitas aos 50 a 90 dias, com duração de 30 a 50 dias;

ð Feijão-vagem trepador, cultivo de meia-estação: ciclo de 75 a 105 dias, início das colheitas aos 50 a 70 dias com duração de 25 a 35 dias;

ð Feijão-vagem anão: ciclo de 50 a 60 dias e uma única colheita, adequando-se à colheita mecânica;

ð Feijão-de-lima trepador: ciclo de 105 a 120 dias e início das colheitas aos 75 a 90 dias;

ð Feijão-de-lima anão: ciclo de 95 a 105 dias e início das colheitas aos 65 a 75 dias;

ð Feijão-fava: ciclo de 150 dias e início das colheitas aos 120 dias;

ð Ervilha torta: ciclo de 80 a 85 dias, início das colheitas aos 65 a 70 dias e duração de 15 dias.

O feijão-vagem atinge o comprimento entre 15 e 18 cm
O feijão-vagem atinge o comprimento entre 15 e 18 cm

Irrigação

Com relação à irrigação das hortaliças,deve-se levar em consideração os seguintes fatores: período de cultivo no ano, ciclo da cultura, tipo de solo, declividade do terreno, capacidade de drenagem e/ou retenção de água e insolação diária.

O feijão-vagem exige de 200 a300 mm de água durante o ciclo. É muito crítico o período entre a semeadura e a floração plena, exigindo 110 a180 mm de água. Normalmente, a reposição da água evapotranspirada para o feijão-vagem, demais feijões e ervilha torta é feita a cada dois a três dias, com maior frequência de aplicação no cultivo de verão, quando ocorrem temperaturas mais elevadas.

Dentre os principais sistemas de irrigação apropriados para a cultura do feijão e outras fabáceas destacam-se a aspersão tradicional e o gotejamento.

ØAspersão tradicional: a aspersão é o método de irrigação que aplica água simulando a chuva, ou seja, a água é aplicada sobre as plantas e a superfície do solo na forma de gotas. As principais vantagens são a durabilidade do equipamento (normalmente canos de PVC) e a facilidade de deslocamento e instalação em outros locais da propriedade. Como limitação, o sistema de aspersão favorece a incidência de algumas doenças da parte aérea e pode, inclusive, levar a perdas de água por evaporação, principalmente em dias quentes e pela ação do vento.

ØGotejamento: este sistema se caracteriza por aplicar pequenos volumes de água, na forma de gotas, com alta frequência, em regiões próximas às raízes das plantas, molhando uma fração da superfície do solo, reduzindo as perdas e apresentando altos valores de eficiência de aplicação de água, quando comparado aos sistemas de aspersão e sulcos. Uma limitação do gotejamento é o tratamento inadequado da água de irrigação, que pode causar problemas de obstrução dos emissores e outras consequências operacionais, como o aumento do tempo para limpeza do equipamento e para substituição dos gotejadores, ocasionando maiores custos de manutenção e de operação da irrigação. Outra limitação é a menor durabilidade dos equipamentos de gotejo em relação ao sistema de aspersão.

 O feijão-vagem é consumida as vagens verdes e tem textura macia
O feijão-vagem é consumida as vagens verdes e tem textura macia

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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