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Os perigos da raiva equina

A zoonose causa alterações neurológicas e na maioria dos casos, mortalidade dos animais afetados

Divulgação

A Raiva é uma doença de caráter zoonótico, neurológica viral, invariavelmente fatal, que acomete os seres humanos, os animais domésticos e animais silvestres, sendo estes o reservatório natural do vírus por longos períodos. É causada por um Lyssavirus da família Rhabdoviridae, de ocorrência global com exceção apenas no Japão, Reino Unido, Nova Zelândia e Havaí, onde foi completamente erradicado.

Nos equinos, a raiva é transmitida pelo contato da saliva contaminada com ferimentos abertos, sendo a mordida de morcegos hematófagos contaminados a forma mais comum de transmissão para equinos, seguido pela mordida de carnívoros selvagens (raposas e gambás). Os morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) são considerados a principal fonte de infecção de raiva em herbívoros, tendo sua ocorrência registrada em toda a América Latina.

Após sua inoculação, o vírus migra para o Sistema Nervoso Central (SNC) através dos nervos periféricos, desencadeando uma onda crescente de infecção e disfunção neuronal. O período de disseminação e incubação do vírus pode variar conforme o local da mordida. “O vírus atinge as terminações nervosas, desencadeando disfunções neurológicas e causando sintomas como agressividade, ansiedade, contração involuntária de músculos, até evoluir para sinais como fotofobia e paralisia dos músculos – e mortalidade do animal”, explica a médica-veterinária gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino

Como citado, as manifestações clínicas da doença são muito variáveis. A sintomatologia nessa espécie apresenta uma fase de excitação cuja duração e intensidade variam, seguida da forma paralítica. A forma furiosa da doença dificilmente é observada.

Na fase de excitação os animais se apresentam inquietos, com movimento frequente dos ouvidos, ranger de dentes, olhar fixo e espumando pela boca. Pode ocorrer relinchos e sinais de cólica severa. Já na fase paralítica ocorre a dificuldade de deglutição, fraqueza, claudicação, incoordenação de membros e quedas, evoluindo para decúbito, convulsões e paralisia terminal.

Não existe tratamento específico ou eficiente para a doença e o tratamento sintomático e de suporte podem retardar a progressão da doença, mas ao mesmo tempo aumentam o risco de contágio de tratadores, médicos veterinários e outros animais da propriedade.

“O diagnóstico da doença é difícil, porém extremamente necessário, visto que é uma zoonose importante. Embora o diagnóstico in vivo seja complexo, a Raiva deve ser considerada quando há sinais neurológicos com evolução rápida, ausência de vacinação ou do reforço anual da vacinação daquele animal. O diagnóstico post-mortem deve ser feito com o envio de material biológico (encéfalo e glândulas salivares) para laboratórios de referência diagnóstica da doença, como o Instituto Pasteur em São Paulo. Raiva é uma zoonose de extrema importância, por isso sua ocorrência é de notificação compulsória para os médicos veterinários”, elucida Fernanda.

A forma mais eficaz de prevenção contra a raiva é a vacinação dos animais sadios em regime anual, vacinação de um animal recém-chegado ao plantel, e potros a partir dos 3 meses de idade, respeitando o protocolo de vacinação elaborado pelo médico veterinário responsável.

Profissionais que mantém contato direto com estes animais positivados, seja tratando ou manipulando, incluindo médicos-veterinários, devem procurar auxílio e instruções em instituições de saúde. É recomendado pela OMS que médicos veterinários sejam imunizados com a vacina antirrábica com certa frequência.

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