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Mosca-minadora causa prejuízos à batata

Flávio Lemes Fernandes

flaviofernandes@ufv.br

Maria Elisa de Sena Fernandes

maria.sena@ufv.br

Engenheiros agrônomos, doutores e professores do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba (MG)

Ronnie Carlos Pereira

Graduando em Agronomia pelo UNIPAM e técnico de pesquisa pelo Grupo Laboratório Farroupilha, Patos de Minas (MG)

ronnie@grupofarroupilha.com

 

As fêmeas da mosca-minadora fazem puncturas no mesófilo foliar com seu ovipositor para se alimentarem do líquido celular extravasado e ovipositam no interior da folha entre as duas epidermes.

Os ovos geralmente são depositados na parte mediana da planta individualmente. Deles eclodem larvas, passando por três estágios de desenvolvimento (instares), com formato vermiforme e coloração amarela.

Os instares são diferenciados pelo comprimento médio do corpo da larva e da cápsula encefálica. As larvas se alimentam no interior das folhas, ocasionando galerias ou minas. No quarto instar a larva sai da folha, se transforma em pupa no solo ou, em alguns casos, na superfície da planta.

A pupa é marrom-dourado e com o tempo torna-se marrom-escuro. As pupas podem entrar em diapausa em caso de baixa umidade, fase em que necessita de umidade entre 30 a 70%. Tendo a condição favorável, a mesma emerge e começa a realizar a postura.

Puncturas e mina de mosca minadora em batata Maria E. S. Fernandes
Puncturas e mina de mosca minadora em batata Maria E. S. Fernandes

Ataque

Na região sudeste, especialmente em Minas Gerais, a mosca-minadora é considerada uma das principais pragas, com maior potencial de gerar prejuízos à cultura da batata.

Os danos podem ser por perfurações nas folhas em decorrência das puncturas de alimentação, podendo ser a porta para entrada de patógenos foliares oportunistas. Na oviposição na folha, onde as larvas eclodem e se alimentam dos tecidos do mesófilo foliar, há formação das minas, diminuindo a capacidade fotossintética da planta, e quando em alta infestação causam a dessecação e queda prematura de folhas (ataques severos). Consequentemente, ocorre perda na produção e também na qualidade das batatas, devido à redução do teor de sólidos solúveis.

Condições para a praga

A mosca-minadora é favorecida por temperaturas próximas a 27°C, com baixa precipitação pluviométrica e ventos acima de 3 km/hora. Porém, é importante lembrar que, se a temperatura estiver próxima a 27°C, com períodos mais secos e com ventos intensos, aumenta a taxa por não haver posturas.

Assim, as puncturas podem ser importantes no monitoramento da mosca-minadora, desde que se conheça, para cada microrregião, o histórico de ocorrência do inseto, podendo ter puncturas e não ter ovos, já que nem toda punctura se transforma em ovo.

Essa praga é muito sensível à radiação, e por isso deposita seus ovos entre a 6ª e a 8ª folha, e em torno de 45 dias após o plantio. As minas aparecem primeiramente nas folhas baixeiras das plantas e, dependendo do nível de infestação, passam para as folhas superiores.

Manejo

As armadilhas adesivas podem ser utilizadas para monitorar a mosca adulta, porém, ainda não há uma relação estabelecida entre as pragas capturadas e o nível de controle. Tem-se optado por iniciar o controle após a constatação da presença de adultos e/ou das puncturas.

Assim, a forma mais segura de monitorar esta praga é avaliar 20 pontos/ha, e em cada ponto avaliar cinco plantas, observando-se a presença/ausência de minas ativas (presença da larva de cor amarela na parte mais alargada da mina). Podemos verificar que ao final contaremos 100 plantas, e se encontrarmos 10 plantas (10%) com minas efetua-se o controle químico.

Mina ativa demonstrada em folha de tomate - Flávio L. Fernandes
Mina ativa demonstrada em folha de tomate – Flávio L. Fernandes

Gráfico 01Gráfico 01 – Nível de controle da mosca-minadora Liriomyza spp. (%) em lavouras de batata no Alto Paranaíba (MG).

Fonte: Alves, 2015.

Prevenção x cura

Preventivamente não se pode fazer muito contra a mosca-minadora, mas o ideal é não plantar próximo a lavouras mais velhas, como soja, milho, feijão e tomate. Curativos, devem-se evitar inseticidas piretroides, pois os mesmos não são seletivos aos inimigos naturais dessa praga.

O ideal é utilizar inseticidas que possuem ação translaminar (penetram na folha e atingem a praga), como Clorfenapyr. Caso não seja possível, utilize inseticidas com óleo mineral, pois o mesmo tem a função de profundidade, ou seja, leva o produto para o interior da folha.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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