O Brasil não é apenas o maior produtor de café do mundo, mas também o que consome o melhor produto. O crescimento do mercado de cafés especiais reflete essa mudança de hábito de consumo, assim como a receita de empresas como a Amiste Café, cujo 20% das vendas são encabeçadas pela linha premium e que fatura R$ 26,7 milhões com a bebida e com locação de máquinas.
“Cada vez mais o brasileiro aprecia e prefere cafés com melhor qualidade, e, como somos o país do café, passamos a ser os com o melhor ingrediente e iguaria”, diz André Malamud, CEO da rede de franquias. Estima-se que de 5% a 10% do consumo nacional seja de grãos selecionados e a previsão é a que o valor do setor global de cafés especiais alcance US$ 152,69 bilhões até 2030, representando uma alta de 12,32%, segundo pesquisa da Brainy Insights.
A Amiste Café tem tido um crescimento ainda maior, com uma média de 20% nos últimos cinco anos. “Começamos batendo de porta em porta em Londrina (PR) e hoje temos 17 unidades em operação distribuídas pelo país e outras 2 em processo de implantação, com 2.890 máquinas alugadas”, celebra o empresário. Inicialmente voltada à locação e manutenção de máquinas de café para empresas, a marca passou a oferecer insumos para bebidas quentes e geladas, abriu as lojas para consumo local e desenvolveu linhas próprias de café, sendo quatro superiores e gourmet e cinco especiais.
Para ser considerada especial, a bebida passa por um cupping, método de prova onde um profissional avalia características como aroma, doçura, acidez, corpo, tamanho e defeito dos grãos. A marca faz uma curadoria de grãos de diferentes regiões do Brasil, compra diretamente de cinco produtores premiados e envia para a torra em São Paulo, onde também são embalados e distribuídos. “Assim conseguimos resultados que conduzem com o nosso nome, já que Amiste vem de ‘ammist’, em amárico – idioma da Etiópia, país onde surgiu o café. A palavra remete aos cinco sentidos presentes no ato de tomar café”, explica Malamud.
Café que une gerações
A ideia da criação da Amiste Café partiu do pai de André, Claudio, que trabalhava com vending machines e incentivou os filhos a seguirem o mesmo caminho, em 2001. “Fomos crescendo, abrimos para o franchising em 2013 e vimos a empresa crescer junto à nossa família”, diz o CEO, que trabalha ao lado do irmão, Daniel, e já vê os filhos – Gabriel (9) e Sophia (7) – brincando de baristas e falando sobre o futuro da companhia.
A escolha por um modelo de negócio corporativo foi uma estratégia adotada por possibilitar um horário comercial, com previsibilidade de receita e sem concorrência direta. “Além de qualidade de vida, o franqueado tem margem líquida alta, de 25% ao mês, previsão de faturamento de R$ 250 mil e prazo de retorno de 24 meses”, lista o CEO da Amiste.
O investimento inicial é de R$ 400 mil e a empresa oferece sistema de treinamento, assistência técnica e ferramentas de BI para ajudar a impulsionar as vendas. A estimativa é crescer 20% até o final do ano e continuar acelerando o mercado de cafés especiais.