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Colheita de madeira em áreas montanhosas

O setor florestal no Brasil tem crescido e se desenvolvido muito nos últimos anos, principalmente quando se fala em áreas ocupadas por florestas plantadas. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), no ano de 2012, a área ocupada por plantios florestais de pinus e eucalipto atingiu 6.664.812 de hectares, sendo 76,6% referentes ao plantio de eucalipto e 23,4% destinados às florestas de pinus.

Essas florestas estão distribuídas por 16 estados brasileiros em diferentes condições topográficas (áreas planas, onduladas e montanhosas). Diversos fatores determinam onde tais florestas serão implantadas, como o preço da terra, a localização (proximidade com os polos fabris) e a disponibilidade das terras, uma vez que as áreas planas, em muitas regiões, são destinadas à agricultura, devido ao rápido ciclo produtivo desta, restando as áreas de relevo irregular.

Para que a madeira proveniente de todas essas áreas ocupadas por florestas chegue até a unidade industrial, algumas atividades são requisitadas, entre elas a colheita. Para muitos especialistas, essa é a parte mais importante do ponto de vista técnico-econômico.

Devido à enorme importância, muito se tem investido nessa operação. A mecanização foi (e tem sido) um grande avanço na busca por segurança operacional, melhores condições ergonômicas aos operadores, excelente qualidade do produto, diminuição dos custos operacionais e maior capacidade produtiva.

Ainda de acordo com os dados da Abraf, em 2012 foram colhidos 182,4 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, quantidade 7,2% maior que a obtida no ano anterior (2011). Esse número expressivo foi possível apenas com a mecanização da colheita.

Obstáculos

O grau de mecanização só não é ainda maior devido à limitação imposta pelas condições topográficas, pois muitas empresas têm dificuldades de mecanizar suas operações em locais com mais de 25° de declividade.

Em algumas situações, os custos operacionais são bastante elevados quando comparados aos de operações em locais planos, uma vez que o rendimento das operações tende a cair com o aumento da declividade, se o equipamento não for apropriado.

Para muitos, a principal dificuldade não está em realizar o corte, e sim na remoção da madeira dessas áreas. Assim, a colheita de madeira se torna um desafio, e muitos esforços estão sendo feitos para aperfeiçoar técnicas operacionais e o já avançado nível tecnológico alcançado pela mecanização.

Grandes empresas de papel e celulose possuem uma parte de suas florestas situadas em regiões montanhosas de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Hoje, é possível observar diversos métodos para colher florestas em regiões montanhosas ” máquinas e equipamentos se tornam cada vez mais específicos para esse tipo de operação.

Tabela 1. Limites de declividade e distância de transporte definidos para a operação de colheita florestal.

Máquina Declividade-limite (%) Distância-limite (metros)
Trator de esteira 0-35 200
Skidder 0-25 300
Forwarder 0-20 450
Cabo aéreo 30-90 1.200
Helicóptero e balão 0-100 1.500

Fonte: Studier; Binkley (1981 apud SEIXAS, 2008) ” adaptado.

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