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Peletização de sementes florestais: plantabilidade, reflorestamento e conservação

Crédito Fibria

Ingryd Dayane Soares de França
ingrydsoaresfranca@gmail.com 
Dianne Vitória Alves de Lima
diannevitoria15@gmail.com
Ecólogas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

A tecnologia de recobrimento de sementes existe há séculos, mas levou um tempo para se tornar amplamente utilizada na indústria de sementes.

Com o objetivo de reduzir o uso de sementes e aumentar a eficiência da semeadura, foi desenvolvida a técnica da peletização, que consiste no revestimento de sementes com um material seco e sólido, visando aumentar seu tamanho e garantir uma superfície lisa e sem deformações, o que facilita sua distribuição tanto em sistemas de semeadura manuais quanto mecanizados.

Com o avanço dos polímeros, a tecnologia de peletização tem melhorado a penetração e fixação de produtos ativos nas sementes, otimizando a distribuição dessas substâncias e reduzindo o uso de produtos químicos, o que minimiza a poluição ambiental.

Importância da peletização de sementes

Diante dos fatores ambientais e das predisposições genéticas que representam obstáculos para a germinação de sementes, a técnica de peletização vem sendo utilizada cada vez mais desde o início da década de 1930, quando a Companhia Germain’s iniciou a implementação da tecnologia de peletização, que demonstrou melhorias na plantabilidade das sementes.

Essa técnica atingiu ampla utilização na década de 1960 e se popularizou ao redor do mundo com o passar dos anos.

A peletização é considerada uma técnica de alta tecnologia dentro das indústrias de sementes, pois, além de aumentar a eficiência da semeadura e, consequentemente, reduzir o gasto de sementes graças ao menor impacto durante a semeadura, a técnica também auxilia na germinação e suscetibilidade das sementes com o auxílio da formação de um microclima ao redor do grão é que favorecido por uma cobertura adicional que também facilita a visualização das sementes no substrato.

Ademais, é possível incluir substâncias químicas no pellet que auxiliem na germinação, como hormônios de crescimento e fungicidas. Desde a década de 1990, a peletização vem sendo cada vez mais utilizada em ações a favor do meio ambiente, como o reflorestamento, utilizando espécies florestais de interesse ambiental e econômico.

Impacto da peletização

A peletização de sementes é uma técnica que desempenha papel essencial na conservação ambiental e no reflorestamento, proporcionando soluções inovadoras para o aumento da eficiência e sucesso desses processos.

Um dos seus principais benefícios é a proteção das sementes, que é crucial para o êxito de projetos de reflorestamento e preservação. O revestimento com materiais como argila, nutrientes e fungicidas protege as sementes de predadores naturais e doenças, além de criar uma barreira contra condições ambientais adversas, como secas ou solo de baixa qualidade.

Essa proteção aumenta significativamente as chances de sobrevivência das plântulas, garantindo uma maior eficiência na recuperação de áreas degradadas e assegurando a regeneração de ecossistemas ameaçados.

Crédito Kika Gouvea

Outro benefício importante está no aproveitamento de resíduos florestais e agrícolas. Materiais que antes seriam descartados, como serragem, lascas de madeira e sobras de podas, são reutilizados na produção de pellets.

Isso reduz a necessidade de desmatamento, promovendo uma economia circular que aproveita ao máximo os recursos disponíveis. Dessa forma, a pressão sobre as florestas nativas diminui, favorecendo a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas florestais.

Desafios e limitações da peletização

No Brasil, a pesquisa sobre a peletização de sementes florestais ainda é limitada, possivelmente devido ao alto custo associado ao processo e à falta de tradição na semeadura direta de espécies florestais.

A peletização pode ser onerosa, especialmente em operações de pequena escala, devido ao custo elevado de materiais utilizados para o revestimento das sementes e equipamentos especializados, como peletizadoras, misturadores e secadores.

Estes equipamentos exigem um investimento inicial substancial e manutenção contínua, o que aumenta os custos operacionais. Os materiais são essenciais para garantir a qualidade e a eficácia dos pellets, mas seu custo pode impactar a viabilidade econômica.

Custos envolvidos

Para operações de grande escala, os custos de peletização podem ser compensados pelo volume de produção, tornando a técnica mais economicamente viável. A produção em larga escala permite a diluição dos custos fixos, tornando o custo por unidade mais baixo.

Embora o investimento inicial seja significativo, a peletização pode oferecer benefícios econômicos a longo prazo, como a melhoria na taxa de germinação e crescimento das plantas, o que pode aumentar a produtividade e reduzir a necessidade de sementes adicionais.

Em situações em que a peletização agrega valor substancial, como em espécies florestais de alto valor ou projetos de reflorestamento com alta demanda, o custo pode ser justificado pelos benefícios adicionais oferecidos.

Assim, a viabilidade econômica da peletização de sementes deve ser avaliada considerando uma análise detalhada dos custos em relação aos benefícios potenciais, levando em conta o tamanho da operação e o valor agregado pelos pellets.

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