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Técnicas de armazenamento da beterraba garantem melhor rentabilidade

Aline Mendes de Sousa Gouveia

alinemendesgouveia@gmail.com

Marcelo de Souza Silva

Engenheiros agrônomos, mestres e doutorandos em Horticultura pela FCA/UNESP Campus de Botucatu/SP

FotosShutterstock
FotosShutterstock

A beterraba embora não esteja figurada entre as hortaliças de maior valor econômico, a beterraba apresenta grande importância na geração de receitas para um grande número de pequenas propriedades dos cinturões verdes, que normalmente cultivam-na em consórcio com outras hortaliças.

Contudo, nos últimos anos houve expansão para novas fronteiras agrícolas mais distantes dos centros consumidores, devido às melhorias no sistema logístico, no que tange ao transporte a longas distâncias e ao armazenamento.

Podem ser citadas como exemplos desta expansão as regiões correspondentes ao Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba (São Gotardo, MG) e Irecê (BA), onde o custo de produção é baixo e as condições climáticas são favoráveis à exploração agrícola desta cultura.

A beterraba está presente em cerca de 100 mil propriedades rurais no Brasil. Por ano, ocupa área equivalente a 10 mil hectares, com a produção de 300 mil toneladas, com produtividade média anual oscilando entre 20 e 35 t ha-1. Os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os principais produtores nacionais, sendo as regiões sul e sudeste responsáveis por 77% do total produzido no País.

Rentabilidade

Embora ocorra queda do consumo no período de inverno, o preço recebido pela venda da raiz tem agradado os produtores, mostrando-se lucrativa. Estima-se que em um hectare plantado, o agricultor consiga produzir 1.200 caixas “tipo K“ de beterrabas, com preço médio praticado pela caixa de 25 quilos por R$ 12,50.

Estima-se que a receita bruta em um hectare de beterraba seja de R$ 15.000, enquanto que o custo de produção para o mesmo hectare seja de aproximadamente R$ 7.600, resultando em uma receita líquida de R$ 7.400.

No verão, a produtividade desta cultura pode ser 40 a 50% menor em relação ao produzido no inverno, em virtude da ocorrência de elevada umidade e temperatura, favorecendo a ocorrência de doenças e pragas.

No mercado nacional, há preferência por raízes de beterraba com formato globular (cultivar) e redondo (híbrido), com coloração vermelha intensa, pele lisa, diâmetro comercial de 60 a 80 mm, com baixa incidência de anéis brancos, sem ombro escuro e com pequena inserção foliar.

 As perdas pós-colheita chegam a 30% - FotosShutterstock
As perdas pós-colheita chegam a 30% – FotosShutterstock

Pós-colheita

No Brasil, as perdas pós-colheita de produtos hortícolas durante o armazenamento e a comercialização chegam a aproximadamente 30%, incluindo as condições ambientais (altas precipitações, altas temperaturas e elevadas taxas de umidade do ar), que são favoráveis ao desenvolvimento de fungos e bactérias que depreciam a qualidade das hortaliças; o uso de embalagens inadequadas, manejo e acondicionamento incorretos durante o fluxo de comercialização; a estrutura e instalações dos equipamentos de comercialização insuficientes; tecnologias insuficientes no campo, classificação e padronização insatisfatórias e ao transporte inadequado; o não uso da cadeia do frio; a comercialização a granel; o desconhecimento de técnicas de manuseio pré e pós-colheita; excesso de “toque“ pelos consumidores nos produtos; acúmulo de produtos nas gôndolas de exposição de varejo e a deficiência gerencial e administrativa nos centros atacadistas.

Durante o armazenamento da beterraba, a perda de matéria fresca (murchamento), a turgescência, a firmeza, a rebrota, o aparecimento de doenças e o escurecimento das raízes constituem os principais problemas relacionados à conservação e à comercialização.

Estas perdas são maiores durante a comercialização, quando as temperaturas tendem a ser mais altas e a umidade relativa é, quase sempre, mais baixa. Nestas condições, os processos de respiração e transpiração do vegetal aumentam, provocando sua deterioração.

Soluções

Existem vários métodos de armazenamento e conservação deste produto, cuja escolha depende da disponibilidade de recursos econômicos ou tecnológicos no qual o produtor se encaixa.

O armazenamento refrigerado é um dos métodos mais utilizados pelos produtores, por apresentar benefícios na conservação dos produtos, não exigindo altos investimentos em tecnologia e apresentando baixo custo de manutenção. A baixa temperatura associada ao controle de umidade pode prolongar a vida útil das beterrabas, contribuindo para a manutenção de suas características desejáveis sensoriais e nutricionais, podendo também minimizar o crescimento dos microrganismos nas raízes.

As condições ótimas para o armazenamento desta hortaliça são temperaturas de 0 a 1°C e umidade relativa do ar de 90 – 95%, podendo ser conservadas nestas condições por quatro a seis meses. Em condição ambiente, entretanto, a umidade relativa e as oscilações de temperatura determinam a sua capacidade de armazenamento, o que torna difícil a determinação do potencial de conservação ou armazenamento desta hortaliça.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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