Rodrigo Vieira da Silva
Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano ” Campus de Morrinhos
SÃlvio Luís de Carvalho
Luam Santos
Lorena Natácia da Silva Lopes
Engenheiros agrônomos e mestrandos em Olericultura – IF Goiano
João Paulo Marques Furtado
Graduando em Agronomia – IF Goiano
O tomateiro (Solanumlycopersicum) é a hortaliça mais cultivada no Brasil e com o maior volume de comercialização. O País destaca-se como o sexto maior produtor mundial e o primeiro da América Latina, com produção anual de três milhões de toneladas plantadas numa área de 57,6 mil hectares, que é um de seus maiores produtores mundiais.
No entanto, esta cultura apresenta uma enorme complexidade agronômica e alto risco econômico. Isto ocorre, em especial, devido ao fato de estar sujeita a inúmeros problemas fitossanitários, o que demanda a utilização de estratégias de manejo, tal qual o cultivo protegido, o emprego de feromônios e controle biológico para se obter sucesso na sua produção.
Portanto, o monitoramento de pragas com uso de feromônios, armadilhas adesivas e inspeção de plantas, associado à utilização de agentes biológicos de controle, pode proporcionar um ciclo de cultivo de tomate completo, isento ou com o uso mÃnimo de agroquímicos.
Cultivo em estufas
O cultivo em ambiente protegido, embora demande um maior investimento inicial na construção das estruturas, assegura financeiramente a estabilidade da produção por longo período de tempo, qualidade do produto e aumento da produtividade.
O tomateiro é uma planta bastante tolerante a uma ampla variação de condições climáticas de temperatura, luminosidade e fotoperíodo, o que favorece o seu cultivo nestas condições.
Pragas mais comuns em estufas
De uma maneira geral, as pragas presentes nas estufas são muito parecidas com as recorrentes no cultivo em campo, porém, por ser um ambiente fechado, dificulta o acesso de inúmeras delas. Determinadas espécies de brocas e nematoides não são influenciadas pelo cultivo protegido quando este é realizado diretamente no solo.
Dentre as pragas de destaque da cultura do tomate em estufas, vale salientar o ataque de mosca-branca (Bemisia argentifolii), que é vetor de vírus que podem causar doenças importantes, a exemplo dogeminivírus e mosaico dourado.
Já a Tuta absoluta causa danos diretos nos frutos, além de ser porta de entrada para patógenos. Os ácaros também têm grande importância nesse tipo de produção, sendo necessário constante monitoramento. Outras pragas de importância econômica eventual para a cultura são: traça do tomateiro, larva minadora, tripes, pulgões, lagarta-rosca, broca grande, broca pequena, lagarta-militar e Helicoverpa zea.
Os feromônios
Em busca de novas alternativas visando o controle de pragas de maneira menos agressiva ao meio ambiente, diversas tecnologias estão sendo desenvolvidas, e o emprego de feromônio apresenta-se como uma excelente alternativa.
Os feromônios são substâncias químicas usadas na comunicação entre indivíduos da mesma espécie. A mensagem química tem o objetivo de incitar respostas comportamentais, tal como alarme, agregação, colaboração na produção de alimentos, defesa e acasalamento, além de outros tipos de respostas.
O mais empregado no meio agrícola é o feromônio sexual. Estes são produzidos por um sexo para atração do outro, com propósitos de reprodução. A percepção é feita por meio dos sensilos olfativos antenais presentes nos insetos, e a comunicação é controlada por fatores fisiológicos e do ambiente no qual o inseto vive.
Modo de uso do feromônio
Na aplicação do feromônio deve-se considerar o inseto-alvo, a cultura e as características químicas e físicas dos compostos envolvidos. O emprego dos feromônios sexuais na agricultura se dá principalmente por dois métodos – o primeiro refere-se à liberação na cultura, de modo a provocar o confundimento entre os sexos.
Neste caso, macho e fêmea dificilmente conseguirão encontrar-se para copular e, consequentemente, dificilmente irão procriar e gerar descendentes. O segundo método é por meio de armadilhas dotadas de superfícies adesivas e septos com o feromônio, cujos insetos são atraÃdos para o acasalamento, porém, ficarão retidos na superfície adesiva.
Portanto, a aplicação dos feromônios, em geral, é direcionada ao monitoramento populacional, à coleta massal e à confusão sexual dos espécimes de insetos-praga.
Agentes biológicos
Os organismos vivos que atuam como agentes de controle biológico podem também ser denominados de inimigos naturais, como parasitoides, insetos predadores ou patógenos. Estes parasitam insetos-praga nas fases de ovo ou adulto, predam, isto é, se alimentam dos insetos praga e ainda causam doença aos insetos indesejáveis.
Os principais inimigos naturais/agentes biológicos são as tesourinhas, joaninhas, besouros carabÃdeos, vespas ou maribondos, além de algumas moscas, ácaros e aranhas. Esses organismos são essenciais para o equilíbrio de um ecossistema, e o uso incorreto de inseticidas, principalmente os químicos, elimina essas populações de inimigos naturais, gerando desequilíbrio no meio.
O monitoramento permite a escolha de predadores naturais. Os principais produtos biológicos utilizados atualmente são à base de Trichogramma spp, Bacillus spp. Podem ser utilizadas também armadilhas, plantas atrativas de pragas e doenças, além de predadores naturais fora das estufas. Essas estratégias ajudam na diminuição do uso de produtos químicos.
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