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Incidência de CVC cai e doença é considerada praticamente extinta

Crédito Internet
Crédito Internet

A doença clorose variegada dos citros (CVC), também conhecida como “amarelinho“, considerada a maior ameaça da citricultura na década de 1990, está praticamente extinta dos pomares de laranja do maior parque citrícola do Brasil, que engloba 349 municípios de São Paulo e Minas Gerais.

Segundo o Fundecitrus ” Fundo de Defesa da Citricultura, a doença afeta apenas 3,02% das laranjeiras, o menor índice desde que o levantamento começou, em 1996. Esse é um caso emblemático de sucesso da parceria do setor público e privado que serve de exemplo para o controle de outras doenças de citros.

Sintomas

Os sintomas típicos de CVC são folhas com manchas amarelas na parte superior, lesões de cor palha, com presença de goma na parte inferior. As lesões nas folhas progridem e se tornam necróticas (secas) na parte central. Também surgem sintomas nas folhas de deficiência de zinco, mais comuns nos ponteiros de ramos de plantas afetadas pela CVC.

Em plantas adultas é comum o sintoma de folhas murchas. Os frutos de plantas afetadas amadurecem mais cedo, além de serem menores, duros (‘empedrados’) e aparentemente mais sensíveis à queima da casca pelo sol. O suco de frutos doentes tem maior teor de sólidos solúveis (ºBrix), mas são mais ácidos do que os frutos normais.

Prejuízos

A redução na produção de frutas pode chegar, em estágios avançados de infecção, a 75% no peso das frutas produzidas por planta. O menor tamanho também requer maior número de frutas para encher uma caixa de 40,8 kg (forma de comercialização de frutas para a indústria), o que impacta em uma safra menor.

No passado, quando a doença atingia mais de 40% das plantas do parque citrícola, a necessidade de remoção das plantas doentes dos pomares causava mais de US$ 120 milhões de danos por ano. As perdas somente com a redução do tamanho e peso das frutas foram estimadas em cerca de US$ 100 milhões anuais.

 

Combate à CVC

O trabalho envolveu a participação de toda a cadeia citrícola. Os pesquisadores estudaram formas de controle, como a poda de ramos doentes (que só funciona quando as plantas são adultas e a doença ocorre em apenas um ramo da copa) e o controle dos insetos transmissores da bactéria, que são, ao todo, 12 espécies de cigarrinhas.

Além da poda e eliminação de planta doentes, foi implantado o sistema de produção de mudas em viveiros protegidos do acesso dos insetos vetores da bactéria, o que foi fundamental para o controle da doença.

Os produtores, por sua vez, ao adotar em larga escala medidas como: plantio de mudas sadias oriundas dos viveiros protegidos, controle dos insetos vetores e poda e eliminação de plantas doentes, fizeram com que a incidência da doença caísse drasticamente nos últimos anos.

Atualidade

Por muitos anos a CVC causou danos às principais regiões produtoras de laranja do Brasil, localizadas no Estado de São Paulo. No entanto, a adoção em larga escala das três medidas mencionadas anteriormente levou à queda na incidência de plantas doentes de 38% em 2012, para 7% em 2015 e 3% em 2016.

Essa queda acentuada aconteceu no parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, que engloba 49 municípios, e em todas as variedades de laranja e idade de pomares, o que tem gerado otimismo aos produtores.

Esperamos fazer com o HLB (huanglongbing/greening), que atualmente é a pior doença dos citros, o mesmo que fizemos com a CVC. Vale lembrar que o HLB apresenta potencial de danos ainda maior do que CVC, portanto, é necessário adotar medidas de controle de forma rigorosa e em grandes áreas.

Mais cuidados

A incidência da doença diminuiu bastante, mas ela não foi erradicada. Se houver descuido, ela poderá voltar aos pomares e causar danos. Isso significa que as medidas de controle mencionadas devem continuar sendo adotadas, agora com foco não somente na CVC, mas também no HLB.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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