O Brasil possui 5.102.030 de hectares plantados com eucalipto para energia e siderurgia (18%), celulose e papel (71%), madeira industrializada (7%) e usos diversos (4%). As espécies de pinus ocupam 1.562.782 ha, destinados para celulose e papel (61%), madeira industrializada (21%) e usos diversos (18%), segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF, 2013).
De acordo com o mesmo estudo, a área ocupada por plantios florestais de espécies não convencionais, como acácia, araucária, pópulus, teca, seringueira e paricá, entre outras, foi de 521.131 ha, representando 7,2% da área total de plantios florestais no Brasil.
Entretanto, a associação que faz esse estudo anualmente não consegue computar os pequenos produtores que estão investindo nas espécies tropicais não convencionais, como mognos africanos, cedro australiano, entre outras; portanto, é muito provável que a área plantada com essas espécies seja, no mínimo, o dobro.
Madeira nobre
Das espécies listadas pela Abraf, apenas a teca é considerada nobre. Além desta, o doutor em Agronomia e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), LÃsias Coelho, inclui as espécies brasileiras mogno, cedro, guanandi, entre outras, e as exóticas cedro australiano e mognos africanos, que estão em voga. “Outras espécies têm sido testadas em pequena escala, mas ainda não ganharam a mesma notoriedade“, acrescenta.
Demanda de plantio
Segundo Arthur Netto, consultor da InvestAgro Reflorestamento, as espécies que mais têm chamado a atenção do produtor de florestas, atualmente, apresentam alto valor de mercado, resistência a pragas e manejo de baixo custo, tais como guanandi, mogno africano, teca etc. “É importante ressaltar que são plantios de longo prazo e o produtor precisa realizar um planejamento financeiro para evitar dificuldades até o momento do corte. A exemplo, alguns produtores fazem o plantio misto utilizando o eucalipto para sustentar seu fluxo de caixa“, esclarece.
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Mitos sobre o eucalipto
- O eucalipto, comparado a outras culturas, apresenta eficiência no aproveitamento da água: normalmente, suas raízes não ultrapassam 2,5 metros de profundidade e não conseguem chegar aos lençóis freáticos, quase sempre localizados em profundidades bem maiores. Portanto, a água que o eucalipto dispõe para seu desenvolvimento é retirada da camada superficial do solo.
- O eucalipto empobrece o solo: pesquisas independentes já mostraram os efeitos benéficos do eucalipto sobre diversas propriedades do solo, como estrutura, capacidade de armazenamento de água, drenagem e aeração, entre outras.
- Quase tudo o que o eucalipto tira do solo, ele devolve: após a colheita, cascas, folhas e galhos, que possuem 70% dos nutrientes da árvore, permanecem no local e se incorporam ao solo como matéria orgânica. Além de contribuir para a reposição (ciclagem) de nutrientes, a espessa camada de resíduo florestal auxilia no controle da erosão.