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Helicoverpa: Pulverização em baixa população e em lagartas pequenas

 

José Fernando Grigolli

Engenheiro agrônomo, mestre e pesquisador em Fitossanidade da Fundação MS

 

Crédito Cecília Czepak
Lagarta do gênero Helicoverpa conhecida como “come tudo” – Crédito Cecília Czepak

O maior medo dos produtores brasileiros, atualmente, se refere às lagartas “come tudo“. Elas são cientificamente agrupadas no gênero Helicoverpa, sobretudo H. armigera e H. zea (essa última conhecida como lagarta da espiga do milho), e a espécie Heliothis virescens, vulgarmente denominada lagarta da maçã do algodoeiro (as duas últimas também capazes de atacar outras culturas agrícolas), sendo que as três espécies pertencem à subfamília Heliothinae (Lepidoptera: Noctuidae), com hábitos bastante similares.

Todavia, a mais temida tem sido a Helicoverpa armigera, pois se trata de uma espécie de fácil adaptação, hábito alimentar extremamente polífago, grande capacidade de dispersão (os adultos migrantes podem voar até 1.000 km de distância) e alto potencial reprodutivo (uma fêmea coloca entre 2.200 e 3.000 ovos durante seu curto período de oviposição, que é, em média de 5,3 dias. Por dia, ela coloca mais que 400 ovos em 24 horas, mas sempre de forma isolada sobre diferentes partes das plantas).

Ataque da Helicoverpa armigera à soja - Crédito Cecília Czepak
Ataque da Helicoverpa armigera à soja – Crédito Cecília Czepak

As estimativas das perdas mundiais causadas pelas lagartas de H. armigera em diferentes lavouras são da ordem de US$ 5 bilhões anuais, havendo relatos de que as perdas anuais na região dos trópicos semiáridos da Europa superam a US$ 2 bilhões. Na Índia, na década de 80, as perdas foram estimadas exceder a US$ 500 milhões, com custo adicional de US$ 127 milhões gasto anualmente com aplicações de inseticidas.

A confirmação da espécie e o registro oficial da ocorrência de H. armigera no Brasil foram feitos somente em 2013 pela professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cecília Czepak, e por colaboradores.

Culturas atacadas

A Helicoverpa armigera se encontra presente em quase todos os estados brasileiros. Até o momento, somente em cinco estados não há comprovação da sua presença, porém, é só uma questão de tempo.

Suas lagartas se alimentam das partes vegetativas e reprodutivas das plantas de diferentes espécies, cultivadas ou não. Já foram relatadas mais de 100 espécies de plantas distribuídas em 45 famílias botânica, entre elas Asteraceae, Fabaceae, Malvaceae, Poaceae e Malvaceae.

H. armigera é uma espécie altamente polífaga. Entre as culturas hospedeiras estão: tomate, algodão, feijão-guandu, grão de bico, sorgo e feijão-caupi, cravo, rosa, crisântemo, amendoim, quiabo, ervilhas, favas, soja, alfafa, tabaco, batata, milho, linho, citrus e uma grande variedade de hortaliças (180 espécies entre cultivadas e nativas).

Monitoramento e controle

As pulverizações são indicadas quando as lagartas ainda estão pequenas - Crédito Shutterstock
As pulverizações são indicadas quando as lagartas ainda estão pequenas – Crédito Shutterstock

Resultados positivos têm sido observados no controle da helicoverpa em função do monitoramento com grande intensidade, fazendo as aplicações de inseticidas com baixa população da praga e com lagartas pequenas, o que facilita o seu controle e melhora a eficiência dos inseticidas utilizados.

Para lagartas grandes, estudos indicam alguns inseticidas com eficiência para o controle, mas as doses devem ser elevadas em até 25% e podem ser necessárias aplicações sequenciais com intervalos de 10 a 15 dias, para realmente reduzir a população das pragas.

Eficiência

O melhor resultado de controle da praga sempre é obtido quando a aplicação do inseticida é realizada com a detecção da praga no campo, mas com baixa população, ou seja, com uma a duas lagartas por pano de batida.

Se a aplicação ocorrer antes da detecção da praga, pode haver escape, ou seja, no momento da infestação, o efeito do produto aplicado previamente está reduzido, o que não elimina as lagartas que estão se desenvolvendo. Com isso, há o estabelecimento da praga no campo e consequente dano em relação ao seu ataque.

Por outro lado, se a aplicação for realizada após a ocorrência da praga e esta se apresentar em alta população, a eficiência dos inseticidas fica comprometida, o que resulta no aumento de dose e aplicações sequenciais, aumentando assim o custo de controle da praga.

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