21.6 C
Uberlândia
sexta-feira, maio 3, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosHortifrútiComo evitar perdas por lixiviação da ureia na alface

Como evitar perdas por lixiviação da ureia na alface

 

 

Bruno Novaes Menezes Martins

Carla Verônica Corrêa

cvcorrea1509@gmail.com

Engenheiros agrônomos, mestres e doutorandos em Horticultura, FCA/UNESP Campus de Botucatu/SP

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Dentre as hortaliças folhosas, a alface é considerada a mais popular e consumida no Brasil e no mundo, mesmo com as diferenças climáticas e hábitos alimentares. Apresenta grande importância socioeconômica pelo fato de empregar em torno de 05 pessoas/ha. Atualmente, a área cultivada no Brasil gira em torno de 80.000 ha/ano. Como qualquer planta, a alface é extremamente exigente em nutrientes, destacando-se principalmente o nitrogênio.

Importância do nitrogênio

O nitrogênio é o elemento de maior influência na produção desta cultura, sendo o segundo elemento químico mais extraído, desempenhando papel fundamental no crescimento e desenvolvimento das plantas. Apresenta grande resposta à adubação nitrogenada. Em geral, recomenda-se para adubação nitrogenada em torno de 100 a 130 kg ha-1 de N ou 40 a 60 t ha-1 de esterco de curral.

Entretanto, a adubação nitrogenada é um dos principais fatores que afetam a produtividade e a qualidade da alface. A escassez de nitrogênio pode acarretar em perdas de produção, porém, o excesso pode degradar o ambiente devido ao acúmulo de nitrato no solo, além de diminuir o rendimento e afetar a qualidade nutritiva.

Pelo fato da alface ser basicamente composta de folhas, a aplicação de nitrogênio promove maior incremento na produtividade e na massa da planta, devido ao seu desenvolvimento vegetativo.

Os alfacicultores devem aplicar o fertilizante nas horas mais frescas do dia - Crédito Renata Theodoro
Os alfacicultores devem aplicar o fertilizante nas horas mais frescas do dia – Crédito Renata Theodoro

A ureia

O adubo nitrogenado mais utilizado no mundo é a ureia, um composto nitrogenado sólido que se apresenta na forma de grânulos brancos e possui 46% de N na forma amídica.

O uso como fertilizante o torna um produto menos oneroso que os demais fertilizantes nitrogenados pelo fato de possuir maior concentração de N em comparação às outras fontes nitrogenadas disponíveis no mercado, o que proporciona um preço mais atrativo por tonelada.

Do ponto de vista agrícola, entre as principais vantagens do uso da ureia que a colocam como o principal fertilizante nitrogenado consumido no Brasil, citam-se: alta solubilidade em água, baixa corrosividade, compatibilidade com diversos fertilizantes e defensivos e alta taxa de absorção foliar.

Para a alface

No sistema produtivo da alface, uma das possíveis perdas do N aplicado em cobertura com ureia é por meio da volatilização da amônia, processo que consiste na passagem da amônia à atmosfera. O processo de perda envolve inicialmente a hidrólise da ureia por meio da urease, que é uma enzima extracelular produzida por bactérias, actinomicetos e fungos do solo, ou ainda originada dos restos vegetais.

Com uma medida simples e de baixo custo, é possível minimizar as perdas de N por volatilização de amônia e obter crescimento mais rápido das folhas de alface por meio de adubações foliares à base de ureia. Mas isto não quer dizer que as adubações foliares substituem as adubações feitas no solo. Simplesmente, elas complementam a adubação do solo.

Muitas experiências demonstram que a adubação de solo é mais lenta, e a adubação foliar, ao contrário, é mais rápida. Em geral, os nutrientes aplicados às folhas são absorvidos com muita rapidez, assim como também são translocados para todas as partes do vegetal.

A velocidade de absorção foliar de nutrientes é variável de nutriente para nutriente. Por exemplo, a ureia é um dos nutrientes minerais que a folha absorve mais rápido e intensamente, chegando a ser até 20 vezes mais rápida que os outros nutrientes. Estima-se que 50% da quantidade aplicada de ureia sejam absorvidas entre 01 e 36 horas.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Portanto, a época de aplicação foliar ideal inicia-se aos 15 dias após a semeadura, com intervalos de sete dias e aplicações semanais. No entanto, nessa fase inicial do desenvolvimento deve-se ter o cuidado de não exagerar na adubação nitrogenada, que em excesso acarretará em elevada formação de parte aérea e reduzido desenvolvimento do sistema radicular, o que resultará em maior porcentagem de falhas após transplante das mudas.

A ureia deve ser diluída em água na proporção exata de dois gramas do fertilizante para cada litro de água. Os melhores períodos para aplicar o fertilizante são na parte da manhã ou da tarde, nas horas mais frescas do dia, que é quando o nível de evaporação da água é menor e a absorção de nutrientes pelas folhas é mais eficiente. A aceleração do crescimento das folhas cria a possibilidade de antecipar a época de colheita.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

ARTIGOS RELACIONADOS

Pesquisa revela técnica para aumentar produção de manjericão

  Irrigação e adubação potássica são avaliadas para maior rendimento no cultivo da planta   O manjericão é uma das ervas medicinais mais populares e úteis na...

Manejo ideal da seringueira aumenta produção de borracha

  Juliano Quarteroli Silva Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia e assistente agropecuário da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado...

Rabanetes exóticos colorem prateleiras dos mercados

Carla Verônica Corrêa Doutoranda em Ciências Agronômicas pela UNESP " Botucatu cvcorrea1509@gmail.com Luís Paulo Benetti Mantoan Doutorando em Ciências Biológicas pela UNESP " Botucatu luismantoan@gmail.com O Brasil apresenta-se em destaque...

Irrigação: Qual a diferença na produção e qualidade da noz-pecã?

AutoresRudinei De Marco Doutorando em Agronomia - Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Carlos Roberto Martins Pesquisador da Embrapa Clima Temperado carlos.r.martins@embrapa.br Flávio...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!