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Aminoácido garante vigor e desenvolvimento da seringueira

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo, Msc. e doutorando em Agronomia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

ferbacilieri@zipmail.com.br

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia – UFU

robertacamargoss@gmail.com

José Geraldo Mageste

Doutor e professor – UFU

jgmageste@ufu.br

Crédito Hevea Suporte
Crédito Hevea Suporte

A importância do cultivo de seringueira pode ser caracterizada pela produção de borracha natural, que serve de matéria-prima para fabricação de mais de 50 mil itens da indústria.

Apesar de possuir condições favoráveis para produção de látex, o Brasil ainda não é autossuficiente, e como estratégia para reduzir as importações de borracha natural tem-se a possibilidade de expansão de área e/ou o aumento da produtividade. A expansão de área esbarra em questões ambientais e a priorização de áreas destinadas para produção de alimentos.

Para aumentar a produtividade de látex é fundamental a adoção de tecnologias e práticas de manejo que atendam as necessidades fitossanitárias, nutricionais e fisiológicas de acordo com a idade de sangria e genética de cada clone plantado.

Dentro de uma proposta de manejo fisiológico, a aplicação de substâncias que estimulam o metabolismo das plantas,como hormônios, aminoácidos, vitaminas, entre outras moléculas biologicamente ativas, surge como solução de problemas pontuais, como estresses de origem biótica ou abiótica que afetam o funcionamento das plantas e impactam negativamente a produtividade e qualidade.

Aminoácidos

Os aminoácidos são compostos do metabolismo de carbono e nitrogênio que as próprias plantas produzem e que se caracterizam por possuírem um grupo amino (NH2), um grupo carboxílico (COOH) unido a um átomo de carbono central (C) e um radical denominado “R“, que é diferente para cada tipo de aminoácido.

Desempenham funções variadas como precursores de hormônios e enzimas, componentes de proteínas, formação da parede celular, regulação osmótica, produção de clorofila e no crescimento e desenvolvimento.

As plantas conseguem absorver os aminoácidos tanto pelas folhas quanto pelas suas raízes. Esta capacidade permite às seringueiras beneficiarem-se do fornecimento de aminoácidos por meio de aplicações foliares ou via solo, para maior vigor e desenvolvimento.

Complemento nutricional

As adubações com produtos formulados com aminoácidos são consideradas estimulantes e não substituem o fornecimento de macro e micronutrientes essenciais provenientes dos fertilizantes, que devem ter as quantidades a serem aplicadas definidas por meio de análise de solo e folha, considerando-se também a marcha de absorção do material genético utilizado.

Entre as possibilidades de uso de produtos com aminoácidos, o plantio de mudas é uma fase em que as plantas ficam estressadas devido a alterações nas condições ambientais e, nesse caso, os aminoácidos fornecem energia para as plantas reagirem rapidamente, proporcionando melhor pegamentoe redução do replantio.

Durante a fase de formação, o controle químico é uma das principais formas para manejo de plantas daninhas e a aplicação de herbicidas pode provocar fitotoxicidez às seringueiras e os aminoácidos podem reduzir os efeitos negativos do herbicida, deixando as plantas “travadas“ por menor tempo e auxiliar no processo de desintoxicação.

Ainda na fase de formação, deve-se lembrar que quando as plantas ficam estressadas, o desenvolvimento delas é comprometido, o que vai interferir no tempo que as seringueiras demorariam para atingir o tamanho e diâmetro de caule que permita iniciar a sangria.

Muitas vezes os agentes estressantes ocorrem simultaneamente como, por exemplo, estresse hídrico e calor. O ideal é cessar os causadores de estresse, mas quando isso não é possível deve-se manejar as plantas para que se recuperem rapidamente, pois a intensidade e duração do estresse são determinantes para os efeitos sobre o metabolismo das plantas.

Aumento produtivo

Na fase de produção, mudanças ambientais que envolvam alterações na disponibilidade de água no solo, temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade afetam a atividade fotossintética e, consequentemente, o metabolismo do carbono e do nitrogênio, sendo as principais causas das variações na produção do látex.

A própria composição do látex pode tem uma parcela de substâncias solúveis, como aminoácidos, proteínas, carboidratos, ácidos graxos, sais inorgânicos e enzimas, e o fornecimento exógeno de aminoácidos proporciona economia de energia, refletindo positivamente na produtividade.

Manejo dos aminoácidos

Uma das dificuldades para adoção do uso de aminoácidos na heveicultura é a questão operacional. As pulverizações foliares muitas vezes são limitadas pela possibilidade de entrada de trator e pela capacidade de deposição adequada de produtos sobre as folhas dos seringais. Em áreas irrigadas, pode-se aproveitar a fertirrigação e aplicar aminoácidos junto aos nutrientes.

No mercado brasileiro existem diversos produtos formulados com aminoácidos, entretanto, poucos apresentam recomendações específicas, com dosagens e época de aplicação para seringueiras. Outro problema é saber quais aminoácidos estão presentes nos produtos, bem como a origem e concentração destes, uma vez que as empresas não apresentam o aminograma dos fertilizantes.

Também faltam pesquisas para avaliar o estado fisiológico das plantas e definir os níveis de suficiência ou deficiência dos aminoácidos, assim como a resposta à aplicação para cada tipo de aminoácido.

Sendo assim, os heveicultores devem avaliar a eficiência dos fertilizantes compostos por aminoácidos sempre que forem utilizados e considerar se os resultados são compensatórios para a atividade.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro/fevereiro 2018  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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