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Podas em ameixeiras – Por onde começar?

Camila Queiroz da Silva Sanfim de Sant’Anna

Doutoranda em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

agro.camilaqs@gmail.com

 Crédito Marco Lucini
Crédito Marco Lucini

“Não faço podas nos meus pomares de ameixeira, mas tenho colhido frutos“. Essa é uma afirmativa que não se aplica aos produtores de cultivo comercial de ameixas, pois embora sem o uso de podas e devidos cuidados a planta possa frutificar, esses frutos serão de menor qualidade (tamanho e sabor), além de frequente escassez de produção, alternando anos de frutos com outros de ausência de frutificação.

O manejo das podas interfere no balanço energético da planta durante seu desenvolvimento e produção, afetando do início de um novo ciclo de crescimento até a instalação de um novo período de endodormência (dormência de inverno).

A técnica tem por objetivo proporcionar a modificação do vigor da planta, além do porte e conformação conveniente para realização do manuseio dos frutos (desbastes, por exemplo), evitar sobrecarga, melhorar a produção, qualidade e regularidade da frutificação, também, manter a copa arejada, facilitando a entrada de sol, evitando a proliferação de doenças e, ainda, eliminar ramos doentes, mortos e inconvenientes.

Hábito de frutificação da ameixeira japonesa

O conhecimento a respeito do hábito de frutificação da ameixeira é importante no manejo da poda. A ameixeira japonesa frutifica sobre esporões curtos (órgãos especializados de frutificação), tendendo à aglomeração de gemas frutíferas, ocasionando florescimento em cacho; e ramos mistos (apresentam gemas frutíferas e gemas vegetativas uma ao lado da outra), diferentemente da ameixeira europeia que frutifica exclusivamente sobre esporões.

Devido ao seu hábito de frutificação, as ameixeiras japonesas possuem condução semelhante à dos pessegueiros, no sistema de condução em taça aberta e submetida a podas anuais, ocasionando a renovação periódica e o aparecimento de ramos mistos todos os anos.

Época de realização das podas

A melhor época para a realização das podas dependerá de alguns fatores, como o clima da região (inverno mais ou menos rigoroso, por exemplo), localização geográfica do terreno e tamanho do pomar. No entanto, para a ameixeira podemos dividir em basicamente duas épocas principais de realização de podas: podas de verão e podas de inverno.

A poda de verão (ou poda verde) é realizada durante o período de vegetação, florescimento, frutificação e maturação dos frutos. Seu objetivo é arejar a copa, melhorar a insolação e qualidade dos frutos, além de minimizar a intensidade dos cortes na poda de inverno.

Inclui as operações de desponte (retirada de ramos compridos a fim de propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores), desbrota (supressão de brotos laterais improdutivos), desfolha (eliminação de folhas com a finalidade de arejamento, iluminação, focos de pragas e doenças), esladroamento (ramos “ladrões“ que prejudicam o desenvolvimento da planta), desbaste ou raleio dos frutos (supressão de quantidade de frutos antes da maturação fisiológica a fim de promover melhora na qualidade dos frutos, evitar quebra de ramos, além de uma colheita uniforme).

Já a poda de inverno (ou frutificação), realizada de junho-agosto, período de dormência da planta em regiões de inverno mais brando inicia-se em junho, enquanto que em regiões de muito frio, com ocorrência de geadas tardias, a poda pode ser realizada até meado de setembro.

Deve-se atentar que a poda feita antes do período de dormência estimulará o consumo de parte das reservas de carboidratos e comprometerá a produtividade futura. Por outro lado, se executada após as brotações, reduzirá o vigor da planta. Sua prática deve ser, preferencialmente, no terceiro ano, a fim de que a planta acumule reserva no tronco e raízes, promovendo boa frutificação.

No florescimento se faz a poda de verão - Crédito Pixabay
No florescimento se faz a poda de verão – Crédito Pixabay

Tipos de podas

Os tipos de podas consistem em: poda de formação, frutificação, limpeza e rejuvenescimento.

A poda de formação é realizada após o estabelecimento da fruteira no campo, nos primeiros anos de vida da cultura, conforme a condução desejada para a planta. Na ameixeira japonesa a conformação é no sistema de taça ou vaso (conduz a planta com três ou quatro pernadas, desbrotadas até a planta atingir um metro de altura, permitindo daí em diante as brotações das gemas laterais).

A finalidade dessa poda proporciona à planta uma altura de tronco (do solo às primeiras ramificações da copa) e uma estrutura de ramos adequada à exploração frutícola, além de uma copa arejada e com iluminação adequada, simetria e distribuição equilibrada da frutificação.

A poda de produção fornece condições para a planta produzir melhor. É iniciada após a copa encontrar-se formada, em geral 30 dias antes da florada. A poda de limpeza consiste na retirada de eventuais ramos doentes, quebrados, secos, praguejados, mal localizados ou inconvenientes. É executada em todo o ciclo vegetativo da planta.

Já a poda de rejuvenescimento tem a finalidade de renovação da planta. É uma poda mais radical, em alguns casos utilizada em pomares abandonados com plantas velhas ou com a intenção de eliminação de ataque intenso de pragas ou parasitas. Consiste no corte das pernadas principais a 40 cm do solo e, com isso, estimula a brotação de novos e mais vigorosos ramos.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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