20.6 C
Uberlândia
domingo, maio 5, 2024
- Publicidade -
InícioArtigosFlorestasAdubação foliar para espécies florestais funciona?

Adubação foliar para espécies florestais funciona?

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma, doutora e PhD em Agronomia – Universidade Federal de Sergipe (UFS)

robertacamargoss@gmail.com

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU

ferbacilieri@zipmail.com.br

 

Crédito Painel Florestal
Crédito Painel Florestal

Os nutrientes essenciais às plantas desempenham funções específicas no seu metabolismo. Nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), por serem requeridos em grandes quantidades (kg ha-1), são conhecidos como macronutrientes. Já boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), molibdênio (Mo), cobalto (Co) e níquel (Ni) são requeridos em pequenas quantidades (g ha-1), logo, denominados de micronutrientes.

A adubação foliar consiste no fornecimento destes elementos essenciais dissolvidos em água para absorção pelas folhas.

Resultados

A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional das culturas. Inicialmente, as aplicações foliares eram realizadas em casos extremos, levando em consideração a diagnose visual nos momentos em que as plantas começavam a apresentar queima de bordos, amarelecimento e demais sintomas típicos de deficiência, de forma que era um mecanismo curativo para que a planta continuasse a crescer e para os sintomas desaparecerem.

No entanto, com o avanço da tecnologia e possibilidade de análises foliares que permitam diagnosticar os teores dos nutrientes nas folhas, a prática passou a ser incorporada por produtores como ferramenta para fornecer as quantidades de nutrientes que as plantas precisam de forma mais confiável, seguindo as reais necessidades.

Com isso, é possível alcançar aumento de produtividade, reduzir perdas e promover o uso mais racional dos recursos naturais.

Culturas beneficiadas

As aplicações podem ser realizadas em culturas florestais como pinus, teca, seringueira, acácia, paricá, araucária, pópulus, mogno, com destaque para o eucalipto, por compor mais de 70% da área total de florestas plantadas no Brasil.

O País se destaca como um dos maiores produtores de florestas plantadas do mundo, isto é, devido não só à área ocupada, mas também à qualidade da madeira, ao crescimento acelerado, às adaptações edafoclimáticas, melhoramento genético e práticas adequadas de manejo, em especial o aspecto nutricional, pelo fornecimento de nutrientes via solo e foliar.

A carência de nutrientes no solo, após a restrição hídrica, é o fator que mais interfere na eficiência de uso dos nutrientes. Sabendo disso, tecnologias que favoreçam o crescimento e desenvolvimento de um sistema radicular são necessárias, a exemplo dos bioestimulantes que, além de nutrientes, podem ser compostos por aminoácidos, ácidos orgânicos e fitohormônios também fornecidos via aplicações foliares, sendo estes registrados como fertilizantes foliares e capazes de estimular por meio de diferentes maneiras o desenvolvimento das plantas.

A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional da floresta - Crédito Fibria
A técnica revela excelentes resultados e complementa o manejo nutricional da floresta – Crédito Fibria

Pelas folhas

Assim como as raízes, as folhas das plantas também possuem mecanismos de absorçãodos nutrientes em sua superfície para mobilizarem para o interior do vegetal, sendo utilizados nas funções fundamentais das plantas, em especial a fotossíntese.

A velocidade de absorção via foliar varia conforme o nutriente (polaridade, raio iônico e concentração), a cultura (superfície da folha, polaridade e cerosidade) e o ambiente (temperatura, umidade e ventos). A aplicação segue os mesmos equipamentos utilizados pelos produtores na aplicação de outros produtos (herbicidas, inseticidas e fungicidas).

Todos os nutrientes podem ser aplicados via foliar, em diferentes proporções, sendo algumas misturas e associações com outros estimulantes vegetais possível, desde que sejam compatíveis e não reajam entre si.

Cuidados

Apesar da possibilidade do N, P e K serem aplicados via foliar, a alta quantidade requerida pelas espécies inviabilizaria a técnica.Recomenda-se, portanto, que estes sejam aplicados via solo, podendo ser complementados via foliar em fases de desenvolvimento de maior demanda.

Os nutrientes que mais afetam o desenvolvimento do eucalipto são o P, K e B. Portanto, estes são os que merecem maior destaque. A aplicação via foliar de B, inclusive, é prática recorrente, especialmente em situações de estiagem, devido à incidência mais pronunciada da seca de ponteiro de eucalipto, causada pela baixa mobilidade deste elemento dentro das plantas e que é acentuada em condições de déficit hídrico.

Limitações

Vale ressaltar que qualquer nutriente que estiver em deficiência será limitante ao desenvolvimento das plantas, sendo o balanço entre os nutrientes de grande relevância. Lançar mão de análises foliares e comparar com os teores ideais em cada fase de desenvolvimento é um investimento importante, pois serve de parâmetro para as tomadas de decisão a respeito de qual nutriente deve-se aplicar, qual a quantidade e a proporção mais adequada entre eles dentro da planta.

Permite, também, entender a dinâmica solo-planta-ambiente, ao observar a relação entre o que é aplicado e o quanto a planta efetivamente consegue absorver, translocar e assimilar.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

Ou assine

ARTIGOS RELACIONADOS

Convivium destaca Plenan Ferti

A Convivium levou para a Hortitec 2017 sua linha de produtos Plenan, com destaque Plenan Ferti, com soluções nutritivas líquidas para fertirrigação. Este produto...

Cresce área de soja

  Apostando em produtividade, produtor de milho deve reduzir área da safra de verão   A redução da área plantada de milho verão no Brasil pode chegar...

Nutrição equilibrada do pepineiro

Douglas José Marques Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas) douglas.marques@unifenas.br Hudson Carvalho Bianchini Professor de Fertilidade do Solo da Unifenas Como qualquer...

Análise foliar – Ferramenta para o monitoramento nutricional da batata

  Emanuel Alexandre Coutinho Pereira Consultor de vendas da Agrozap para HF Renato Passos Brandão Gestor Agronômico da Bio Soja Fernando Jardine RTV da Bio Soja Ulisses Garcia ATV da Bio Soja A...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!