22.6 C
Uberlândia
sexta-feira, novembro 22, 2024
- Publicidade -spot_img
InícioArtigosGrãosCâmbio: vem para 3,70 ou vai a 5,50?

Câmbio: vem para 3,70 ou vai a 5,50?

Marcos Fava Neves

Professor das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio

favaneves@gmail.com

Fotos Shutterstock

Qual câmbio teremos em dezembro deste ano? Para saber minha opinião, antes terá que ler o artigo. A CONAB (safra 2017/18) fechou sua estimativa e trouxe produção final de 228,3 milhões de toneladas de grãos (3,9% menor que a safra anterior) em 61,7 milhões de hectares, área 1,4% maior que a safra anterior.

Fechamos com 119,2 milhões de toneladas de soja (usamos 35,14 milhões de hectares em soja, contra 33,91 na safra passada) e 81,3 milhões de toneladas de milho. A segunda safra de milho foi a principal responsável por não igualarmos o ano passado, perdendo 19% em volume advindo de uma produtividade 5,2% menor graças à seca que castigou as lavouras em maio e junho.

São esperadas exportações de 25,5 milhões de toneladas de milho. Demos show no algodão, pois produzimos 02 milhões de toneladas, 31,1% a mais com bons preços. Um número que impressiona: estamos plantando 70% a mais que há dez anos.

 

Exportações

 

Agosto nos trouxe novamente bom número nas agro-exportações, crescendo 3,6% em relação a agosto de 2017 e atingindo US$ 9,3 bilhões (41,5% do total exportado pelo Brasil). Importações caíram 1,6%, chegando a US$ 1,1 bilhão, portanto, nosso saldo foi de US$ 8,2 bilhões (5,1% maior que agosto de 2017).

Mas este resultado não é geral, foi puxado pelo complexo soja, que cresceu 43,4%, trazendo US$ 4 bilhões, com expressivos aumentos nos grãos e farelos (45% maiores) e no óleo (29%). Carne bovina também cresceu 15%, atingindo US$ 700 milhões no mês.

Praticamente todos os demais produtos trouxeram quedas, o que nos mostra pouca interferência do câmbio no curto prazo. Frango caiu 8,2%, suínos caíram 30%, açúcar e etanol 44% e café 32%.

 

Importações

 

A China aumentou sua participação de 26 para 36% nas nossas vendas, com um crescimento de quase 50% no total importado, quando comparado a agosto de 2017, efeito dos problemas comerciais com os EUA.

De janeiro a agosto o agro está 4,7% acima, com US$ 68,5 bilhões de exportações e superávit alcançando quase US$ 60 bilhões. Com isto a balança comercial do Brasil apresenta superávit de US$ 37,8 bilhões.

Imaginemos que sem o agro teríamos déficit de US$ 22 bilhões, comprometendo a inflação, câmbio e o pouco crescimento que o País mostra. A soja será o brilho deste ano, pois a ABIOVE estima que o Brasil deve exportar 76,1 milhões de toneladas em 2018. Em apenas um ano, o Brasil coloca no mercado mundial 2,6 milhões de toneladas a mais.

 

Agro continua puxando o Brasil

 

De acordo com a pesquisa “Produção Agrícola Municipal 2017”, do IBGE, percebe-se a importância do agro para o crescimento do nosso interior. A renda gerada naquele ano em Sorriso (MT) graças à agricultura foi de R$ 3,3 bilhões, 2,4% maior que 2016. Em Sapezal (MT) foi de R$ 2,6 bilhões. Que alegria imaginar este recurso circulando na região e gerando oportunidades.

Em relação a preços internacionais, o índice mundial das commodities alimentares (índice da FAO) alcançou 167,6 pontos, 0,4% a mais que no mês anterior (julho). Cereais subiram bastante (4%), puxado principalmente pelo trigo (8%) e um pouco no milho, sendo os principais responsáveis pelo pequeno aumento do índice. As carnes também subiram (0,8%), o açúcar caiu novamente (5,4%) e os lácteos também (1,5%). Óleos vegetais caíram 2,6%.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

ARTIGOS RELACIONADOS

Ensaio chancela inseticidas para controlar pragas do cafeeiro

Testes comprovaram a eficiência dos inseticidas Klorpan® e Abamex® sobre pragas de peso econômico para a cultura do café   Estudos realizados pela equipe técnica da...

Algas no tratamento de sementes

As algas marinhas são fontes de várias vitaminas como A, B1, B3, B6, B12, C, D, E e outras substâncias, como glicoproteínas, como o alginato e aminoácidos que podem funcionar como bioestimulantes vegetais.

Frutos verdes de café são mais sensíveis ao frio

Confira no artigo o panorama, as consequências e a recomendação para esse tipo de situação.

Biorreguladores – Mais durabilidade para a alface

Daniela Andrade Mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal e analista em Planejamento e Gestão daniela.agronomia@outlook.com A alface é a folhosa de maior valor comercial cultivada no Brasil. A hortaliça...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!