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Biorreguladores – Mais durabilidade para a alface

Daniela Andrade

Mestre em Fitotecnia/Produção Vegetal e analista em Planejamento e Gestão

daniela.agronomia@outlook.com

Créditos Shutterstock
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A alface é a folhosa de maior valor comercial cultivada no Brasil. A hortaliça possui uma constituição física frágil e sensível a ferimentos e à desidratação. As hortaliças iniciam acelerado processo de senescência no momento da colheita, porém, a sua velocidade é determinada pela combinação de fatores internos e externos aos órgãos vegetais. Por isso, normalmente ela é produzida em cinturões verdes próximos aos grandes centros consumidores por causa de sua perecibilidade no período pós-colheita.

Os reguladores vegetais

A senescência foliar é um tipo de programação que as células exibem, que desencadeia a sua morte, caracterizada pela degradação da clorofila, lipídios, proteínas e RNA, processo este que está associado à evolução.

Ocorre também a mobilização de nutrientes dos tecidos vegetativos para órgãos reprodutivos, podendo ser induzida por estresses ambientais, deficiência nutricional, ataques de patógenos, estresse hídrico e a fatores endógenos, como a própria separação do órgão da planta, a idade do órgão e o desenvolvimento reprodutivo (MCCABE, 2001), podendo ser retardado pela utilização de reguladores vegetais.

Os reguladores vegetais, ou biorreguladores, são substâncias compostas de 25 químicas sintéticas que têm efeito sobre o metabolismo vegetal, agindo de forma similar aos hormônios vegetais. Podem ser definidos como compostos naturais ou sintéticos que modificam o crescimento e o desenvolvimento da planta, exercendo profunda influência em diversos processos fisiológicos.

As auxinas, giberelinas e citocininas são biorreguladores vegetais diretamente intercalados neste processo de senescência, principalmente a citocinina, pela elevada atuação nos cloroplastos e clorofila.

Créditos Shutterstock
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As citocininas

As citocininas são biorreguladores que participam ativamente dos processos de divisão e alongamento celular, promovendo efeitos fisiológicos sobre o crescimento e desenvolvimento de plantas.

Somando-se a este efeito, há também o retardo da senescência, associado ao maior acúmulo do pigmento clorofila, com a maior conversão de etioplastos (precursores) em cloroplastos (DAVIES, 2004).

As auxinas foram os primeiros reguladores químicos a encontrarem uma aplicação agronômica bastante difundida (RAVEN et al., 2001), promovendo também a redução da senescência de folhas, retardo na abscisão de órgãos e ainda distribuição de fotoassimilados no vegetal em função do local de maior concentração de auxina, que se torna um dreno mais forte, relacionado à translocação de solutos via floema (DAVIES, 2004).

Outro efeito fisiológico é o emprego das auxinas para acelerar e promover o enraizamento de estacas, permitindo maior porcentagem na formação de raízes, melhor qualidade e uniformidade de enraizamento para a obtenção de plantas pela propagação assexuada.

Atuação nas hortaliças

Hortaliças em processo de senescência apresentam decréscimo da concentração endógena de citocinina, e a aplicação exógena retarda tal processo e ainda atua na manutenção e promoção do desenvolvimento vegetativo.

Estudo apresentado por Rossit; DeQuoy (1982) aponta que houve um retardo da senescência de hortaliças folhosas. Em plantas de alface, o estudo demostra que, onde se aplicou GA, 2,4-D (auxina), ácido ascórbico e EDTA, tais reguladores elevaram a vida útil das plantas em 300%, resultado relacionado à degradação da clorofila (AHARONI, 1989).

 

Citocininas + auxinas = durabilidade

Pesquisas mostram que folhas retiradas da planta mostram envelhecimento acelerado, acompanhado pela decomposição de proteínas e da clorofila. Quando folhas isoladas são tratadas com citocinina, aparentemente esta impede a ação das proteases e RNAases da folha, promotoras da senescência.

A combinação de auxinas e de citocininas estimula a divisão da célula, induz a diferenciação celular e promove retardamento da senescência foliar. Entretanto, as respostas fisiológicas, na maioria, são consequência de alterações na relação entre diferentes hormônios vegetais, e não especificamente da ação individual de um deles.

Ao longo do ciclo da planta, as concentrações dos hormônios vegetais são alteradas, permitindo assim diferentes relações ou balanços entre si, que são determinantes para promover as mudanças fisiológicas da planta, em todo o seu ciclo.

 

 

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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